Ataques informáticos feitos são fáceis de executar

O coordenador do Vigilis, que avalia o nível de segurança da Internet portuguesa, considerou hoje que os ataques até agora realizados pelos piratas informáticos são "fáceis de ser executados".
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"Os ataques que foram feitos até agora não são ataques de grande complexidade, são ataques relativamente fáceis de ser executados", disse Francisco Rente, em declarações à agência Lusa.

"Acredito que há capacidade de protecção por parte de quem foi vítima dos ataques, até porque conheço algumas das pessoas que trabalham em organismos estatais e que são extremamente competentes", acrescentou.

Os piratas informáticos têm novo ataque previsto para sexta-feira, 9 de Dezembro, depois de nas últimas semanas terem pirateado as páginas de Internet de organismos do Estado, bancos e partidos políticos, situação que levou o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa a instaurar processos-crime.

De acordo com Francisco Rente, os piratas informáticos "têm feito vários tipos de ataques" e o "primeiro passo será tentar identificar vulnerabilidades que possam existir nesses sistemas e perceber como é que se vai corrigir" o problema.

O coordenador do projecto Vigilis salienta que os sistemas do Estado são dos que apresentam "os mais elevados níveis de segurança", mas sublinha que estes estão ligados a terceiros que não têm essa segurança.

"Essa pode ter sido a porta de entrada", referiu Francisco Rente, sublinhando que "não se pode ter uma atitude de medo" face a este caso.

Sobre a possibilidade de identificar os piratas informáticos, o coordenador do Vigilis acredita que isso pode ser conseguido em certos tipos de ataques.

"Noutros casos, que são aqueles que deixam os sites disponíveis, é possível identificar parte das pessoas que participaram do ataque. Mas estamos a falar de milhares de pessoas que se associaram a alguém que coordenou o ataque. Aí estaríamos a apontar o dedo aos soldados rasos e não aos generais", alertou.

A Polícia Judiciária está a investigar os ataques informáticos reivindicados pelo grupo 'LulzSec Portugal', que já divulgou dados pessoais e confidenciais de, pelo menos, 107 elementos da PSP de três esquadras (14.ª, 16.ª e 38.ª) da zona de Chelas, Lisboa.

Entretanto, na quinta-feira, 1 de Dezembro, o grupo "hacktivista" AntiSecPT reivindicou ataques aos sites do PS, SIS, Ministério da Economia, Banco de Portugal, CGD, Ministério da Educação, Ministério da Justiça e BES.

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