O Governo vai atribuir incentivos adicionais aos hospitais públicos para garantir que os doentes oncológicos que ultrapassem os tempos de espera recomendados sejam operados num prazo máximo de três meses..Segundo o Plano de Emergência da Saúde, a que a Lusa teve acesso, para garantir o apoio a estes doentes e cumprir as metas propostas, será reforçado o envolvimento do SNS24, se necessário, para facilitar o agendamento fora do hospital de residência do doente..O plano, que será hoje apresentado, está organizado em cinco eixos estratégicos prioritários..Regularizar o acesso aos cuidados de saúde garantindo o atendimento do doente no tempo clinicamente recomendado é um dos eixos do plano, que visa também criar um ambiente seguro para o nascimento, reforçar o serviço de urgência, resolver os problemas de acesso aos cuidados de saúde primários e garantir o acesso a serviços habilitados à prestação de cuidados de saúde mental..Em cada eixo, o plano prevê medidas urgentes, de aplicação imediata, para obter resultados num período de até três meses; prioritárias, planeadas para gerar resultados até ao final do ano; e estruturantes, com planeamento e aplicação a médio-longo prazo..Nas medidas para os doentes oncológicos, o Governo pretende ainda, até final do ano, alterar a contabilização do Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG) para conseguir uma resposta mais rápida..Outra das medidas previstas é o aumento da capacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na realização de partos, atribuindo incentivos por parto "acima da produção média diária de partos da instituição", dando liberdade às Unidades Locais de Saúde para distribuírem o incentivo pela equipa "da forma mais equitativa"..O plano prevê igualmente um reforço das convenções com os setores social e privado para expandir a capacidade instalada para a realização de partos do SNS..Até final do ano, o Plano de Emergência prevê igualmente a criação do Atendimento Referenciado de Ginecologia de Urgência (ARGU), com consulta aberta de ginecologia, prevendo com esta medida libertar até 40% de casos "puramente ginecológicos" das urgências de obstetrícia..Serão ainda atualizados os rácios de pessoal e de composição das equipas nos locais de parto, para otimizar as valências de cada membro da equipa disciplinar e "assegurar a manutenção dos locais de parto consoante o número de profissionais disponível, procurando ajustar o número de partos à capacidade real em vez de fechar por completo o local de parto quando o rácio não é alcançado"..A tabela de preços convencionados para exames, nomeadamente ecografias pré-natais, será igualmente revista, aproximando o preço convencionado ao preço praticado no SNS..Vão ser ainda criados atendimentos pediátricos referenciados onde as populações em idade pediátrica podem ser atendidas "em regime de consulta aberta"..A médio/longo-prazo o Governo quer separar as especialidades de Ginecologia e Obstetrícia, dando oportunidade aos profissionais de se dedicarem à sua área de especialização respetiva..A Ordem dos Psicólogos Portugueses congratulou-se hoje com a contratação de 100 profissionais para os centros de saúde, medida contemplada no Plano de Emergência da Saúde do Governo, mas avisa que esforço tem de continuar nos próximos anos..Numa nota enviada à agência Lusa, a Ordem dos Psicólogos, através do seu bastonário, Francisco Miranda Rodrigues, considera positivo que o Plano de Emergência para a Saúde hoje apresentado contemple a medida de contratar 100 psicólogos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), medida que vem propondo a vários executivos.."É algo que a Ordem tem vindo a propor a vários governos há muito tempo e tinha ficado acordado com a anterior Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde. É muito positivo que a contratação dos psicólogos finalmente avance e que seja dado este primeiro passo para um maior acesso dos portugueses aos serviços de psicologia", destaca Francisco Miranda Rodrigues citado na nota..O bastonário adianta que apresentou à ministra da Saúde um plano que previa, entre outras medidas, a contratação de 300 psicólogos para o SNS, 100 dos quais já este ano..Francisco Miranda Rodrigues explica que a contratação destes 100 psicólogos ainda este ano "é o cumprir do que tinha ficado acordado entre o Governo e a Ordem", mas sublinha que "agora é importante que este esforço continue no próximo ano até se chegar ao mínimo de 300 psicólogos, que é o duplicar número atual nos centros de saúde em todo o país"..O bastonário da OPP destaca ainda a importância da continuação e reforço das equipas comunitárias de Saúde Mental, medida que "vem na sequência do que já estava previsto, mas a sua efetivação vai permitir dar uma resposta de proximidade à população"..Francisco Miranda Rodrigues elogia ainda a criação de programas estruturados de intervenção na ansiedade e depressão, que vai ao encontro a uma proposta feita pela Ordem aos governos desde 2017..A Ordem dos Enfermeiros disse esta quarta-feira que o Plano de Emergência para a Saúde "não concretiza" qualquer medida para "a maior classe profissional da Saúde", o que o pode "condenar ao fracasso" e apela a mais contratações..Citado em comunicado da Ordem dos Enfermeiros (OE), o bastonário Luís Filipe Barreira defendeu que "qualquer medida, plano ou reforma que não tenha em consideração a maior classe profissional da saúde, está condenada ao fracasso" e alertou para que não se conte com os enfermeiros para "uma vez mais, se sacrificarem a troco de muito pouco ou nada".."A OE espera ainda conhecer ao pormenor as 54 medidas que compõem o plano de emergência, mas já identifica problemas como a falta de recursos humanos e falta de medidas que promovam a motivação dos enfermeiros. Não é possível continuar com o discurso de que é possível fazer mais com os recursos humanos que temos e nas condições em que trabalham. É preciso mais profissionais, mas também profissionais mais motivados, que sintam que a sua mais-valia profissional é reconhecida por quem decide", lê-se no comunicado..A OE considera "urgente avançar para um processo de contratação célere", referindo que os dados oficiais apontam para a falta de 14 mil enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde, apelando ainda à regularização de vínculos precários, por exemplo, nas Unidades Locais de Saúde, como forma de "travar a emigração" destes profissionais..O secretário-geral do PS acusou esta quarta-feira o Governo de não ter apresentado um plano de emergência para a saúde, mas sim um 'powerpoint' com medidas que descrevem o atual trabalho do SNS, considerando que foi uma "profunda desilusão".."Nem eu nem nenhum português ouviu nenhum plano. Aquilo que foi apresentado foi um 'powerpoint' com um conjunto de medidas que descrevem aquilo que já é hoje o trabalho diário do SNS. Não há nenhuma visão para o SNS, nenhuma reforma, mas temos que esperar para vermos o plano", respondeu aos jornalistas Pedro Nuno Santos numa final de uma ação de campanha para as europeias em Portimão, Faro..Segundo o líder do PS, este 'powerpoint' "não inspira muita confiança numa mudança no SNS".."Não vamos fazer nenhuma festa por causa de um 'powerpoint' que na realidade não traz nada de extraordinário que nos dê esperança sobre o que este Governo vai fazer no SNS", disse..Para Pedro Nuno Santos, a apresentação deste plano de emergência para a saúde "foi até uma desilusão" porque havia "uma grande promessa de apresentação de um plano em 60 dias para dar resposta a um problema que preocupa os portugueses" e, depois, o que há é "um listar de medidas, grande parte delas é o trabalho que o SNS faz todos os dias".."É uma profunda desilusão", sintetizou..O PCP acusou esta terça-feira o Governo PSD/CDS-PP de querer degradar o SNS e desviar recursos para os grupos privados com um Plano de Emergência que não reforça a capacidade de resposta dos serviços públicos nem valoriza carreiras..Esta posição foi assumida na Assembleia da República pela líder parlamentar do PCP, Paula Santos, depois de o Conselho de Ministros ter aprovado hoje um Plano de Emergência e Transformação na Saúde, que foi apresentado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins.."As medidas que foram anunciadas ainda há pouco pelo Governo vão ao encontro de um objetivo, e o objetivo é continuar degradar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), é continuar numa linha de perda de capacidade de resposta do SNS para desviar recursos financeiros para os grupos privados que intervêm na área da saúde", declarou Paula Santos aos jornalistas..A líder parlamentar do PCP apontou que "naquelas medidas não há uma única para valorizar os profissionais de saúde, nas suas carreiras, nas remunerações, na garantia de condições de trabalho", e também "não há o reforço do investimento nas infraestruturas, nos equipamentos, que são tão importantes para assegurar o aumento da oferta da capacidade do SNS".."No que diz respeito aos cuidados de saúde primários, podemos dizer: o Governo escancara as portas para os grupos privados e para o setor privado, com o anúncio do avanço das USF modelo C com a bolsa de convencionados", considerou..O que é preciso "é investir na garantia das condições de trabalho, investir nas carreiras, investir nas remunerações" dos profissionais no SNS, contrapôs..A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) considerou esta terça-feira que o Plano de Emergência da Saúde apresentado pelo Governo é um conjunto de medidas vazias, que precarizam mais a profissão..São medidas temporárias, que só existem porque o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está em rotura, mas não medidas para uma reestruturação do setor, disse à Lusa a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá..O Governo apresentou hoje um Plano de Emergência da Saúde, que contempla medidas como a criação de centros de atendimento clínico para atender situações agudas de menor complexidade e urgência, a criação de 20 unidades de saúde familiar para 180 mil utentes, atribuição de incentivos para cirurgias oncológicas ou um canal de atendimento direto para grávidas..Num comentário ao anúncio, a presidente da Fnam lamentou que as medidas sejam "baseadas em incentivos" que vão "criar mais desigualdades" e "desestruturação das equipas". O que o Governo faz "é convidar a mais trabalho extraordinário e também mais trabalho precário", disse..Joana Bordalo e Sá comentou também o anúncio do envolvimento, no plano, dos setores privado e social afirmando que não é qualquer novidade, porque estes sempre estiveram envolvidos e já recebem muitos milhões de euros por ano..O candidato da IL às europeias considerou hoje que o programa de emergência para a saúde, apresentado pelo Governo da AD, não vai "suficientemente longe" na redução das listas de espera e atribuição de mais médicos de família..No final de uma visita a uma `stand´ automóvel em Gondomar, no distrito do Porto, e sublinhando que este tema é de política nacional e não europeia, João Cotrim de Figueiredo afirmou, ainda assim, que as medidas apresentadas na saúde pela AD são "apenas medidas de emergência".."O que nós dizemos é que apresentámos há mais de um ano um projeto de reformulação estrutural do Sistema Nacional de Saúde, chamado 'A sua Saúde', que era bastante mais ambicioso e bastante mais estrutural do que aquilo que, aparentemente, o Governo da AD está disponível para fazer", disse..Para o primeiro da lista da IL, o programa de emergência para a saúde "não vai suficientemente longe no que diz respeito à redução das listas de espera, nem à atribuição de mais médicos de família aos portugueses"..Cotrim de Figueiredo afirmou que as medidas da IL para a saúde "contrastam com as soluções mais ou menos de retalho e de remendo" da AD..Por isso, o candidato liberal frisou que é importante "assumir de uma vez por todas" que o Sistema Nacional de Saúde (SNS), tal como está, não vai conseguir corresponder às necessidades dos portugueses que são cada vez maiores devido às pressões demográficas.."Não vai conseguir, se não mudar estruturalmente a forma como está concebido", vincou..As grávidas vão ter um canal de atendimento direto, disponível através do SNS24, para garantir que são encaminhadas devidamente para os hospitais mais perto da sua casa, anunciou hoje a ministra da Saúde..Através da linha "SNS grávida", a mulher será "encaminhada para o bloco de partos que está disponível mais perto da sua residência" para não se sentir perdida, disse Ana Paula Martins na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, onde foi aprovado o Plano de Emergência da Saúde..Para divulgar o serviço, a ministra avançou que irá ser feita "o mais rapidamente possível" uma campanha para as grávidas perceberem que se ligarem para a linha vão "obter a confiança e a segurança que precisam para saber exatamente onde se dirigir".."Mas sabemos que pode não acontecer assim. A grávida pode não ligar para a linha porque de repente não se sente bem e obviamente vai procurar o primeiro hospital", adiantou..Por esta razão os serviços de urgência dos hospitais estarão orientados no sentido de pedir, através desta linha, informação sobre o hospital a que a grávida se deve dirigir "e garantir que o transporte é feito, dependendo da situação que a pessoa tem",.A medida faz parte de um dos cinco eixos prioritários do documento, designado "Bebés e mães em segurança"..O eixo prevê também aumentar a capacidade do SNS na realização de partos através da atribuição de um incentivo por parto acima da produção média diária de partos da instituição, dando liberdade às Unidades Locais de Saúde (ULS) para distribuírem o incentivo pela equipa da forma mais equitativa..Segundo o plano, haverá um reforço das convenções com o setor social e privado para aumentar a capacidade instalada para a realização de partos do SNS..A resposta nos cuidados de saúde primários nos concelhos de Sintra e Cascais vai ser reforçada com um protocolo com o Hospital de Cascais, que funciona em parceria público-privada, segundo o Plano de Emergência da Saúde aprovado em Conselho de Ministros..Os concelhos de Sintra e Cascais têm uma elevada taxa de utentes sem médico e de familia e esta parceria vai permitir cobrir mais de 75 mil utentes..O documento, a que a Lusa teve acesso, aponta a existência de mais de 110.000 utentes sem médico de família no concelho de Cascais e em cinco freguesias do conselho de Sintra, cujos centros de saúde ficaram integrados na Unidade Local de saúde (ULS) de Lisboa Ocidental e na ULS de Amadora-Sintra..Segundo o plano, o Hospital de Cascais detém uma capacidade instalada "suficiente e disponível" para responder às necessidades em saúde daqueles 75.000 utentes, assim como para assegurar a realização de todos os meios complementares de diagnóstico e terapêutica considerados necessários..Vai também ser criada uma linha de atendimento dedicada aos utentes que necessitam de acesso a um médico no próprio dia..Os autores do plano consideram que a integração da linha SNS 24 neste processo "é essencial" porque é um "recurso valioso" que "pode ser adaptado" para atender a esta necessidade..A intenção é, numa 1.ª fase, que a linha de atendimento faça chamadas para os utentes sem médico de família, com o objetivo de lhes atribuir médico assistente em instituições do setor social..Numa fase posterior, os utentes, caso não tenham médico atribuído, poderão, de forma proativa, contactar a linha de atendimento sempre que necessitarem de um médico assistente.. O Governo vai lançar até final do ano um concurso público para a criação de 20 Unidades de Saúde Familiar geridas pelos setores social e privado em regiões com falta de médicos de família..Segundo o Plano de Emergência da Saúde, hoje aprovado em Conselho de Ministros, serão criados quatro agrupamentos com cinco Unidades de Saúde Familiar modelo C cada, dois dos quais em Lisboa, um em Leiria e outro no Algarve, cobrindo até 180 mil utentes..O modelo C prevê que a gestão das Unidades de Saúde Familiar (USF) seja entregue aos setores privados ou sociais, com autonomia total na contratação de recursos humanos, por exemplo..Segundo o Plano de Emergência da Saúde, elaborado por um grupo de trabalho liderado pelo médico Eurico Castro Alves, será ainda lançado um concurso, em paralelo, para a criação de USF modelo C de pequena/média dimensão, com enfoque em Lisboa e Vale do Tejo..Para colmatar as necessidades temporárias de capacidade assistencial dos cuidados de saúde primários, será ainda prorrogado o regime de contratação de médicos aposentados, que será alvo de revisão, segundo o documento..A este respeito, pretende-se que a remuneração base destes médicos seja paga a 100%, em vez dos atuais 75%..Serão ainda revistos os critérios de transição de USF modelo A e Unidades de Cuidados de Saúde Primários (UCSP) para USF modelo B, através da redução do limiar do Índice de Desempenho Global (IDG) para 50% e do ajuste dos critérios de acesso a USF modelo B diferenciados para regiões de baixa densidade populacional..Ainda este ano, o Governo prevê reforçar a parceria com associações de médicos e cooperativas com vista a alargar a capacidade de prestação de cuidados de saúde primários por parte do SNS..O Governo vai criar centros de atendimento clínico para atender situações agudas de menor complexidade e urgência, que funcionarão como "coroa de proteção" aos serviços de urgência hospitalares..A medida consta do Plano de Emergência da Saúde, hoje apresentado na conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros, que foi elaborado por um grupo de trabalho, liderado pelo médico Eurico Castro Alves..Segundo o plano, a que a agência Lusa teve acesso, os Centros de Atendimento Clínico podem ser "entidades públicas, sociais e privadas que possam disponibilizar logísticas adequadas para o atendimento de situações agudas de menor complexidade clínica e urgência"..De forma complementar, e no sentido de se aumentar a capacidade de resposta da estrutura instalada no SNS, deverá ser explorada a criação de "consultas abertas" nos próprios hospitais com Serviço de Urgência.."Em Lisboa, por exemplo, já estão a ser realizados esforços para se encontrar um conjunto de alternativas com capacidade de atendimento de aproximadamente 1.000 doentes por dia com situações agudas de menor complexidade clínica (implicando entre 24 e 36 gabinetes de observação) até ao final de 2024", lê-se no documento..Após a adoção desta medida em Lisboa, seguida depois do Porto, serão abrangidas outras cidades de forma gradual..Está também prevista a requalificação dos espaços de urgências: "É essencial para a criação de um ambiente propício à prestação de cuidados urgentes e emergentes, designadamente quanto aos fluxos urgentes/emergentes das Vias Verdes e à área da Saúde Mental", lê-se no documento..Relativamente aos internamentos, o objetivo é libertar até ao final do ano camas indevidamente ocupadas por situações sociais nos internamentos hospitalares dedicados a doentes com patologia aguda.."Ao nível do SNS24, será melhorado o algoritmo em termos da pré-triagem e será permitido o encaminhamento para Centros de Atendimento Clínico, a referenciação para Urgências Metropolitanas por especialidade ou procedimento específico e o agendamento de consultas do dia seguinte", lê-se no documento de 209 páginas..Dentro do contexto do SNS24, será também disponibilizada a opção de teleconsultas médicas a situações de menor complexidade e urgência clínica..Além destas medidas, será também constituído um Departamento de Urgência e Emergência Médica na Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) para centralizar a gestão da rede e será criada a especialidade Médica de Urgência..Ao nível do transporte do doente crítico, pretende-se garantir o transporte em segurança entre hospitais com veículos especializados e dedicados do INEM, bem como, assegurar a resposta de transporte pré-hospitalar para regiões especialmente carenciadas..O plano está organizado em cinco eixos estratégicos prioritários, entre os quais reforçar o serviço de urgência para atender situações "realmente urgentes e emergentes", e cada eixo prevê "medidas urgentes", de aplicação imediata para obter resultados num período de até três meses, "medidas prioritárias", planeadas para gerar resultados até ao final do ano, e "medidas estruturantes", com planeamento e aplicação a médio-longo prazo..A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, anunciou que há mais de 260 mil pessoas em lista de espera para cirurgia, mais de 74 mil acima dos tempos máximos de espera de resposta garantidos. Destes, mais de 9 mil são doentes oncológicos..Na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros, Luís Montenegro enumerou os cinco eixos do plano de emergência e transformação para a área de saúde: combate a listas de espera, bebés e mães, cuidados urgentes e emergentes, medicina familiar e saúde mental.Ainda assim, avisou que "muitos problemas só se resolvem com tempo"..Luís Montenegro está a apresentar o programa de emergência e transformação para a área da saúde e disse que queria “esgotar toda a capacidade disponível do nosso SNS”, mas que, “quando a capacidade do SNS esgotar, os portugueses vão poder recorrer ao setor social e privado”, o que está plasmado no programa. .“O SNS é a nossa base. Precisa de melhor gestão e de mais recursos. O Governo não faz da saúde uma questão ideológica. Estamos preocupados não na ideologia mas sim nas pessoas”, vincou..De acordo com o Programa do Governo, este plano elaborado por um grupo de trabalho coordenado pelo médico Eurico Castro Alves incidirá na recuperação das listas de espera para consultas, cirurgias e exames, na resposta de cuidados materno-infantis e nos cuidados de saúde primários..Nessa ocasião, o chefe do executivo de coligação PSD/CDS-PP adiantou ainda que, paralelamente a este plano, o "Governo não deixará de implementar uma reforma estrutural que fortaleça e preserve" o Serviço Nacional de Saúde (SNS) como base do sistema, mas alertou que deve ser aproveitada a capacidade instalada nos setores social e privado, "sem complexos ideológicos inúteis"..O Programa do XXIV Governo reconhece que o diagnóstico sobre o estado atual da Saúde em Portugal "está bem feito e documentado por fontes sérias e idóneas", sendo "transversalmente considerado preocupante".."Os tempos clinicamente recomendados para consultas e cirurgias são frequentemente ultrapassados em vários hospitais do SNS", refere ainda o documento, ao salientar que a "degradação consecutiva das condições de trabalho" dos profissionais de saúde tiveram "consequências desastrosas na organização" dos serviços, com "particular gravidade" para as urgências..Perante isso, o plano de emergência, de acordo com o Programa do Governo, pretende assegurar que os tempos máximos de resposta são garantidos para consultas de especialidade, cirurgias e meios complementares de diagnóstico e terapêutica..Além disso, aposta em "garantir a resposta de urgência em saúde materno-infantil e visa atribuir um médico de família a todos os portugueses, começando pelas pessoas mais frágeis".Quando falamos em emergência, tentamos resolver as situações com pensos rápidos, de forma incorreta, em vez de pensarmos em soluções estáveis, duradouras e com respostas a curto, médio e longo prazo.” A declaração é do presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), Nuno Jacinto, que esta terça-feira defendeu ao DN que “um Plano de Emergência para a Saúde (PES) no estado atual do Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem de ter uma aposta claríssima naquilo que são as condições de trabalho dos profissionais para os conseguir reter e fixar. E não falo só dos médicos de família, mas de todos os outros profissionais, como enfermeiros, secretários clínicos, etc.”.Para a APMGF esta é a prioridade das prioridades na elaboração de um PES e Nuno Jacinto diz esperar que tal não tenha sido esquecido pela equipa nomeada especificamente para esta missão e pelo próprio Governo. Até porque, “o que vier neste plano tanto nos pode dar um sinal de que, de facto, se vai valorizar os cuidados primários de saúde e os médicos de família, como um sinal absolutamente contrário e negativo, que as medidas definidas são soluções de curta duração.” Ora, avisa, “os médicos de família ainda não atiraram a toalha ao chão, mas há anos que vivem o desânimo”. .Clique aqui para ler a notícia completa.