Rival de Ursula von der Leyen apareceu na véspera do voto antecipado
Na véspera de 252.209 portugueses, entre os quais o Presidente da República e o primeiro-ministro, poderem exercer o direito ao voto antecipado nas eleições europeias, a campanha do PS teve no Porto o comissário do Trabalho e Direitos Sociais, Nicolas Schmit, candidato luxemburguês dos Socialistas & Democratas à presidência da Comissão Europeia. E a presença do principal rival da alemã Ursula von der Leyen, recandidata do Partido Popular Europeu, que participará no penúltimo dia de campanha da Aliança Democrática (AD), também no Porto, mas na quinta-feira, foi aproveitada pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que manteve a estratégia de colar a direita à extrema-direita.
Repetindo que os candidatos da AD “perderam a vergonha”, o líder socialista, que voltou a juntar-se à cabeça de lista Marta Temido, defendeu o “combate sem tréguas, sem hesitações e sem intervalos” ao racismo, xenofobia e homofobia, tal como a promoção da igualdade de género. “Nós e a direita não somos a mesma coisa”, disse Pedro Nuno Santos, vincando que isso se aplica em Portugal e Bruxelas, enquanto dizia que “não queremos uma sociedade assente no ódio, na divisão e no ressabiamento”, contrapondo-os à “humildade e empatia que caracterizam os socialistas”.
Por seu lado, Nicolas Schmit recuou ao “passado negro e fascista” de Portugal para defender “um projeto de esperança” em que não se admitirão “recuos nos direitos das mulheres”. E, pedindo um resultado socialista que “trave o crescimento da extrema-direita”, criticou Ursula von der Leyen por “abrir a porta” a partidos como o da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni “só para ganhar mais uns votos”.
Na campanha da AD, que também rumou ao Norte, o secretário-geral e líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, assumiu as críticas ao PS e a Marta Temido, dizendo no comício de Barcelos que os socialistas “têm feito crescer o populismo em Portugal”, acusando a cabeça de lista de “precisar do colinho” do secretário-geral do PS. No início do dia, em Paços de Ferreira, o cabeça de lista Sebastião Bugalho instara Temido a esclarecer as suas “linhas vermelhas” em relação aos governos socialistas da Dinamarca (“que quer deportar migrantes”), de Malta (“que criminaliza o aborto”) e de Espanha (“que constrói muros físicos nas suas fronteiras”).
Num sábado em que o Chega e a Iniciativa Liberal passaram pela Feira do Livro de Lisboa, com picardias entre os cabeças de lista Tânger Corrêa e João Cotrim de Figueiredo, outros tiveram apoios de peso, com o ex-secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa a juntar-se à campanha de João Oliveira, enquanto a coordenadora bloquista Mariana Mortágua acompanhou Catarina Martins em Viseu, e Rui Tavares apareceu pela primeira vez na campanha do cabeça de lista do Livre, Francisco Paupério. Por seu lado, o candidato do PAN, Pedro Fidalgo Marques, apelou ao fim das touradas num protesto na Praça do Campo Pequeno. *com Lusa