Visita de Zelensky. Portugal compromete-se com apoio militar de pelo menos 126 milhões de euros em 2024
O primeiro-ministro realçou que Portugal já entregou à Ucrânia mais de mil toneladas de material militar, entre carros de combate Leopard 2 ou sistemas de drones, e mostrou-se empenhado em agilizar e acelerar processos de envio.
Este dado foi avançado por Luís Montenegro na conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em São Bento, Lisboa, depois de os dois países terem assinado um acordo de cooperação de segurança no domínio bilateral. Um acordo com um prazo de dez anos, mas com a possibilidade, se necessário, de ser prorrogado.
Perante os jornalistas, Luís Montenegro defendeu que o acordo agora assinado com a Ucrânia se caracteriza por ser "transversal, porque abrange domínios como a cultura, a ciência, a economia, a política ou a formação".
"O nosso compromisso contribui para a interoperabilidade global das forças de segurança da Ucrânia com NATO e também visa o apoio a parcerias ao nível das indústrias de defesa. Esta é uma ajuda de Portugal multifacetada, que, do ponto de vista quantitativo -- embora esse não seja o aspeto mais importante -- ascende já hoje a mais de 250 milhões de euros", estimou o líder do executivo português.
O avião que transporta o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky já descolou de Figo Maduro, colocando final à visita de Estado. O Airbus A319 presidencial deixou Figo Maduro pelas 20.53 horas, pouco mais de 45 minutos depois de Zelensky ter saído do Palácio de Belém, onde esteve reunido com o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa e assinou o livro de honra.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou em Lisboa que a Rússia é muito forte nas suas campanhas de desinformação, que visam provocar cansaço entre os aliados de Kiev em relação à guerra no seu país.
Em conferência de imprensa após assinar com o Governo português um acordo de cooperação válido para dez anos, Zelensky salientou que a Rússia "trabalha muito na guerra híbrida" e em concreto no campo da desinformação, considerando que é importante que "o mundo não se canse", porque está em causa a justiça.
"Caso contrário, não haverá justiça e o mundo será governado por pessoas como [o Presidente russo, Vladimir] Putin, o que seria uma loucura", comentou Zelensky, respondendo ao lado do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, a uma questão sobre uma eventual fadiga dos aliados de Kiev.
Volodymyr Zelensky já se encontra no Palácio do Belém, onde está a ser recebido pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da Ucrânia foi recebido com honras militares.
No jantar com Zelensky estarão também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e a vice-presidente da Assembleia da República Teresa Morais, informou a Presidência da República Portuguesa.
A cerimónia oficial de boas vindas ao Presidente da Ucrânia, que chegou ao Palácio de Belém perto das 18:10, teve lugar no Pátio dos Bichos.
Os dois chefes de Estado ouviram os hinos nacionais de Portugal e da Ucrânia e passaram por uma ala de honra formada pelo Esquadrão Presidencial.
Depois, na Sala das Bicas, Marcelo Rebelo de Sousa e Volodymyr Zelensky posaram lado a lado para a fotografia oficial, deram um vigoroso aperto de mão, e o Presidente da Ucrânia assinou o Livro de Honra do Palácio de Belém.
O encontro entre os dois chefes de Estado estava previsto para as 18:00 e o jantar de trabalho está marcado para as 18:30.
Luís Montenegro revelou esta terça-feira que o apoio militar de Portugal à Ucrânia em 2024 será de 26 milhões de euros.
“Apoiamos a Ucrânia na adesão à UE e à NATO. O apoio militar será de 126 milhões de euros em 2024. Entregámos até ao momento mais de 1000 toneladas de material militar. Recebemos cerca de mil pedidos de alojamento temporário, mas não nos esquecemos dos milhares que já cá estavam antes da guerra. A comunidade ucraniana é a segunda maior em Portugal e tem tido uma integração fantástica”, afirmou.
O primeiro-ministro português garantiu que a “circunstância de este não ser um acordo vinculativo não diminui força e não impede que os vários governos possam materializar este acordo”.
Já Zelensky fala de “uma parceria estratégica de dez anos” e acredita que este documento “vai funcionar”. “Não tenho dúvidas sobre a parceria”, salientou o presidente ucraniano, que acusa a Rússia de não respeitar “o mundo” nem aquilo que promete.
Questionado sobre se vai tentar convencer os países lusófonos a participar na Cimeira da Paz, Luís Montenegro garante que Portugal tem estado empenhado na paz e que tem sensibilizado presidentes de outros países.
“Países que falam português são daqueles com quem temos relações mais intensas. Temos dialogado com eles. Portugal tem estado empenhado na paz. Ainda hoje Presidente da República sensibilizou presidente da República Dominica, na semana passada sensibilizei presidente de São Tomé e Príncipe”, revelou.
Volodymyr Zelensky diz que Portugal tem sido um “sincero amigo e parceiro” e frisou que “os ucranianos estão bem integrados em Portugal”.
O presidente ucraniano agradeceu o treino dado pelas forças armadas portuguesas aos pilotos de F-16 das forças de Kiev e também a presença de Portugal na Cimeira da Paz.
Zelensky salientou ainda que “a Rússia quer eliminar os direitos humanos” e que é necessário “ter respeito pela vida humana” e “unir as famílias separadas”.
Luís Montenegro revelou esta terça-feira em conferência de imprensa que será o Presidente da República a representar Portugal na Cimeira da Paz, que se vai realizar na Suíça, tendo deixado elogios ao Presidente Ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“É uma honra recebê-lo em Portugal. Acontece quando se escreve uma das páginas mais negras da Europa, a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Todos pensavam que a Ucrânia não iria sobreviver, mas povo ucraniano tem mostrado grande coragem e resiliência para salvaguardar a sua segurança, soberania e integridade do seu território. Expresso a admiração de todo o povo português”, começou por dizer o primeiro-ministro acrescentou.
“Portugal condenou desde a primeira hora a agressão ilegal, injusta e injustificada da Rússia à Ucrânia. Tem sido uma guerra devastadora. No nosso encontro abordámos a situação no campo de batalha e a ajuda que a Ucrânia necessita para se defender. Haverá dois momentos importantes no próximo mês: uma reunião em Berlim e a Cimeira da Paz na Suíça. Portugal estará representado ao mais alto nível, pelo Presidente da República e pelo Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros”, acrescentou.
“O apoio de Portugal é inabalável e firme. O combate da Ucrânia é de todos nós. Este acordo reafirma empenho na cooperação. O nosso compromisso está plasmado no acordo”, assegurou.
“O objetivo é sempre a paz, não é a guerra pela guerra. Vamos trabalhar pela construção da paz e pelos direitos humanos, porque há pessoas a morrer e a sofrer. Por isso haverá na Suíça uma de várias cimeiras que se debruçarão sobre a paz. O objetivo são iniciar contactos certos que permitam ter avanços. Há muitos Estados a ajudar”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Zelensky e Montenegro já se encontram a assinar o acordo bilateral entre Portugal e Ucrânia no Palácio de São Bento, em Lisboa.
Zelensky será recebido pelo Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, primeiro-ministro, Luís Montenegro e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e o ministro da Defesa, Nuno Melo.
Guarda de honra recebe o presidente ucraniano e respetiva comitiva. Zelensky segue depois para a residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.
Banda do exército português tocou o hino da Ucrânia seguido do hino português. O presidente da Ucrânia recebe honras de Estado no Aeroporto de Figo Maduro.
O presidente Ucrâniano vai, em conjunto com Luís Montenegro assinar um acordo bilateral entre os dois países. Ambos estão já na residência oficial do primeiro-ministro português.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, vai ser esta terça-feira recebido no aeroporto Figo Maduro pelo Presidente da República e o primeiro-ministro, de acordo com o programa divulgado pelo gabinete do chefe de Governo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros e o chefe de Estado Maior das Forças Armadas também estarão na receção ao presidente ucraniano.
O Presidente da Ucrânia realiza hoje à tarde uma visita a Portugal, em que será recebido pelo chefe de Estado e pelo primeiro-ministro e assinará de um acordo de cooperação bilateral para dez anos.
O presidente da Câmara de Lisboa considerou esta terça-feira que a visita do chefe de Estado da Ucrânia a Portugal é importante para demonstrar solidariedade e apelou aos partidos para esclarecerem a sua posição sobre o conflito com a Rússia.
"Temos de ser muito claros do lado em que estamos, do lado da Ucrânia, do lado de um país que foi invadido pela Rússia", disse Carlos Moedas, que falava aos jornalistas à margem da inauguração da segunda clínica de proximidade do projeto municipal Lisboa + Saúde.
Lembrando que Lisboa foi das primeiras capitais a "reagir de imediato no apoio à Ucrânia", quando a Rússia invadiu militarmente o país em 24 de fevereiro de 2022, o autarca considerou que neste momento, com a campanha para as eleições europeias de 9 de junho, é "muito importante que os partidos tenham muito claro qual é a posição deles para que os eleitores possam imediatamente julgar o seu voto em relação a esta catástrofe de um país que está a invadir um país europeu".
"Penso que é de um grande significado para o país. É importante que o presidente Volodymyr Zelensky sinta que os portugueses estão com ele, que a Europa está com ele porque isto é uma guerra na Europa que nós estamos a viver e temos de lutar com todas as forças contra esta invasão inaceitável, contra este horror na Europa, por uma Rússia que invade um território, que invade um país soberano", sublinhou.
Carlos Pimentel / Global Imagens
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky assinou esta terça-feira um “acordo bilateral de segurança” com o Reino da Bélgica, num encontro com o primeiro-ministro belga Alexander De Croo, que permitirá a entrega de 30 aviões de combate F-16 à Ucrânia até 2028.
O primeiro avião vai a chegar “já este ano”, anunciou o presidente ucraniano numa curta nota. O documento assinado prevê um “acordo bilateral de segurança e apoio a longo prazo” entre a Ucrânia e a Bélgica.
“Pela primeira vez, um acordo deste tipo especifica o número exato de aviões de combate F-16 - 30 - que serão entregues à Ucrânia até 2028, com o primeiro a chegar já este ano,” anunciou o presidente ucraniano.
A visita do presidente ucraniano a Lisboa, esta terça-feira, vai durar apenas algumas horas (deve aterrar por volta das 15.00), mas obriga a uma "operação de grande complexidade", afirma a PSP, que pede "a compreensão dos cidadãos" para eventais constrangimentos de trânsito na capital, onde Volodymyr Zelensky vai reunir-se com o primeiro-ministro e o Presidente da República.
"É uma operação de grande complexidade e que envolve múltiplas valências da PSP, designadamente o corpo de segurança pessoal e todas as restantes subunidades da unidade especial de polícia", explica o porta-voz da direção nacional, Sérgio Soares, em declarações à rádio TSF.
Sem adiantar pormenores, Sérgio Soares refere alguns dos meios envolvidos para a visita de Zelensky a Portugal. "Temos equipas de trânsito, equipas de intervenção rápida, equipas de prevenção e reação imediata, equipas de deteção de comportamentos anómalos e equipas de policiamento estático para a segurança diária aos locais onde a entidade estiver presente, teremos também polícias a trabalhar de forma mais discreta, à civil, para deteção de movimentos e comportamentos anómalos, e também contra atiradores do nosso grupo de operações especiais".
Não identifica locais "por questões de segurança", mas o porta-voz da direção nacional da PSP avisa os automobilistas para eventuais constrangimentos de trânsito em Lisboa devido à presença de Zelensky.
"Por questões de segurança, não podemos identificar os locais em concreto, até porque temos trajetos principais e trajetos alternativos para que tudo corra em segurança. Mas aproveito para pedir a compreensão dos nossos cidadãos para eventuais condicionamentos de trânsito que possam ocorrer na cidade de Lisboa, os quais serão limitados no tempo e serão geridos pela polícia de segurança pública, de forma a mitigar e a minimizar esses constrangimentos", explica.
Assim que o avião de Zelensky atravessar a fronteira e entrar em território português, a responsabilidade da segurança passa para Portugal e entra em ação a Força Aérea Portuguesa. Quando já estiver no espaço aéreo português, o avião que transporta o líder ucraniano vai ser escoltado pelos F-16M até chegar ao aeroporto escolhido para receber o presidente. Todos os horários e detalhes das rotas são acertados ao pormenor.
Também em Lisboa, quando se deslocar de carro, tudo será planeado. “Vão existir vários trajetos, mas também várias alternativas. Vão existir itinerários de emergência e de evacuação. Ao longo de todo o caminho vão estar presentes agentes uniformizados e à civil, de forma a mitigar todos os elos da ameaça”, esclareceu à CNN Portugal o tenente-coronel João Alvelos, especialista em segurança do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT).
O cabeça de lista da CDU às eleições europeias disse hoje esperar que a visita do Presidente da Ucrânia a Portugal permita ao Governo "clarificar e afirmar a sua disponibilidade" para uma solução diplomática que trave a guerra.
"Espero que esta visita possa constituir uma oportunidade para que o Governo português possa clarificar e afirmar a sua disponibilidade e a sua perspetiva de intervenção política e diplomática para que se encontre uma urgente solução que trave a guerra", afirmou João Oliveira.
O candidato às eleições europeias falava aos jornalistas na estação ferroviária de Algueirão Mem-Martins, no concelho de Sintra, antes de apanhar um comboio para a Reboleira, na Amadora.
Para o cabeça de lista da CDU, do que o povo ucraniano precisa, assim como todos os povos a nível internacional, é de uma "solução de paz para a Ucrânia e de uma solução de segurança coletiva para toda a Europa".
Questionado sobre como é que encara o acordo de cooperação que deverá ser hoje assinado entre o Governo português e a Ucrânia, e que inclui assistência humanitária, financeira, militar e política, João Oliveira respondeu que, nos últimos dias, se tem ouvido falar em "F-16, mais armas e mais capacidades militares".
"Tudo isso contribui para a continuação da guerra e para a utilização do povo ucraniano como carne para canhão e para a afirmação de uma perspetiva de escalada, onde já se fala inclusivamente na utilização de armas para atacar o território", afirmou.
O candidato criticou quem está a "falar com uma ligeireza e com um grau de irresponsabilidade absoluta a propósito da guerra, como se não se estivesse a falar do envolvimento de países com capacidade nuclear em confronto".
"É precisamente por essa ligeireza, como se a guerra fosse uma questão a que nós assistimos à distância, sentados no sofá, que se continua a insistir na guerra. Ora, a solução tem de ser a paz: essa paz na Ucrânia, tal e qual como na Palestina", defendeu.
João Oliveira reforçou que "a guerra tem de ser parada" e tem de haver "alguém que ponha o dedo na ferida, apontando a responsabilidade daqueles que continuam a falar da guerra com a ligeireza com que falam, e que não mexem uma palha, não fazem um esforço para que haja paz".
"Nós continuaremos a insistir nesta tónica: não se pode tratar a guerra como se fosse uma questão tratada à distância sentado no sofá. Há pessoas a morrer na Ucrânia e noutros pontos do mundo, é preciso que esses povos tenham soluções de paz", sustentou.
Interrogado se não teme que a posição da CDU sobre o conflito na Ucrânia lhe possa vir a custar votos, João Oliveira respondeu: "Se quem defende a paz perder votos com isso, é um retrato sombrio dos tempos que estamos a viver".
"É agora que estamos a construir a história que há de ficar escrita nos livros daqui por 30 ou 40 anos, e nós não desistiremos de lutar pela paz hoje, como lutámos no século XX contra os conflitos que atingiram a Europa em todas as circunstâncias", disse.
Sobre se o PCP foi convidado para participar nalgum ponto da agenda de Zelensky hoje em Lisboa, João Oliveira disse que, tanto quanto sabe, essa questão não foi colocada.
FILIPE AMORIM/LUSA
O chefe de Estado da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, advertiu esta terça-feira que a ausência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, da conferência de paz prevista para junho "vai ser um aplauso para Putin".
Questionado sobre as expectativas para a Conferência de Paz que está a ser organizada pela Suíça, em junho, Volodymyr Zelensky disse que "tudo depende do quão resolutos estão os líderes mundiais" com o fim da invasão russo.
"Queremos saber se querem um cenário de paz completa ou se estão confortáveis com esta realidade", acrescentou Zelensky.
"Sabemos que os Estados Unidos da América [EUA] apoiam a conferência, mas não sabemos a que nível. Com todo o respeito, para todos nos EUA, que nos assistiram muito, mas agora a situação é muito simples: há uma cimeira de paz organizada por todo o mundo e eu acredito que o presidente Biden tem de estar lá", completou o chefe de Estado ucraniano.
O apoio de Portugal à Ucrânia desde o início da invasão russa estava no final de fevereiro abaixo da maioria dos aliados de Kiev, segundo uma análise do Instituto Kiel, da Alemanha, que verifica as transferências públicas de cada país.
Na mais recente avaliação do instituto, divulgada em abril, a cada um dos 41 parceiros da Ucrânia que usaram as suas dotações para prestar auxílio militar, financeiro e humanitário desde o início da invasão das tropas de Moscovo, em 24 de fevereiro de 2022, Portugal ocupava o 32.º lugar, com um total de cerca de 75 milhões de euros.
Quando avaliados os dados em função do Produto Interno Bruto (PIB), Portugal ficava no 33.º lugar, com 0,032% do valor da sua economia.
Estes dados poderão sofrer uma alteração substancial na terça-feira, quando Portugal e a Ucrânia assinarem, por ocasião da visita a Lisboa do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, um acordo de cooperação válido por uma década e que vai também sistematizar todo o apoio prometido por Lisboa nos últimos dois anos.