Trabalhadores afetados por congelamento terão progressão mais rápida a partir de 2024
Medida abrangerá 349 mil trabalhadores que foram afetados pelos dois congelamentos das progressões.
Os funcionários públicos com 18 anos de serviço, abrangidos pelos nove anos de congelamento das progressões e que tiverem seis pontos na avaliação de desempenho, terão uma progressão na carreira a partir de 2024, explicou esta quarta-feira o Governo.
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A medida foi proposta hoje pela secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, em reuniões com o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), a Federação Sindical da Administração Pública (Fesap) e a Frente Comum de Sindicatos, na Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa.
"Na esfera da aceleração do desenvolvimento das carreiras, o nosso foco foi a apresentação de uma medida que visa que os trabalhadores que tenham 18 anos de carreira e tenham tido os dois congelamentos, que são de nove anos como um todo, têm uma redução do número de pontos que são necessários para alterar a sua posição remuneratória", disse aos jornalistas a secretária de Estado.
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Segundo indicou, habitualmente são precisos dez pontos da avaliação de desempenho para os trabalhadores poderem progredir, mas a medida permitirá a estes trabalhadores uma redução para seis pontos.
Esta medida abrangerá 349 mil trabalhadores que foram afetados pelos dois congelamentos das progressões (um que ocorreu de 2005 a 2007 e outro de 2011 a 2027) e aplica-se "a partir de 2024 e uma vez a cada trabalhador deste universo", acrescentou a secretária de Estado.
A negociação sobre esta medida específica de aceleração das progressões vai decorrer a partir de maio, uma vez que em abril o Governo e os sindicatos vão continuar a discutir a atualização salarial intercalar de 1% para mitigar o impacto da inflação bem como a regulamentação da agenda do trabalho digno.
Sobre a possibilidade de fazer retroagir a janeiro o aumento intercalar de 1% para a função pública, como pedem os sindicatos, e que está previsto apenas para abril, a governante disse que o executivo terá em consideração, na próxima reunião, dia 05 de abril, as propostas das estruturas sindicais.
Inês Ramires indicou ainda que o aumento salarial adicional de 1% e a subida do subsídio de alimentação, de 5,20 euros para seis euros, a partir de abril, representam um custo de 300 milhões de euros.
Com o conjunto das medidas para a função pública, o aumento da massa salarial vai passar de 5,1% para 6,3%, ou seja, passa de 1.300 milhões de euros para 1.624 milhões, acrescentou.
"Mais de 40% dos trabalhadores da administração pública têm um aumento igual ou superior à inflação", realçou a secretária de Estado, indicando ainda que as medidas resultam numa subida de rendimentos entre 10,3% para os salários mais baixos e de 3,1% para os de topo.