PSD exige explicações de Medina sobre fecho de balcões da Caixa Geral de Depósitos
O PSD enviou ao Ministério das Finanças uma pergunta sobre o fecho de balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD). A intenção é aferir se o ministério estava informado de antemão sobre o fecho destes balcões, pretendendo também saber como estão ser acauteladas as "necessidades das populações".
No requerimento - assinado por deputados sociais-democratas, incluindo o líder parlamentar Joaquim Miranda Sarmento -, o PSD socorre-se de notícias vindas a público nos últimos dias, argumentando que encerraram 23 dependências do banco e afirmando que, "desde 2012, já tinham sido encerradas 300 agências."
Perante esta situação, os deputados signatários questionam Medina: "Foram as autarquias envolvidas ou informadas deste processo? Que conhecimento tem o ministério sobre os critérios que conduziram à escolha dos balcões a encerrar?".
A somar a isto, o PSD pretende ainda saber como é que o governo responde às acusações dos funcionários da Caixa Geral de Depósitos de que, alegadamente, não terão sido informados "atempadamente" sobre o encerramento destas dependências bancárias, tendo sido "surpreendidos com o aviso em cima da hora de que deveriam apresentar-se em outro local de trabalho."
As acusações dos sociais-democratas surgem praticamente um mês depois de o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos ter revelado que o banco público tinha intenções de encerrar até fim de setembro 23 agências em todo o território, a maior parte em Lisboa e no Porto, mesmo tendo registado "um lucro de 486 milhões de euros no primeiro semestre de 2022".
"A CGD tem-se escusado a comentários sobre esta decisão, ficando por esclarecer vários pontos de evidente interesse público", lê-se no documento, no qual, argumentam ainda que é exigida às juntas de freguesia uma verba de 500 euros mensais para a manutenção dos terminais de multibanco (os chamados ATM) nos locais onde antes existiram balcões.
"Este facto suscita perplexidade, dado o manifesto interesse público existente no acesso dos cidadãos aos meios automáticos de disponibilização de dinheiro e prestação de serviços de pagamento", afirmam os signatários.
Por isso, concluem, "o ministério das Finanças não pode manter-se à margem do que está a acontecer, dado que representa o acionista, por um lado, e, por outro, dada a existência de matéria de interesse público", deixando então a questão: "Que diligências o Ministério das Finanças, como representante do acionista Estado, vai encetar ou já encetou para acautelar as necessidades das populações e o interesse público?".