Gonçalo da Câmara Pereira participou na assinatura do acordo que "ressuscitou" a Aliança Democrática, em janeiro de 2024.
Gonçalo da Câmara Pereira participou na assinatura do acordo que "ressuscitou" a Aliança Democrática, em janeiro de 2024.Foto: André Rolo / Global Imagens

PSD e CDS-PP acusados de “defraudar eleitores”. Caso da sigla AD pode acabar na justiça

Monárquicos admitem avançar para tribunal caso a designação Aliança Democrática seja utilizada.
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O Partido Popular Monárquico (PPM) está a preparar uma “providência cautelar para impedir a continuação da utilização” da designação “Aliança Democrática (AD)” por parte de PSD e CDS-PP. A decisão, anunciada em comunicado, surge após o partido ter sido deixado de fora das listas para as eleições legislativas de 18 de maio, conhecidas na noite da passada quarta-feira.

Na nota divulgada nesta quinta-feira, o partido liderado por Gonçalo da Câmara Pereira refere que “se mantêm as páginas e sites na internet de divulgação da AD, agora sem referência ao PPM”. Por isso, “se a situação se mantiver até ao início da próxima semana, o PPM informa que requererá uma providência cautelar” por se sentir “gravemente lesado pela utilização abusiva dessa designação por parte dos dois partidos”.

Quando foram conhecidas as listas de deputados, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, disse que o acordo “não foi possível” com os monárquicos devido a uma “questão de lugares”. “Não julgo que devamos pôr em causa um projeto político por questões de lugares nas listas e, portanto, a questão ficou resolvida”, disse o social-democrata, acrescentando que “nada impede” que se utilize “a nomenclatura AD do ponto de vista desta candidatura”.

Na opinião do PPM, isto mostra que Hugo Soares “marimbou-se para a ética”. “A Aliança Democrática é um património comum de três partidos e só deve ser utilizado pelos três em simultâneo. O PPM cumpriu o seu compromisso. Não aceitará que o PSD e o CDS-PP não cumpram o seu”, conclui o partido.

Gonçalo da Câmara Pereira já tinha dito ao DN que “o eleitorado reconhece a sigla AD com os três partidos”. Por isso, achava “abusivo utilizá-la”, defraudando “os eleitores”.

Agora, o PPM espera que “Luís Montenegro tenha o mesmo sentido ético que teve Pedro Passos Coelho”, quando, em 2015, optou por concorrer coligado com o CDS sob o nome “Portugal à Frente”.

Não obstante a exclusão do PPM das listas e da coligação às eleições legislativas, o PPM continuará na coligação na Região Autónoma dos Açores, onde está coligado com PSD e CDS, integrando o Governo Regional. E para as legislativas? Gonçalo da Câmara Pereira anunciou ao DN que o partido ainda está a tempo de fazer listas próprias ou de criar coligações com outras forças partidárias.

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