Tranquada Gomes foi presidente da Assembleia Legislativa Regional da Madeira
Tranquada Gomes foi presidente da Assembleia Legislativa Regional da MadeiraD.R.

PSD-Madeira quer triunvirato no governo regional, com Tranquada Gomes na presidência

Sucessão de Miguel de Albuquerque deverá passar pelo antigo presidente da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, com dois vices: Manuel António Correia e Sérgio Marques. Sociais-democratas esperam, no mínimo, que não haja eleições regionais antes de outubro.
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A solução apontada pelo PSD-Madeira para a substituição de Miguel Albuquerque na presidência do Governo Regional da Madeira, visto que este se deverá demitir nesta sexta-feira por ser suspeito de crimes de corrupção, passa pela sua substituição por Tranquada Gomes. Ao que o DN apurou, o antigo presidente da Assembleia Legislativa Regional formará um triunvirato com dois vice-presidentes: o ex-secretário regional Manuel António Correia, próximo de Alberto João Jardim (e que foi derrotado por Albuquerque na sucessão do líder histórico madeirense), e Sérgio Marques, ex-deputado no Parlamento Europeu e na Assembleia da República.

Caso esta solução seja aceite pela Comissão Política do PSD-Madeira, que vai reunir nesta sexta-feira, e pela deputada regional do PAN Mónica Freitas, cujo voto decisivo tem viabilizado o executivo minoritário da coligação PSD-CDS, os sociais-democratas esperam que esta solução cumpra os quase quatro anos de mandato que faltam. Ou pelo menos assegure uma transição que permita a realização de eleições regionais antecipadas apenas em setembro ou outubro, e não num prazo mais curto, tendo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, referido que só tem o poder de dissolver a Assembleia Legislativa Regional da Madeira, o que poderá fazer dentro de dois meses, quando se cumprem seis desde a sua tomada de posse.

Tranquada Gomes não tem experiência executiva, mas é uma figura de consenso entre os sociais-democratas madeirenses, que lhe reconhecem autoridade institucional, tendo deixado de presidir à Assembleia Legislativa Regional em 2019, quando o PSD perdeu a maioria absoluta e fez uma coligação pós-eleitoral com o CDS-PP, passando o centrista José Manuel Rodrigues a assumir esse cargo. 

Segundo fontes sociais-democratas madeirenses indicaram ao DN, as duas outras figuras que constituirão o triunvirato visam assegurar "músculo dentro do partido" e proximidade em relação à sua figura tutelar, no caso de Manuel António Correia, e também uma imagem de "seriedade e independência face aos grupos económicos" da região autónoma, características garantidas por Sérgio Marques.

Algo que se torna ainda mais importante quando o ex-vice-presidente do governo regional e atual presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, foi detido por suspeitas de corrupção, prevaricação, abuso de poderes, tráfico de influência e participação económica em negócio, numa investigação que envolve adjudicações de obras públicas ao Grupo AFA (ao qual pertence Avelino Farinha, igualmente detido e levado para Lisboa).

Miguel de Albuquerque também é suspeito de estar envolvido num esquema que envolve interesses imobiliários do Grupo Pestana, ou a adjudicação por ajuste direto da concessão da exploração do Centro Internacional de Negócios da Madeira, mais conhecido por zona franca.

Outra solução que está a ser defendida por alguns sectores sociais-democratas madeirenses seria o ex-edil de Câmara de Lobos, Pedro Coelho, que é o cabeça de lista da Aliança Democrática pelo círculo da Madeira às legislativas de 10 de março. Isso constituiria um corte geracional em relação aos sexagenários Tranquada Gomes e Sérgio Marques, sendo Manuel António Correia apenas ligeiramente mais novo.

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