Quase 98 mil eleitores inscritos para voto antecipado em Portugal
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Quase 98 mil eleitores inscritos para voto antecipado em Portugal

O voto antecipado em mobilidade, no domingo 02 de junho, é permitido a todos eleitores recenseados no território nacional, numa mesa de voto à sua escolha e a inscrição pode ser feita até quinta-feira, dia 30. Siga aqui as atualizações das campanhas para as eleições europeias.
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O cabeça-de-lista da Iniciativa Liberal ao Parlamento Europeu revelou hoje estar "a fazer os possíveis" para estar com o Presidente da Ucrânia, que visita Portugal na terça-feira, e manifestar-lhe o "apoio inequívoco" do partido.

"Posso-lhe adiantar que estou a fazer os possíveis para tentar estar com o Presidente da Ucrânia na visita a Portugal não só porque faz agora um ano que estivemos juntos em Kiev [Ucrânia], mas também porque se dá a circunstância de Volodymyr Zelensky ser presidente de um partido que é irmão da Iniciativa Liberal", afirmou João Cotrim de Figueiredo no final de uma arruada, em Lisboa, ação que marcou o arranque oficial da campanha para as eleições europeias.

O Presidente da Ucrânia vai visitar Portugal na terça-feira e terá encontros com o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou hoje a Presidência da República Portuguesa.

O candidato liberal, que neste primeiro dia de campanha se faz acompanhar do presidente da IL, Rui Rocha, garantiu "apoio inequívoco" à luta da Ucrânia.

Além de "apoio inequívoco", João Cotrim de Figueiredo manifestou "toda a solidariedade" aos ucranianos na defesa da sua soberania territorial e política.

"Eu gostava de dizer isso de viva voz a Volodymyr Zelensky, um herói para o povo ucraniano", salientou.

Por seu lado, o presidente da IL considerou esta visita no âmbito de uma campanha eleitoral para as europeias "uma excelente oportunidade" para os portugueses refletirem.

Segundo Rui Rocha, há partidos, como a IL, que são claros no seu apoio à Ucrânia e na importância de resistir e vencer a guerra, sendo esse o "caminho certo", depois há outros que defendem que aquele país deve ceder às pretensões da Rússia, o que é "francamente indesejável".

Um total de 97.386 eleitores inscreveram-se até às 12:00 de hoje para exerceram antecipadamente o seu direito de voto no dia 02 de junho, disse à agência Lusa fonte do Ministério da Administração Interna (MAI).

Segundo o MAI, o voto antecipado em mobilidade, no domingo 02 de junho, é permitido a todos eleitores recenseados no território nacional, numa mesa de voto à sua escolha e a inscrição pode ser feita até quinta-feira, dia 30.

Portugal registou, nas europeias de 2019, a pior taxa de abstenção (68,6%) desde que pertence à União Europeia, em contraciclo com a participação na Europa - cerca de 50%.

Para tentar inverter essa tendência - além do voto antecipado de doentes, presos e no estrangeiro, ou do voto em mobilidade, no domingo anterior (02 de junho) - este ano há uma nova modalidade, só possível por existirem "cadernos eleitorais desmaterializados".

Qualquer eleitor recenseado em Portugal pode votar "sem ser no local onde está recenseado", explicou no passado dia 25 à Lusa o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Anastácio.

"Pode optar sem qualquer condicionalismo de pré-inscrição, por exemplo, vive em Lisboa, está recenseado em Lisboa, mas no dia 09 está no Porto, pode optar por ir a uma mesa de voto qualquer no Porto: apresentar-se na mesa de voto, identificar-se com o seu cartão de cidadão ou com um documento que seja considerado válido para efeitos de identificação e exercer o seu direito de voto", disse.

As eleições foram marcadas a nível europeu para o período de 06 e 09 de junho.

E esse é, segundo o porta-voz da CNE, "um período particularmente difícil para Portugal", por coincidirem com "uma semana que habitualmente é um período de miniférias.

Cerca de 373 milhões de eleitores europeus são chamados a votar para o Parlamento Europeu entre 06 e 09 de junho. Em Portugal, a votação é no dia 09.

A cabeça de lista do PS às europeias, Marta Temido, arrancou hoje para a campanha com o objetivo de vencer, mas escusou estabelecer uma meta quanto ao número de mandatos, afirmando não querer pôr-se "fora de pé".

"É para ganhar. Mas, já me conhecem e sabem que eu não vou dizer qual é o número de eurodeputados, porque isso seria pôr-me completamente fora de pé", referiu aos jornalistas no arranque oficial da campanha.

Marta Temido falou com os jornalistas quase três horas depois de ter começado o contacto com a população às 07:30, junto ao Terminal Fluvial de Cacilhas.

"Vamos trabalhar para merecer a confiança dos portugueses. Sabemos que alguns portugueses ainda não estão totalmente esclarecidos, sabemos que há portugueses que fizeram opções de voto diferentes porque porventura estavam zangados e o que estamos a clarificar é por que é importante votar no PS nestas eleições", destacou.

O cabeça-de-lista do Movimento Alternativa Socialista às europeias defende o corte de relações e o isolamento político de Israel, num "boicote geral ainda mais forte" do que aconteceu contra o regime de apartheid na África do Sul.

Em resposta a um questionário enviado pela Agência Lusa às candidaturas às eleições europeias do dia 9 de junho, Gil Garcia defende que é "uma necessidade elementar" exigir um cessar-fogo e a "retirada imediata do exército israelita da Faixa de Gaza e da Cisjordânia".

"É urgente parar com o envio de armamento para o governo sionista de Israel, cortar com todas as relações económicas e isolar diplomaticamente Israel. É preciso um boicote geral ainda mais forte do que aquele que existiu há décadas contra o anterior regime de apartheid na África do Sul. Este seria um sinal a favor dos direitos do povo palestiniano", lê-se.

Em matéria de defesa, a candidatura encabeçada por Gil Garcia posiciona-se contra a proposta do presidente francês, Emmanuel Macron, para o envio de tropas, entre as quais portuguesas, para reforçar o esforço de guerra ucraniano e opõe-se também a uma eventual emissão conjunta de dívida para financiar a defesa europeia.

O MAS recusa "qualquer aumento da despesa com a guerra e a sua preparação" e defende que a Ucrânia está a ser disputada pelas potências europeias e os EUA, que "querem manter o domínio sobre a Ucrânia que conseguiram na última década", e a Rússia, que "pretende recuperar o domínio que anteriormente detinha".

A cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias, Catarina Martins, disse hoje não temer nenhum efeito de contágio das eleições regionais na Madeira, onde os bloquistas obtiveram um mau resultado, perdendo a representação na Assembleia Legislativa.

"São realidades muito diferentes. Aliás, como sabem, com um partido que é regional na Madeira e que teve um resultado inesperado, extraordinário. As eleições europeias são outra coisa", disse Catarina Martins.

A cabeça de lista do Bloco falava aos jornalistas na Feira de Espinho, no distrito de Aveiro, local que escolheu para iniciar a campanha oficial para as eleições europeias por ser a sua "feira de infância".

"Os meus avós moravam numa aldeia aqui perto. Sempre aqui vim, sempre foi um sítio de felicidade, de encontro, pessoas que pensam de formas diversas, mas que aqui estão e essa ideia de que nós estamos juntos neste caminho e em contacto com todas as pessoas", explicou.

A cabeça de lista dos bloquistas disse esperar que a campanha para as europeias possa esclarecer os portugueses sobre o impacto que as decisões europeias têm na sua vida.

"É preciso que as pessoas saibam que nas eleições europeias se determinam coisas fundamentais para a nossa vida, da escola que vai ser construída ao comboio que possa existir, das taxas de juro da habitação, ao preço dos medicamentos", referiu.

O cabeça de lista da CDU arrancou hoje a campanha oficial com uma arruada na Amadora, em que pediu que se contrarie o "grande alheamento" da população relativamente às eleições europeias e se reforce a coligação.

João Oliveira percorreu o centro da Amadora numa arruada acompanhada por algumas dezenas de militantes da CDU, que entoaram cânticos como "CDU na Europa para defender Portugal" ou "CDU é um voto que defende a soberania".

Durante o trajeto, em que esteve acompanhado pela dirigente do PEV Mariana Silva e a membro do Comité Central do PCP Seyne Torres - que integram ambas as listas da CDU -, João Oliveira cruzou-se com alguns cidadãos, pedindo-lhes que votem na coligação que integra o PCP e o PEV para garantir que há mais eurodeputados a "defender quem trabalha" e menos a apoiar "os bancos, as grandes empresas e as multinacionais".

À porta de uma repartição da Carris Metropolitana, o "número um" da CDU trocou algumas palavras com um casal, que lhe pediu que tenha atenção ao tema da habitação, seja nas grandes cidades, seja também no interior do país.

"Os problemas da habitação são um tema de norte a sul do país", reconheceu João Oliveira, salientando que o tema é precisamente "uma das questões que estão em discussão nestas eleições para o Parlamento Europeu".

"A gente precisa que essas questões sejam resolvidas a nível nacional pelo Governo, mas também é preciso no Parlamento Europeu quem se bata para que haja dinheiro para investir na habitação e para que não tenhamos o nosso Orçamento do Estado restringido na resposta que precisamos de encontrar", afirmou.

A meio do trajeto, o candidato falou aos jornalistas para salientar que a campanha da CDU vai ser uma "campanha de esclarecimento, de informação sobre as opções que é preciso fazer" para Portugal ter uma "voz mais forte no Parlamento Europeu".

"Não nos desviaremos em questões laterais e acessórias, nem faremos da campanha eleitoral o tempo das festas e festarolas. É objetivamente na discussão daquilo que está em causa que concentraremos as nossas atenções", disse.

O cabeça-de-lista do PAN às eleições do Parlamento Europeu defendeu hoje a necessidade de direcionar melhor os apoios às energias renováveis, afirmando que existe dinheiro mas é preciso torná-lo acessível a empresas e famílias.

"Temos de desburocratizar os apoios da Europa" à adoção de energias renováveis e "temos de direcioná-los melhor e torná-los acessíveis a qualquer empresa e a qualquer família", afirmou Pedro Fidalgo Marques, no final de uma visita à 'start up' tecnológica Wind Credible, criadora de turbinas revolucionárias para produzir energia eólica, que marcou o início da campanha eleitoral do partido.

"O PAN defende que devemos atingir 100% de energias renováveis até 2040 e este é um caminho e um exemplo de como podemos trabalhar para ter soluções inovadoras", apontou, elogiando o projeto que permite instalar turbinas em meios urbanos, sem ruído.

No entanto, alertou o candidato do Partido Pessoas-Animais-Natureza, "temos de desburocratizar os apoios da Europa" até para responder a uma das queixas das empresas que investigam e criam novos projetos, como foi o caso da Wind Credible, que referiu haver regulamentação diferente de em cada município.

"Na Europa, todos os anos são gastos 360 mil milhões de euros de apoios aos subsídios fósseis, estamos a falar de 1.000 milhões por dia em vários países", destacou Pedro Fidalgo Marques.

"Se os apoios e este investimento forem direcionados, por exemplo, para a investigação em novas tecnologias e para a instalação ou apoios às famílias, podemos realmente caminhar muito mais rapidamente para a neutralidade carbónica e para garantir que em 2030 reduzimos até 55% as emissões", disse, acrescentando que quanto mais cedo for atingida a neutralidade, melhor.

A neutralidade carbónica é atingida quando se chega a um ponto de equilíbrio entre as emissões de gases com efeito de estufa e a sua eliminação na atmosfera.

"Na Europa, temos que direcionar os apoios, temos de direcionar a nossa vontade política e não podemos continuar neste travão, que é o que temos visto agora", referiu, adiantando que "com o crescimento dos partidos mais de direita e direita conservadora (...) o restauro da natureza e mesmo o Green Deal - o pacto ecológico europeu -, têm sido cada vez mais travados ou tido mesmo retrocessos".

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