Ventura diz que devia ter sido o primeiro-ministro a demitir o secretário de Estado Hernâni Dias
Leonardo Negrão

Ventura diz que devia ter sido o primeiro-ministro a demitir o secretário de Estado Hernâni Dias

O primeiro-ministro comunicou na terça-feira que aceitou o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, realçando "o desprendimento subjacente à decisão pessoal" de Hernâni Dias.
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O líder do Chega, André Ventura, considerou esta quarta-feira que deveria ter sido o primeiro-ministro a demitir o secretário de Estado Hernâni Dias e adiantou que o partido quer ouvir no parlamento a secretaria-geral do Governo sobre este caso.

O presidente do Chega quis "sublinhar a demissão do secretário de Estado Hernâni Dias, vários dias após ter sido exigida a sua saída", incluindo por si, e reiterou que "não tinha, evidentemente, nenhumas condições para continuar em funções".

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André Ventura falava aos jornalistas no parlamento sobre a demissão do ex-secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, na sequência da notícia divulgada pela RTP na sexta-feira, de que Hernâni Dias criou duas empresas que podem beneficiar com a nova lei dos solos - área que tutela enquanto secretário de Estado.

O líder do Chega referiu o caso do deputado eleito pelo Chega que é suspeito de furtar bagagens no aeroporto, para defender a "diferente atitude" que teve, enquanto presidente do partido, e Luís Montenegro, enquanto primeiro-ministro.

"Num dos casos há uma exigência absoluta de renúncia, no outro dos casos há uma tentativa de olhar para o lado, a ver se os outros factos se sobrepõem, se cobrem ou se escondem a realidade. O primeiro-ministro acabou por ser surpreendido pela própria demissão do secretário de Estado, e não ter sido ele, como deveria ter sido, a tomar a iniciativa", criticou.

André Ventura considerou que, perante a situação em causa, Luís Montenegro "deveria ter tido uma atitude firme", acusando-o de ser "fraco em relação aos seus próprios governantes". 

O presidente do Chega considerou também que, apesar da demissão do secretário de Estado, o parlamento deve continuar o escrutínio.

Como o Chega também quer saber "se o primeiro-ministro e os membros do Governo, nomeadamente a secretaria-geral, tinham ou não conhecimento desta incompatibilidade evidente", quer chamar à Assembleia da República este novo órgão do Governo que entrou em funções no início do ano.

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"Nós vamos exigir à coordenação do Governo, nomeadamente à nova secretaria-geral, que venha ao parlamento prestar esclarecimentos sobre quem, na altura, antes da nomeação da nova secretaria-geral, fazia a análise dos processos individuais de cada governante", indicou.

Através de uma nota divulgada terça-feira ao fim da tarde, o primeiro-ministro comunicou que aceitou o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, realçando "o desprendimento subjacente à decisão pessoal" de Hernâni Dias. Esta foi a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 2 de abril do ano passado e é liderado por Luís Montenegro.

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