Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros
Paulo Rangel, ministro dos Negócios EstrangeirosANTÓNIO COTRIM/LUSA

Paulo Rangel expressa "grande preocupação" com "violência política na sociedade internacional"

Chefe da diplomacia portuguesa recordou o recente "atentado gravíssimo" contra "o primeiro-ministro da Eslováquia e lembrou que a primeira-ministra da Dinamarca "também sofreu uma agressão, que depois não teve consequências maiores, mas que é altamente problemática".
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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, demonstrou esta segunda-feira preocupação com os níveis de "violência política na sociedade internacional", referindo-se ao atentado contra o candidato presidencial norte-americano Donald Trump.

"O Governo português, através do primeiro-ministro [Luís Montenegro], logo na manhã de domingo teve a oportunidade de condenar veementemente um ato de violência política inaceitável e intoleráve. A nossa posição, sob esse ponto de vista, é claríssima", declarou Paulo Rangel aos jornalistas no Eurafrican Forum, na Nova School of Business and Economics, em Carcavelos.

"Mostrámos uma grande preocupação com a subida, eu diria muito preocupante, de níveis de violência política na sociedade internacional", declarou.

Além do ataque de sábado contra Trump, Rangel lembrou outro atentado recente contra "o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que ainda está em recuperação de um atentado gravíssimo que sofreu no seu país" e que "a primeira-ministra Mette Frederiksen, da Dinamarca, também sofreu uma agressão, que depois não teve consequências maiores, mas que é altamente problemática".

"De facto, é preocupante quando vemos que estamos perante uma certa frequência, eu diria mesmo, de atos de violência política que estavam nas últimas décadas banidos dos nossos horizontes", declarou Rangel. 

O ministro referiu que no princípio da década de 80 do século passado aconeceram "os atentados contra o Presidente [dos EUA, Ronald] Reagan, contra o Papa João Paulo II e numa altura que havia muitos grupos terroristas a atuar na Europa, essencialmente com motivos políticos, como as Brigadas Vermelhas, o Baader-Meinhoff, a ETA, o IRA".

"É altamente preocupante que esse tipo de ocorrência possa dar-se e isso é um alerta para os níveis de polarização, radicalização e extremismo na vida política e, em particular, na linguagem política. A moderação é fundamentalmente necessária", defendeu.

Rangel lembrou que o presidente Biden, no seu discurso de domingo à nação, "foi muito claro na necessidade de baixar-se o nível de radicalismo e extremismo na retórica política nos Estados Unidos".

O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que essa descida do nível do radicalismo e extremismo é importante também "nas sociedades democráticas".

Questionado, Rangel disse que não iria comentar os assuntos de política interna dos Estados Unidos.

"A dinâmica interna eleitoral dos Estados Unidos para as eleições de novembro é vivida, no caso, de fora e sem estados de alma porque as relações de Portugal com os Estados Unidos será sempre preferencial, portanto, isso é claro, somos aliados na NATO, temos relações muito antiga e as melhores possíveis. Temos uma comunidade portuguesa e lusodescendente muito significativa nos EUA. Temos uma relação muito especial através dos Açores, através da base das Lajes, na ilha Terceira", afirmou ainda o ministro.

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