Ministra Margarida Blasco
Ministra Margarida Blasco

PS quer ministra no parlamento para explicar assalto na Secretaria-Geral do MAI

"Isto levanta preocupações e o PS, perante a situação e a falta de explicações até ao momento, irá requerer a presença da senhora ministra da Administração Interna para poder explicar ao parlamento a situação misteriosa deste desaparecimento de computadores"
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O PS anunciou esta sexta-feira que vai pedir a audição parlamentar da ministra da Administração Interna para explicar a "situação misteriosa" do assalto ao edifício da Secretaria-Geral daquele ministério e na sequência do qual foram furtados alguns computadores.

À margem da Academia Socialista, que decorre em Tomar, Santarém, o dirigente e deputado do PS Pedro Vaz considerou estar em causa "o desaparecimento de computadores de altos dirigentes da administração interna, cuja informação que continham é desconhecida e em contornos absolutamente misteriosos".

"Isto levanta preocupações e o PS, perante a situação e a falta de explicações até ao momento, irá requerer a presença da senhora ministra da Administração Interna para poder explicar ao parlamento a situação misteriosa deste desaparecimento de computadores, cuja informação que continham é desconhecida, podendo ter informação sensível no âmbito daquilo que são as missões da administração interna do nosso país", anunciou.

Os socialistas vão entregar um requerimento no parlamento "para ouvir com urgência" Margarida Blasco no parlamento.

"Primeiro perceber como é que é possível que, num edifício do Ministério da Administração Interna, que tem vigilância policial 24 horas, ocorra furto de equipamentos informáticos", antecipou como um dos objetivos desta audição.

Pedro Vaz quer ainda que a ministra explique o porquê de serem alguns gabinetes em concreto, "o que é que continha a informação nesses computadores" e "porque é que foram os computadores de determinados dirigentes que desapareceram".

"Tudo isso são informações que têm que ser esclarecidas e nós vemos com muita preocupação o facto de o Governo ter desvalorizado a situação e isso para nós é algo que não é aceitável", criticou.

Segundo o deputado do PS, "no passado, com situações análogas, existiu um clamor público para que houvesse esclarecimentos do poder político".

O Ministério da Administração Interna (MAI) confirmou na quinta-feira que o edifício da Secretaria-Geral foi assaltado na madrugada de quarta-feira e que os intrusos escalaram um prédio contíguo, que se encontra com andaimes montados.

Em comunicado enviado à agência Lusa a tutela disse que foram furtados "alguns computadores", embora tenha ressalvado que "alguns deles ainda não tinham tido uso, já que são de reserva/substituição".

Na mesma nota, é referido que a intrusão no edifício da Secretaria-Geral do MAI, na Rua de São Mamede, em Lisboa, ocorreu "na madrugada de dia 28 de agosto" (quarta-feira) e que tal "só terá sido possível através do escalamento de um prédio contíguo, que se encontra a ser intervencionado".

Ventura considera assalto situação "caricata e ridícula"

O presidente do Chega considerou que o assalto ao edifício da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna é "uma situação um pouco caricata e ridícula" que mostra "a falta de segurança que existe em Portugal".

"É uma situação um pouco caricata e ridícula" para um país que insiste em dizer que é um país seguro, que é um país que consegue manter os seus níveis de segurança elevados e quer dizer ao mundo que é um país seguro", afirmou o líder do Chega em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.

André Ventura considerou que "é uma daquelas ironias absolutamente expressivas da falta de segurança que existe hoje em Portugal".

"Quando até um Ministério que coordena as polícias é assaltado, eu acho que nós ficamos com uma ideia clara de como é que vai a segurança em Portugal", acrescentou.

IL também quer ouvir ministra

 A Iniciativa Liberal requereu a audição parlamentar urgente e à porta fechada da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, para esclarecer o assalto ao edifício da Secretaria-Geral daquele ministério na sequência do qual foram furtados computadores.

Além da ministra, a IL quer ainda ouvir o secretário-geral da Secretaria-Geral da Administração Interna, Marcelo Carvalho José.

No requerimento, a que a Lusa teve acesso, os deputados da IL consideram necessário esclarecer as circunstâncias e o alcance deste furto, o impacto dos possíveis acessos ilegítimos e da fuga de dados e informação classificada, as medidas de mitigação adotadas e as medidas de segurança existentes e implementadas.

Os deputados liberais entendem que este assalto, a par de episódios passados, demonstram "uma aparente inexistência de cultura de segurança em instituições do Estado, nomeadamente naquelas que, pelas suas competências e atribuições, têm mais responsabilidade nessas matérias".

"Algo que coloca em causa, além da segurança do país e dos cidadãos, a credibilidade junto de parceiros internacionais, sobretudo num crescente contexto internacional de hostilidade", frisaram.

Esta tarde, à margem de uma visita à Feira Agrícola do Norte na Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, o presidente da IL, Rui Rocha, afirmou que o assalto é "um exemplo de que algo não funciona".

"Isso faz-nos pensar que o Estado não está a funcionar em muitas áreas que são nucleares. Às vezes mete-se em muitas coisas que não lhe dizem tanto respeito e não assegura o seu funcionamento básico", atirou.

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