BE: reestruturar dívida e nacionalizar empresas para acabar com protetorado
Catarina Martins defendeu que "o país não aceitará mais qualquer programa de destruição como aquele que teve com a troika nem imporá mais sacrifícios"
A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou esta quinta-feira que é necessário avançar com um compromisso "para retirar o país do regime de protetorado em que se encontra", que passa pela "reestruturação da dívida, a nacionalização de empresas e a política orçamental contracíclica de que o país precisa", o que exige "uma postura em contracorrente com as orientações das instituições".
Numa iniciativa integrada no ciclo de conferências sobre a Europa, que o DN está a promover esta semana para assinalar o seu 153.º aniversário, Catarina Martins defendeu que "o país não aceitará mais qualquer programa de destruição como aquele que teve com a troika nem imporá mais sacrifícios contraproducentes àqueles que que já perderam tanto com a política de austeridade".
Não há "qualquer legitimidade", sustentou a líder bloquista, para impor ao país "sacrifícios e perda de direitos em nome de uma união monetária que foi apresentada com um fator de prosperidade".
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Afinal, justificou Catarina Martins, "o projeto de integração europeia, que foi apresentado aos portugueses com tanta esperança tornou-se num tremendo pesadelo", persistindo na "obstinação do euro" e fazendo do "nosso país uma colónia governada pelo medo", o que será "um triste destino para deixar às gerações que querem viver neste país".
Na leitura pessimista da coordenadora do BE, a atual União Europeia "caminha para a desagregação", onde "o diretório europeu desiste de sequer de uma narrativa de convergência", apresentando um caminho que se resume "a uma Europa a duas velocidades, cavalgando mais a divergência entre o centro e periferia" e uma "militarização", com a Cooperação Estruturada Permanente para Defesa e Segurança, que não é mais do que "a transferência dos poucos fundos de coesão social para a indústria de armamento".
Na síntese de Catarina Martins, "no lugar do sonho de uma Europa de prosperidade e paz, a União Europeia hoje apenas tem para oferecer o medo da rutura como fator de coesão". E concluiu: "Não é construção, é chantagem."