Bessa elogia um Passos "altamente social-democrata" na "anterior geringonça"

O antigo ministro socialista acredita que "o lugar do morto em Portugal é o de ministro da economia"

O antigo ministro da economia Daniel Bessa fez esta manhã rasgados elogios à governação de Passos Coelho, dizendo que "se alguma coisa o governo de Passos Coelho fez nos quatro anos em que teve de governar a anterior geringonça foi cuidar dos mais pobres".

Nas jornadas parlamentares do PSD, em Coimbra, Daniel Bessa considera que Passos Coelho teve uma governação "altamente social-democrata, protegendo por baixo", uma vez que "não desceu o salário mínimo nacional, não desceu as pensões mínimas nem agravou os impostos às classes mais baixas".

Quanto ao setor económico, o antigo governante afirmou que "o lugar do morto em Portugal é o de ministro da Economia", questionando os deputados sociais-democratas: "Alguém se lembra de algum ministro da economia que tenha feito alguma coisa em Portugal?" Daniel Bessa acrescentou ainda que "o engenheiro Mira Amaral foi o último ministro [saiu em outubro de 1995] que conseguiu fazer alguma coisa nesta área e não se chamava da economia, chamava-se da Indústria".

Daniel Bessa fez assim um exercício de autocrítica, pois também ele passou pela pasta neste período (cinco meses no governo de António Guterres). Ao mesmo tempo colocou automaticamente o atual ministro da economia, Manuel Caldeira Cabral (como qualquer um que ocupasse o cargo), no tal "lugar do morto".

Sobre a economia europeia, Daniel Bessa alertou que "o Banco Central Europeu já fez tudo o que pôde". Já quanto aos Estados, "na frente orçamental, a Alemanha ainda não fez tudo o que podia, podia aumentar a política de procura, da qual sou adepto".

Daniel Bessa destacou, no entanto, que Portugal não pode ter uma política desse género pela sua dimensão. Para o economista aplicar uma "economia de procura à escala de Portugal é uma patetice", acrescentando: "Não sou adepto de política de procura à escala de 10 milhões de tesos e endividados".

O antigo governante falou ainda na banalização da palavra investimento, brincado mesmo: "Eu quando quero dizer à minha mulher que vou fazer qualquer coisa, digo que vou fazer um investimento. Fica sempre bem".

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