Cooperação internacional vai ter "reforço considerável" de verbas, diz Santos Silva
Portugal vai ter "um reforço considerável" de verbas para os programas de cooperação internacional liderados por Lisboa em 2017, informou esta quarta-feira em Lisboa o ministro Augusto Santos Silva.
Esse acréscimo financeiro, que continuará nos anos seguintes, virá do orçamento do Estado e dos recursos disponíveis no quadro da UE e de outras organizações internacionais para "projetos competitivos" com os países lusófonos e com outros Estados africanos, asiáticos ou latino-americanos, precisou o chefe da diplomacia portuguesa.
O governante falava aos jornalistas no final da cerimónia de apresentação do programa "Cooperação e Inovação - Consultas de Telemedicina entre Lisboa e São Tomé", uma parceria que envolve o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF) e o Hospital CUF Infante Santo, a partir do qual foi feita a ligação com o Hospital Ayres de Menezes, na capital são-tomense.
Diversos embaixadores africanos e sul-americanos acreditados em Portugal estiveram presentes na cerimónia, em que participou a ministra da Saúde de São Tomé através de vídeo-conferência, bem como a secretária de Estado da Cooperação, o diretor-geral da Saúde, o presidente da empresa José de Mello Saúde e os responsáveis do Instituto Camões.
As consultas, a exemplo da laringoscopia realizada esta quarta-feira pelo diretor clínico do hospital português a uma paciente são-tomense, integram o projeto de cooperação luso-são-tomense "Saúde para Todos", financiado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e executado pelo IMVF, assenta numa plataforma de telemedicina desenvolvida em Portugal pela PT Altice.
Santos Silva realçou o papel das ferramentas tecnológicas como esta plataforma de telemedicina, que o Senegal já mostrou interesse em adotar, no desenvolvimento da cooperação com menores recursos financeiros, maior eficácia e eficiência das ações clínicas que aproximam médico e doente, ou ter melhores resultados por, entre outros exemplos, prevenir doenças e evitar evacuações sanitárias.
"É um exemplo do que deve ser a cooperação portuguesa no século XXI", afirmou a secretária de Estado da tutela, Teresa Ribeiro, o qual permitirá a São Tomé criar condições para ter o seu próprio sistema de saúde público.