Costa trava delfins e lança medidas de futuro

Secretário-geral do PS não esconde o "orgulho" que tem na nova geração, mas avisa que não se vai embora. "Não meti os papéis para a reforma", avisa
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António Costa encerrou o XXII congresso do PS, na Batalha, com um discurso relativamente curto (40 minutos) onde deixou um recado forte aos que, nos bastidores do PS, já disputam surdamente a sua sucessão.

Embora sublinhando o "orgulho" que tem na "nova geração" de dirigentes do PS, uma nova geração com "um enorme potencial, profissional e politico", avisou ao mesmo tempo: "Não meti os papéis para a reforma". Veladamente até lhes sugeriu que se concentrem no que verdadeiramente interessa: "Amanhã voltamos ao trabalho".

E o trabalho, disse, é preparar o futuro. O secretário-geral aproveitou para anunciar uma medida já para colocar no próximo Orçamento do Estado: um programa que fomente o regresso a Portugal de jovens emigrantes.

Anunciou também outra medida (de incentivo à natalidade): um "grande acordo" na concertação social que vise a conciliação entre família e trabalho.

A questão salarial foi também central na sua intervenção. Costa pressionou as empresas a pagarem melhor porque só assim conseguem ter ao seu serviço "os mais qualificados" - e essa é uma condição imprescindível da competitividade. Antes tinha dito que "não basta ter mais emprego, se queremos fixar novas gerações temos de ter melhor emprego".

E uma das faces é o combate à precariedade, a outra o aumento dos salários. "Já aumentámos 15% o salário mínimo nacional, no próximo ano chegaremos aos 600 euros", mas este aumento tem que se estender à generalidade dos salários: "O conjunto dos salários tem de convergir para a média europeia. Essa tem de ser a nossa ambição coletiva. Não é para amanhã, mas é o caminho".

No capítulo da Educação, estabeleceu duas metas: que em 2020 a taxa de abandono escolar precoce seja inferior a 10%; e que em 2030 60% dos jovens frequentem o ensino superior.

O discurso começou com o líder do PS a traçar o objetivo do partido para os atos eleitorais de 2019 (europeias, legislativas e regionais da Madeira): simplesmente "ganhar" - ou seja, fugiu a definir a maioria absoluta como uma meta, nomeadamente para as legislativas.

Durante a manhã a sua moção, "Geração 20/30" - que estabelece já as bases do próximo programa eleitoral do partido - fora aprovada por esmagadora maioria.

Na eleição da Comissão Nacional do PS - órgão máximo entre congressos -, a lista de Costa conseguiu 223 dos 251 eleitos, contra 28 para Daniel Adrião (que no entanto obteve mais dez eleitos do que em 2016).

Ao iniciar o seu discurso, Costa confirmou também que vai propor a reeleição de Ana Catarina Mendes como secretária-geral adjunta do PS. Ela é uma das delfins do líder de que se fala para a sua sucessão.

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