Esta segunda-feira, 15 de setembro, as três forças políticas que já integram a Câmara Municipal de Lisboa, junto com o Chega, vão protagonizar um debate televisivo (na SIC, às 20.30), a propósito das autárquicas marcadas para 12 de outubro, que promete desenterrar vários machados de guerra, com a capital em pano de fundo. Mas há algo que une os três representantes das coligações - Por ti, Lisboa (PSD, CDS e IL), Viver Lisboa (PS, Livre, BE e PAN) e CDU (Coligação Democrática Unitária, entre PCP e PEV): ninguém votou favoravelmente a moção de censura do Chega, encabeçada pelo deputado municipal Bruno Mascarenhas, ao atual Executivo camarário, liderado por Carlos Moedas, na sequência do acidente do Elevador da Glória, no dia 3 de setembro, que provocou 16 vítimas mortais e 23 feridos. Na altura, o deputado do Chega, que também estará no debate, classificou o acidente como “uma falha política e institucional”.Alexandra Leitão é a candidata da coligação Viver Lisboa à Câmara da capital e, por ter nascido nesta cidade, “começou a preparar-se para o debate” desta segunda-feira desde o dia em que nasceu, explicou ao DN fonte próxima da campanha, lembrando ainda que o anúncio desta candidatura aconteceu no dia 8 de março, no Dia Internacional da Mulher..“Enquanto Carlos Moedas tem tido uma postura mais virada para as câmaras de televisão e para as redes sociais”, Alexandra Leitão garante que vai ter outra postura, que passa por, acima de tudo, abster-se de ataques pessoais, “ao contrário do que o seu opositor tem feito”, explica a mesma fonte. Carlos Moedas já acusou Alexandra Leitão de “radicalismo”, por oposição à sua postura, que diz ser de “moderação”.Quando anunciou a candidatura, Alexandra Leitão prometeu que iria centrar as suas preocupações, caso ganhasse as eleições, na “emergência da habitação”, no “caos da mobilidade” e no “desleixo dos espaços” públicos. Promete também a extensão da gratuitidade do passe Navegante a todos os munícipes, independentemente da idade. No sábado passado, na Convenção Autárquica Nacional do PS, Alexandra Leitão disse querer “debater serenamente” o “saneamento, a higiene urbana e também as infraestruturas, todas elas, incluindo as de mobilidade”.Primeira conquista: debaterJoão Ferreira é o rosto da CDU na corrida à Câmara de Lisboa e é vereador. Portanto, entre as coligações referidas, tem assento na câmara, mas a SIC, onde o debate vai acontecer hoje, só tinha anunciado um duelo entre Alexandra Leitão e Carlos Moedas. Depois de uma queixa feita pela CDU à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e à Comissão Nacional de Eleições (CNE), João Ferreira será o terceiro elemento do frente a frente.O candidato comunista diz ter uma grande preocupação com a habitação, desde logo com a promoção de mais construção em terrenos municipais, ou com o reaproveitamento de edifícios desocupados do Estado. Para além disto, preocupa-se com a segurança, tal como Carlos Moedas tem dito, mas prefere uma aposta na reversão da política de encerramento das esquadras de proximidade.Fica de fora da coligação da restante esquerda porque garante que o voto dado ao PS em 2021 só serviu para viabilizar as políticas de Carlos Moedas.Debaixo de fogoCarlos Moedas é o incumbente da câmara e lidera a coligação Por Ti, Lisboa. Tal como os seus opositores, centra-se na habitação, e diz querer construir “novos bairros lisboetas” em terrenos que diz terem sido “desbloqueados” pelo seu Executivo, onde haverá construção com investimento público, privado e social, sem “ideologias”, assegura. Quer acabar com autocarros a gasóleo até 2030 e diz ter planos para um novo elétrico, desde o Terreiro do Paço até ao Parque Papa Francisco, junto à Ponte Vasco da Gama.Na apresentação da sua candidatura defendeu que “o que Lisboa menos precisa é de aventuras radicais. Lisboa precisa de moderados que ouvem, pensam, decidem e fazem”..Alexandra Leitão quer estudo sobre carga turística em Lisboa.“Recorrer até ao limite”, diz Carlos Moedas