Chega traça meta. “Um resultado que não seja vencer, ou liderar a direita, não será bom”
Foi no último dia do prazo legal para entregar a lista de candidatos às legislativas de 18 de maio, após a coligação anteriormente conhecida por Aliança Democrática e o PS anunciarem as suas escolhas na semana passada, tal como outros partidos com representação parlamentar, que houve a confirmação de quem serão os cabeças de lista do Chega. E com André Ventura a reafirmar o objetivo de levar o seu partido a ser o mais votado à direita do PS e a contribuir para as eleições antecipadas não resultarem no regresso da esquerda ao poder.
No Palácio da Justiça, onde entregou, ao início da tarde de ontem, a lista de candidatos do Chega por Lisboa - minutos depois de Miranda Sarmento e Mariana Vieira da Silva liderarem as comitivas da AD - Coligação PSD/ CDS e do PS que se deslocaram ao local com igual fim -, André Ventura reforçou o discurso que fizera na sexta-feira, reiterando que para o Chega “não há meias-derrotas”, pelo que ter menos votos ou menos deputados implicará falhar a meta, mas eleger “mais um ou dois deputados” também não será satisfatório. “Um resultado que não seja vencer, ou liderar a direita, para nós, não será um bom resultado”, disse o líder pardiário, garantindo que “não vai inventar desculpas”.
Por essa altura já eram conhecidos os últimos cabeças de lista do Chega que tinham ficado por anunciar na sexta-feira. Afinal, o professor universitário Gabriel Mithá Ribeiro continuará a ser o primeiro candidato no Círculo de Leiria, pelo qual se elegeu em 2022 e em 2024, depois de terem sido ultrapassadas divergências com a estrutura distrital. “As escolhas finais são do presidente do partido”, vincou Ventura, que terá como novidade em Bragança - único dos 22 círculos eleitorais onde não conseguiu eleger nenhum deputado no ano passado - o antigo dirigente centrista José Mário Mesquita, que já foi candidato à Câmara de Mirandela pelo CDS-PP.
Em sentido contrário, deixam de ser deputados do Chega os antigos cabeças de lista de Coimbra (António Pinto Pereira), Portalegre (Henrique de Freitas) e Beja (Diva Ribeiro). Algo que foi justificado por Ventura, mesmo ressalvando “não querer individualizar”, com a avaliação do seu trabalho ao longo da legislatura.
Por outro lado, as “características dos círculos eleitorais” levaram a que o Chega tenha trocado alguns cabeças de lista, com Pedro Frazão a passar de Santarém para Aveiro - onde enfrenta Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos -, Jorge Galveias a transitar de Aveiro para Évora, e Rui Cristina a descer de Évora para Beja.
Em tudo o resto, o equilíbrio entre continuidade e renovação pendeu sobretudo para o primeiro lado. Todos os outros cabeças de lista se repetem, incluindo Rui Afonso (Porto), Filipe Melo (Braga), Rita Matias (Setúbal) e Pedro Pinto (Faro), tal como nos lugares cimeiros dos dois maiores círculos continuam Rui Paulo Sousa, Marta Silva, Pedro Pessanha, Ricardo Regalla e Bruno Nunes, em Lisboa, ou Pacheco de Amorim e Cristina Rodrigues, no Porto.
Dizendo que “para vencer tem que se ter uma lista em consonância com o que se quer fazer”, Ventura garantiu que os candidatos do Chega lhe dão garantias para os grandes objetivosque o partido apresenta nestas eleições legislativas: combater a corrupção e imigração descontrolada e lutar pela segurança e qualidade de vida das pessoas.
Mesmo sem ter conseguido repetir o recrutamento de antigos deputados de outros partidos para as listas de candidatos - após assim ter feito com os sociais-democratas Eduardo Teixeira, Rui Cristina e Henrique de Freitas nas legislativas de 2024 -, Ventura defendeu que o Chega mantém poder de atração. “Costumava dizer-se que o PSD era o partido mais português de Portugal, por ser interclassista. Hoje, o Chega é que é o partido mais português de Portugal. Do norte ao sul do país, representa as diferentes classes, todos os tipos de formações académicas, profissionais e etárias”, disse, citando Sá Carneiro: “A questão da política não são os deputados; é o país.”