Cerca de 300 pessoas homenagearam Marielle Franco no Porto
Organizada pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) e pelo artista plástico brasileiro radicado em Portugal, Sama, a iniciativa pretendeu ser mais do que uma "manifestação de solidariedade", sublinhando o caráter "icónico de Marielle", destacou o também autor de banda desenhada.
"Marielle foi morta numa execução" lembrou Sama, para quem a política brasileira foi a "primeira vítima assumida do golpe de estado que destituiu Dilma [Roussef] da presidência do Brasil".
Destacando que em Marielle "é possível encontrar várias lutas numa pessoa só", Sama lembrou que ela "nasceu pobre e que por causa das políticas de integração venceu na vida, formou-se em Sociologia e em Ciência Política, sem nunca esquecer as suas origens".
Sama perguntou depois "para quem serve a polícia no Brasil", numa alusão à acusação levantada no país de que o assassínio terá sido perpetrado pela Polícia Militar, contra uma "política que fazia a coisa certa, que prestava as contas ao público que a elegeu".
Da parte da UMAR, a presidente Maria José Magalhães referiu-se à homenageada como sendo uma "mulher negra, feminista, lésbica, uma lutadora dos movimentos sociais, um ícone do movimento feminista que foi executada".
"Estamos aqui para expressar a nossa indignação, para exigir ao governo do Brasil uma investigação, que condene os culpados e que pare com os assassinatos", acrescentou.
E prosseguiu: "eles pensavam que tinham matado a Marielle, mas o que conseguiram foi que ela se tornasse num ícone".
Na sua maioria mulheres e brasileiras, as manifestantes surgiram com várias frases em faixas, onde se lia "Marielle, presente", sendo possível ver outras com rosas brancas, numa manifestação que resistiu ao frio que se fazia sentir no Porto.