O PS e o Chega, os dois partidos que são tidos como cruciais, para além da AD, para que a privatização da TAP possa avançar, reagiram ao anúncio da operação de forma mista. O PS anunciou, pela voz do seu líder, José Luís Carneiro, que concorda com os moldes da operação, mas de seguida colocou como condição que sirva para recuperar os 3,2 mil milhões de euros que o Estado injetou na TAP nos últimos cinco anos. Já o Chega, através do líder André Ventura, afirmou que o anúncio da operação foi feito “de surpresa” e “sem consulta aos maiores partidos”.Ventura pediu a realização de um debate parlamentar de urgência, para esta sexta-feira, para que o Governo possa dar explicações sobre a privatização. O Chega opõe-se à privatização total da TAP, mas admite uma venda parcial, disse.Tal como DN noticiou, o Governo não avançou com a privatização total por saber se que o Chega e o PS se opõem. Este facto inviabiliza a privatização total, quanto mais não seja pela incerteza que cria junto dos potenciais investidores. O Chega e o PS aceitam a privatização parcial e o modelo que foi definido pelo Governo aposta num possível consenso com os dois maiores partidos da oposição.TAP “má” segue para insolvência e Estado terá de assumir risco do processo da brasileira AzulUm dos aspetos que poderão gerar mais debate será o das perdas associadas à Siavilo, a antiga TAP SGPS, que ficou com os ativos e passivos problemáticos do grupo, incluindo uma dívida de cerca de 200 milhões de euros à companhia brasileira Azul. O Estado considera que este empréstimo, concedido quando a Azul era acionista da TAP, deve ser vista como um suprimento e não como um financiamento normal. Sendo suprimento, é um crédito subordinado, que só pode ser pago se a empresa tiver resultados positivos. Como a antiga TAP SPGS vai entrar em insolvência - por decisão da TAP S.A., que é a sua maior credora, com uma dívida a receber de 1,1 mil milhões de euros -, a Azul arrisca-se a não receber o que ali investiu. Porém, a decisão final será dos tribunais e enquanto a questão estiver a ser tratada na Justiça a contingência associada a esta dívida continua a existir. O ministro Pinto Luz disse que a dívida à Azul não está nas contas da TAP S.A. - pelo que será o Estado a assumir esse risco - mas existe uma garantia que foi dada à Azul (o programa Vitória, de fidelização de clientes), que se for acionada terá consequências na TAP. Logo, o comprador da TAP terá de estar consciente disto e assumir o risco, disse o governante..Privados vão ter gestão da TAP, mas Estado terá palavra final em questões "críticas".TAP "má" segue para insolvência.Primeira fase da privatização da TAP envolve venda de 49,9% da companhia. PS quer devolução de três mil M€.Governo nomeou Carlos Oliveira como novo presidente do Conselho de Administração da TAP.Privados vão ter gestão da TAP, mas Estado terá palavra final em questões "críticas"