Não é necessário recuar muito no tempo para ter presente onde, como e quando Mariana Leitão começou a dar nas vistas na política portuguesa. Única deputada que a Iniciativa Liberal elegeu para a Assembleia Municipal de Oeiras nas Autárquicas de 2021, tornou-se notada pelas perguntas incisivas que fazia a Isaltino Morais, fossem relativas a opções para o desenvolvimento do concelho, às despesas do autarca com almoços em restaurantes de luxo ou aos critérios de distribuição de bilhetes para festivais musicais.Paralelamente, a gestora era a presidente do Conselho Nacional da Iniciativa Liberal aquando da Convenção Nacional de 2023, na qual Rui Rocha foi eleito sucessor de João Cotrim de Figueiredo, destacando-se entre os principais apoios do deputado eleito por Braga na disputa da liderança com Carla Castro. Não constituiu grande surpresa que tenha assumido a chefia de gabinete do grupo parlamentar no início desse ano. E, por essa altura, já Isaltino Morais reagia às intervenções da deputada municipal mais interventiva no escrutínio da sua governação com reparos de que ela estaria a fazer o tirocínio para quando tivesse assento na Assembleia da República.Não foi preciso esperar muito tempo para ver concretizar-se a profecia do presidente da Câmara de Oeiras. Com a demissão de António Costa, na sequência da Operação Influencer, a ditar a realização de novas Eleições Legislativas antecipadas, a 10 de março de 2024, Mariana Leitão integrou as listas do partido pelo Círculo de Lisboa, num segundo lugar de eleição garantida, partilhando com Mário Amorim Lopes, cabeça de lista por Aveiro, o estatuto de única novidade na bancada liberal.Como o até então líder parlamentar, Rodrigo Saraiva, teve direito a uma das vice-presidências da Assembleia da República, Mariana Leitão tornou-se líder parlamentar logo que foi empossada deputada. E desde então tem reforçado a influência dentro de um partido que, não obstante a estagnação eleitoral - patente na eleição dos mesmos oito deputados que na legislatura anterior -, permanece a quarta força partidária.Elevada a vice-presidente da Comissão Executiva de Rui Rocha na última Convenção Nacional, Mariana Leitão viu confirmado o estatuto de estrela ascendente do partido, até porque se tornou evidente, desde o arranque, que seria ela a protagonizar a candidatura presidencial com apoio da Iniciativa Liberal. Algo que se viria a confirmar ao início da tarde de 2 de fevereiro, sobrepondo-se esse anúncio à esperada reeleição do líder para um segundo mandato como a verdadeira apoteose da reunião que juntou os liberais no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures.Face à especulação de que a candidatura presidencial poderá servir mais um passo na ascensão acelerada de Mariana Leitão dentro da Iniciativa Liberal, tendo em vista a sucessão de Rui Rocha, a própria assegura não ter tal objetivo em vista. “Percebo que possam fazer essa correlação, mas não acho que seja propriamente justa, pois da mesma maneira que dependeu da minha vontade ser candidata a Presidente da República, certamente dependerá, única e exclusivamente, da minha vontade ser líder do partido”, comenta, acrescentando que “não é uma vontade que tenha neste momento, nem para um futuro próximo”..Mariana Leitão (IL): Na defesa das ideias liberais contra os amanhãs que metem medo