Sebastião Bugalho
Sebastião BugalhoPAULO SPRANGER /GLOBAL IMAGENS

Sebastião Bugalho é cabeça de lista da AD. Temido lidera lista do PS

Autarca do Porto Rui Moreira recusou integrar lista da coligação de direita por não ser o número 1.
Publicado a: 
Atualizado a: 

O jornalista e comentador televisivo Sebastião Bugalho vai ser o cabeça de lista da AD às eleições europeias, disse à Lusa fonte oficial do partido.

A lista da coligação Aliança Democrática (PSD, CDS-PP e PPM) ao Parlamento Europeu vai ser hoje votada numa reunião do Conselho Nacional do PSD, marcada para as 21:00 em Lisboa.

Sebastião Maria Reis Bugalho nasceu a 15 de novembro de 1995 (28 anos) e é atualmente colunista do Expresso e comentador televisivo da SIC.

Em 2019, concorreu como independente nas listas de candidatos a deputados do CDS-PP, na direção de Assunção Cristas, acabando por não ser eleito. Dois anos mais tarde, podia ter substituído Ana Rita Bessa na Assembleia da República, mas recusou.

Filho mais velho dos jornalistas João Alberto Santos Fernandes Bugalho e Patrícia Reis, Bugalho foi aluno do curso de Ciência Política, no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, tendo dados os primeiros passos no jornalismo no i e no Sol e foi depois comentador na TVI24.

No livro "Na cabeça de Ventura", da autoria do jornalista do semanário Expresso Vítor Matos, relata-se que foi Sebastião Bugalho o jornalista contactado pelo consultor de comunicação João Gomes de Almeida para uma entrevista ao líder do Chega que acabaria por fazer manchete e dar-lhe notoriedade, e em que era divulgado um estudo -- cuja veracidade o livro coloca em causa -- a ligar a comunidade cigana à sensação de insegurança em Londres.

Em 2020, Sebastião Bugalho foi alvo de um inquérito por suspeita de violência doméstica, que em 2022 acabou arquivado por falta de provas.

Na última edição do semanário Expresso, escreveu um artigo centrado em Luís Montenegro, considerando que o presidente do PSD "mantém como primeiro-ministro o mesmo posicionamento que apresentou durante a sua candidatura ao cargo: nenhum".

"Desde que se fez líder do PSD, o recém-empossado evitou comprometer-se nas mais variadas matérias, desde a regionalização, em que se opôs a um referendo sem revelar a sua posição, à eutanásia, em que propôs um referendo sem dizer como votaria, culminando no novo aeroporto, em que consensualizou o modelo de escolha sem anunciar (até hoje) para que lado pende. E na campanha eleitoral não foi muito diferente", disse.

O colunista do Expresso até admite que "para quem chefia um Governo minoritário e lida com um sistema político em mudança, renegar a tática seria impraticável".

"Mas torná-la a trave mestra da sua ação seria um erro. A ambiguidade enquanto regra tem as suas limitações, porque não pode ser aplicada em todas as ocasiões de igual maneira. É compreensível, ainda que gratuito, encobrir acordos para a mesa da Assembleia da República. É menos aceitável que não se clarifique uma baixa de IRS. As pessoas podem não querer saber quem é o presidente da Assembleia, mas querem certamente saber se vão pagar mais ou menos impostos este ano", escreveu, aconselhando Montenegro a "estabelecer uma relação com os portugueses", "que permita as boas e as más notícias, que sobreviva a tragédias e comemorações".

Sebastião Bugalho defende, neste artigo, que "a tolerância nacional para o teatro esgotou-se: no hemiciclo, na opinião pública e nos eleitores".

"Há demasiados desiludidos para frustrar mais expectativas. Se alguém julgava que, depois de 10 de março, se poderia continuar como dantes, é com a maior simpatia que escrevo: sr. primeiro-ministro, esqueça isso", termina.

Nos últimos dias, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, era o nome mais falado para liderar a lista da AD às europeias, o que gerou alguma contestação entre militantes do Porto.

Rui Moreira não aceitou ser segundo

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, recusou o convite para integrar o segundo lugar da lista da Aliança Democrática (AD) às próximas eleições europeias de 09 de junho, disse à Lusa fonte próxima do autarca.

À Lusa, a mesma fonte precisou que o líder do PSD, Luís Montenegro, convidou formalmente Rui Moreira para a segunda posição da lista da AD às europeias no domingo à noite, mas este recusou.

Paulo Cunha, vice-presidente do PSD, e Ana Miguel Pedro, indicada pelo CDS-PP, ocupam o segundo e terceiro lugares na lista da AD às europeias de 09 de junho, liderada pelo comentador Sebastião Bugalho.

De acordo com a lista de candidaturas da AD (Aliança Democrática) proposta ao Conselho Nacional do PSD, Hélder Sousa e Silva, presidente da Câmara Municipal de Mafra, Lídia Pereira, atual eurodeputada, surgem no quarto e quinto lugar, respetivamente.

Sérgio Humberto, indicado pela distrital do Porto, Paulo Nascimento Cabral e Carla Rodrigues estão colocados respetivamente no sexto, sétimo e oitavo lugar, numa lista em que a candidata indicada pela Madeira, Rubina Leal, aparece em nono.

Nas últimas eleições europeias, em junho de 2019, o PSD concorreu sozinho e teve o seu pior resultado de sempre, menos de 22% dos votos, e elegeu seis eurodeputados.

Ex-ministra da Saúde encabeça lista do PS

A ex-ministra da Saúde e atual deputada socialista Marta Temido vai encabeçar a lista do PS às eleições europeias de 09 de junho, confirmou à agência Lusa fonte do partido.

A Comissão Política do PS reúne-se esta noite para aprovar a lista de candidatos do PS às eleições europeias.

Segundo a lista completa, avançada inicialmente pelo Observador e confirmada pela agência Lusa, Francisco Assis, atualmente deputado do PS e ex-presidente do Conselho Económico e Social, será o número dois.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, apostou na renovação dos eurodeputados do PS e escolheu ainda a ex-ministra e atual deputada Ana Catarina Mendes para integrar esta lista.

Depois de integrar três executivos de António Costa, Marta Temido apresentou a demissão do cargo de ministra da Saúde em 30 de agosto de 2022 por entender que deixou de ter condições para exercer o mandato.

Após deixar as suas funções governativas, assumiu o seu mandato como deputada, lugar para o qual foi reeleita nas últimas eleições legislativas e que ocupa neste momento.

Na altura da saída, António Costa agradeceu "todo o trabalho desenvolvido" por Marta Temido, "muito em especial no período excecional do combate à pandemia da covid-19".

Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes.

Durante os seus mandatos, Marta Temido esteve no centro da gestão da pandemia, que começou em 2020, mas também atravessou várias polémicas. Na altura, o encerramento dos serviços de urgência de obstetrícia em vários hospitais por falta de médicos para preencher as escalas pressionou a tutela.

Doutorada em Saúde Internacional pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, mestre em Gestão e Economia da Saúde, pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, a socialista é licenciada em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

Foi subdiretora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa e presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde, assim como membro do conselho de administração de vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

Temido presidiu ainda à Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, entre 2013 e 2015.

Marta Alexandra Fartura Braga Temido de Almeida Simões nasceu em Coimbra em 1974.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt