Aprovados apoios a fábrica de calçado destruída nos fogos
Empresa com 92 trabalhadores poderá voltar a laborar a partir de maio
As obras de reconstrução da OQ, a empresa de calçado de Castelo de Paiva que ardeu nos incêndios de 15 de outubro, vão começar. Reinaldo Teixeira, o empresário que aceitou comprar e reconstruir a fábrica, que atirou para o desemprego 92 trabalhadores, anunciou ontem, à margem da visita do secretário de Estado adjunto e do Comércio às empresas portuguesas presentes na Micam, a maior feira de calçado do mundo, que o governo já aprovou o projeto que submeteu à Repor, a linha de financiamento de cem milhões criada para apoiar a recuperação de empresas destruídas nos incêndios na região. O presidente da Carité acredita que a nova empresa estará a laborar a partir de maio.
Reinaldo Teixeira tem já cinco fábricas - duas em Felgueiras, outras tantas em Celorico de Basto e uma em São João da Madeira -, nas quais dá emprego a 500 pessoas. Agora, com esta sexta unidade, em Castelo de Paiva, vai contratar mais 85 (alguns dos funcionários originais da OQ arranjaram já emprego) e que estão a frequentar cursos de formação enquanto aguardam a reconstrução da fábrica. O empresário, que subcontratava trabalho em Castelo de Paiva, mas não tinha qualquer intenção de investir numa nova unidade industrial, foi desafiado pelo secretário de Estado Nélson de Souza a ser parte da solução na região.
O investimento total da Carité em Castelo de Paiva vai rondar 1,5 milhões de euros, dos quais cerca de metade correspondem à recuperação da fábrica e o resto à compra de equipamento. A componente de construção conta com 70% de financiamento a fundo perdido, depois de descontados os cerca de 220 mil euros que o anterior proprietário da OQ recebeu do seguro. Além disso, o projeto contará com apoios relativos à criação de emprego.
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Com uma faturação de 27 milhões de euros, em 2017, cerca de dois milhões a menos do que no ano anterior, "mas com melhores resultados líquidos", Reinaldo Teixeira pretende produzir calçado desportivo de senhora em Castelo de Paiva, estimando, com isto, aumentar o volume de negócios do grupo em cerca de quatro milhões de euros. A Carité exporta 98% da sua produção, com especial destaque para mercados como Holanda, França, Alemanha e Inglaterra.
A "bem-sucedida" internacionalização do calçado português, combinando mercados tradicionais na Europa com novos mercados como os Estados Unidos, foi uma das questões sublinhadas pelo secretário de Estado adjunto e do Comércio, à margem da visita à Micam onde 94 empresas nacionais dão a conhecer a sua oferta e procuram alargar a presença externa.