25 de Abril. Paulo Raimundo (PCP) diz que não haver sessão solene na AR não o choca
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou esta terça-feira que se não se realizar este ano a sessão solene comemorativa do 25 de Abril não será um problema, lembrando que já em outras ocasiões isso aconteceu.
"Já houve situações em que, com a Assembleia dissolvida, não houve a sessão solene, não nos choca isso", referiu Paulo Raimundo, acrescentando que aguardará pela decisão da conferência de líderes e que não fará "disso um problema".
A conferência de líderes de quarta-feira irá decidir se a Assembleia da República realiza ou não este ano a tradicional sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, no atual contexto de crise política e em que o parlamento estará dissolvido a partir de quinta-feira.
"Há uma história para trás, há uma experiência anterior e, portanto, acho que isto deve ser um ponto de partida para essa reflexão", declarou o dirigente comunista, em declarações aos jornalistas, no Funchal, onde participou hoje numa iniciativa com dirigentes sindicais, no âmbito da campanha eleitoral para as regionais de domingo.
Apesar de reconhecer que a sessão solene "não é um aspeto indiferente", o secretário-geral do PCP salientou que "aquilo que determinará as comemorações do 25 de Abril é a forma como cada um e as pessoas se mobilizarem para as várias comemorações populares em Lisboa, no Porto, em Setúbal, na Madeira, em todo o lado".
PSD defende realização de sessão solene no parlamento "nos termos habituais"
O PSD defende a realização da sessão solene do 25 de Abril na Assembleia da República "nos termos habituais e em que a conferência de líderes determinar", disse à Lusa o presidente da bancada social-democrata.
Na véspera da conferência de líderes que irá debater o tema, uma vez que o parlamento já se encontrará dissolvido nessa ocasião, a Lusa questionou Hugo Soares sobre a posição que o PSD irá levar à reunião.
"Defendemos a celebração do 25 de Abril, nos termos habituais e que a conferência de líderes determinar", afirmou Hugo Soares.
Questionado se não se oporá a uma sessão solene no parlamento, apesar de dissolvido, o também secretário-geral do PSD respondeu: "Pelo contrário, defendo".
Chega a favor de sessão solene mas pede que se evite fazer "campanha política"
Já o presidente do Chega disse esta terça-feira estar a favor da realização da sessão solene do 25 de Abril por considerar que "há datas que não podem deixar de ser assinaladas", mas pediu que se evite "campanha política" nesse dia.
Em declarações aos jornalistas antes de uma ação de contacto com moradores e comerciantes na freguesia da Misericórdia, em Lisboa, André Ventura defendeu que a cerimónia se possa realizar, mas, idealmente, "sem discursos de partidos ou de campanha política".
"Há datas que não podem deixar de ser assinaladas. Essa é uma delas, há outras, e acho que nós não devemos deixar de ter país por causa de umas eleições. Porém, devemos evitar que se usem estas datas para fazer campanha política", disse, acrescentando que "as datas são de todos" e "não devem ser usadas como manipulação e campanha".
Ventura ressalvou, porém, que se o parlamento optar por uma cerimónia com discursos políticos o partido também estará presente e, neste momento, "não se preocupa muito com isso".
A conferência de líderes de quarta-feira irá decidir se a Assembleia da República realiza ou não este ano a tradicional sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, no atual contexto de crise política e em que o parlamento estará dissolvido a partir de quinta-feira.
"Na conferência de líderes não ficou decidido se haverá ou não, este ano, sessão solene [do 25 de Abril de 1974]. É uma matéria que os grupos parlamentares solicitaram uma melhor reflexão. Essa reflexão, em princípio, ocorrerá na próxima quarta-feira, com uma nova conferência de líderes", anunciou na semana passada o deputado Jorge Paulo Oliveira.
A conferência de líderes de quarta-feira irá decidir se a Assembleia da República realiza ou não este ano a tradicional sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, no atual contexto de crise política e em que o parlamento estará dissolvido a partir de quinta-feira.
"Na conferência de líderes não ficou decidido se haverá ou não, este ano, sessão solene [do 25 de Abril de 1974]. É uma matéria que os grupos parlamentares solicitaram uma melhor reflexão. Essa reflexão, em princípio, ocorrerá na próxima quarta-feira, com uma nova conferência de líderes", anunciou na semana passada o deputado Jorge Paulo Oliveira.
A sessão que assinala a Revolução dos Cravos no parlamento não se realizou em apenas quatro dos 49 anos da Assembleia da República nascida das eleições de 25 de abril de 1976, data da entrada em vigor da Constituição democrática.
Em 1983, em 1993 e em 2011 não houve sessão evocativa no parlamento e em 1992, por proposta do então Presidente Mário Soares, a celebração transferiu-se para a zona de Belém, numa tentativa de a tornar mais apelativa e sensibilizar os mais jovens para as conquistas democráticas.
Em 1983, a sessão no parlamento não se realizou por haver eleições legislativas no próprio dia 25 de abril; em 2011, por a Assembleia se encontrar dissolvida; e em 1993, quando os órgãos de comunicação social decidiram em bloco boicotar todos os trabalhos parlamentares em protesto contra a limitação da circulação dos jornalistas no edifício de S. Bento, em Lisboa. Como não haveria cobertura, decidiu-se cancelar a sessão no parlamento.