Rangel recusa "suspender democracia" e defende diretas
"Não precisamos de suspender democracia para ganhar legislativas, mas que novo líder esteja legitimado". É assim que Paulo Rangel se dirige também aos militantes do PSD, defendendo as diretas marcadas para 4 de dezembro.
Esta posição do candidato à liderança do PSD surge após a carta remetida na segunda-feira pela Comissão Permanente do PSD, o núcleo duro da direção de Rui Rio, em que pedia aos militantes que refletissem sobre a falta oportunidade para manter a realização das eleições internas, que considerava "totalmente desajustadas".
"O PSD tem de honrar a sua tradição democrática e plural, tem de olhar para as eleições internas como um momento para debater o país e preparar as legislativas. Não precisamos de 'suspender' a democracia para ganharmos as legislativas", considerou.
Também numa carta dirigida às bases do PSD, Rangel acrescenta: "A nossa candidatura é a única que reúne todas as condições para unir o PSD, para o fazer crescer e para o fazer vencer as próximas eleições legislativas. Só com um partido unido podemos realizar a nossa vocação maioritária e dar ao país uma solução de governo estável e reformista."
O candidato à liderança do PSD aproveita a missiva aos militantes para relembrar as suas propostas políticas. A aposta na mobilidade social, a criação de riqueza para combater a pobreza e o ambiente, saúde e educação e a justiça como as alavancas para a progressão do país.
"O caminho é claro: queremos liderar todo o espaço não socialista. Recusamos quaisquer acordos com a direita radical; não vemos nem futuro nem viabilidade no Bloco Central de partidos e de interesses", frisa Rangel. E acrescenta: "Vivemos um momento histórico: os militantes do PSD têm na sua mão o poder de, ao mesmo tempo que elegem o seu líder, escolher o próximo primeiro-Ministro de Portugal."