A nova direção socialista fica marcada por uma renovação. Só quatro rostos transitam da anterior e os apoiantes de José Luís Carneiro quase não foram integrados, ao contrário do que aconteceu
A nova direção socialista fica marcada por uma renovação. Só quatro rostos transitam da anterior e os apoiantes de José Luís Carneiro quase não foram integrados, ao contrário do que aconteceu

Pedro Nuno Santos mantém Vieira da Silva numa direção renovada

A Comissão Nacional socialista reuniu-se em Coimbra e aprovou, entre outras coisas, o novo secretariado nacional. Alexandra Leitão, Pedro Delgado Alves e Duarte Cordeiro têm lugar.
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Já são conhecidos os nomes da nova direção do Partido Socialista. A lista foi divulgada este sábado, horas antes da reunião da Comissão Nacional socialista, que aconteceu em Coimbra. E há duas claras conclusões que saltam à vista: é feita uma limpeza geral no secretariado, existindo também pouca abertura aos apoiantes de José Luís Carneiro nas últimas eleições diretas (ao contrário do que aconteceu na Comissão Política).

Aprovada com 91,6% dos votos, a proposta de Pedro Nuno Santos para o secretariado inclui nomes como a ministra Mariana Vieira da Silva e o secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, António Mendonça Mendes, ambos parte do núcleo próximo de António Costa. De acordo com a lista a que o DN teve acesso, há ainda um outro governante que transita do secretariado anterior: Francisco André, secretário de Estados dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação. Também a deputada Isabel Moreira e a autarca de Portimão, Isilda Gomes, transitam da direção de António Costa.

De resto, todos os nomes são uma novidade. Isto significa que o ministro das Finanças, Fernando Medina, e a ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, não vão integrar o secretariado socialista. O próprio José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna e candidato contra Pedro Nuno Santos, deixa o órgão.

O núcleo permanente inclui nomes próximos de Pedro Nuno Santos há vários anos, como Duarte Cordeiro, Pedro Delgado Alves (ambos parte dos chamados “jovens turcos” do PS) ou Marina Gonçalves (a atual ministra da Habitação foi secretária de Estado de Pedro Nuno Santos). Também a coordenadora da moção do ex-ministro das Infraestruturas, Alexandra Leitão, e o diretor de campanha, João Torres, integram a lista, tal como o ex-secretário do Desporto João Paulo Rebelo e o ex-secretário da Defesa Marcos Perestrello.

Há depois um conjunto de oito secretários nacionais adjuntos, que conta com nomes como o de Maria Begonha (ex-secretária-geral da Juventude Socialista) ou da deputada Joana Sá Pereira, que foi mandatária financeira da candidatura de Pedro Nuno Santos à liderança socialista.

Têm ainda lugar no secretariado o líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, o secretário-geral da JS, Miguel Costa Matos, e ainda a líder das Mulheres Socialistas, Elza Pais. Todos estes lugares são ocupados por inerência.

Na reunião deste sábado, a Comissão Nacional do PS aprovou ainda a constituição da Comissão Política Nacional, com 92,4% dos votos. O deputado Porfírio Silva foi eleito diretor da Ação Socialista, o jornal oficial do partido.

A votos foi também a proposta de dar a Manuel Alegre o cargo de presidente honorário do partido, decisão que foi aprovada por 95,3% dos votantes.

Pedro Nuno promete humildade e corrigir erros

No discurso de abertura da reunião da Comissão Nacional, o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, prometeu empatia, humildade e disse também estar disposto a reconhecer erros de oito anos de governação. “Fizemos um trabalho importante nos últimos oito anos, não o vamos deixar esquecer, mas não podemos apontar o dedo a quem está insatisfeito. A culpa não é de quem se afastou de nós. Temos de os recuperar, temos de ter humildade e empatia para perceber que há problemas que ainda não estão resolvidos”, disse o líder socialista na sua intervenção.

Considerando que o PS “tem de ter a capacidade de entender e não apontar o dedo em nenhum momento, Pedro Nuno Santos afirmou ainda ser necessário ter a “consciência de que não está tudo bem” em Portugal. “Temos portugueses que estão zangados, que sentem que a sua vida está a marcar passo, não ata nem desata, não sai da cepa torta”, rematou.

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