A deputada do PAN/Madeira, Mónica Freitas, presta esclarecimentos referentes à atual situação política regional, durante uma conferência de imprensa junto à Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal, 26
A deputada do PAN/Madeira, Mónica Freitas, presta esclarecimentos referentes à atual situação política regional, durante uma conferência de imprensa junto à Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal, 26HOMEM DE GOUVEIA/LUSA

PAN-Madeira considera "extremamente perigoso" eleições antecipadas

Partido garantiu que vai manter o acordo de incidência parlamentar com o PSD na região autónoma após a renúncia do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.
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O PAN/Madeira garantiu esta sexta-feira que vai manter o acordo de incidência parlamentar com o PSD, após o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, ter anunciado que abandona o cargo, e considerou ser "extremamente perigoso" avançar para eleições antecipadas.

"A prioridade, neste momento, é garantirmos uma estabilidade parlamentar e governativa e é isso que o PAN tem tido sempre assente na tomada e na ponderação de toda a gestão desta situação", afirmou a deputada única do partido, Mónica Freitas, em conferência de imprensa no Funchal.

Na quinta-feira, o PAN/Madeira considerou que Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção na região autónoma, já não tinha condições para se manter no cargo, indicando que apenas continuaria a viabilizar o acordo de incidência parlamentar se fosse indigitado um novo líder para o executivo.

Esse acordo permite à coligação que governa a região, PSD/CDS-PP, ter maioria absoluta no parlamento regional.

"Considero que, neste momento, atendendo à instabilidade política que se vive em todo o país, é fundamental garantir uma estabilidade governativa, ao contrário do que outros partidos andam a tentar passar a mensagem", disse Mónica Freitas, para logo reforçar: "É extremamente perigoso irmos para eleições antecipadas".

A deputada do PAN alertou também para o "crescimento brutal da extrema-direita", afirmando que "ninguém pode ficar indiferente a isso".

"Temos todos de ser responsáveis e ponderados, não é momento para populismos, não é momento para oportunismo político, e o PAN continua a ter uma atitude responsável perante os factos atuais da política regional", declarou.

Mónica Freitas deu a entender, por outro lado, que vai votar contra a moção de censura ao Governo Regional apresentada pelo PS, o maior partido da oposição madeirense.

"Aquilo que o PAN referiu e mantém é que desde que fosse alterado o líder executivo e que houvesse o afastamento de Miguel Albuquerque, que o PAN continuaria a dar estabilidade governativa à região, continuará a estar do lado dos madeirenses e porto-santenses", afirmou.

Mónica Freitas reiterou ainda que o partido respeita a presunção de inocência, mas sublinhou que não é eticamente correto Albuquerque manter-se no cargo de presidente do Governo.

A deputada única do Pessoas Animais Natureza disse igualmente que a decisão de manter o acordo com o PSD, neste contexto, foi tomada em consonância com a estrutura nacional do partido e teve em consideração as "especificidades da política regional".

"É uma decisão com a qual nós estamos confortáveis", reforçou, adiantando que, neste momento, "todos os partidos estão com muita pressão política".

"Nada mudou, apenas temos uma situação que não podemos deixar passar. É importante termos uma atitude responsável perante estes factos, é importante garantirmos uma estabilidade governativa, é importante darmos credibilidade política à população", disse.

O que o PAN pediu aos sociais-democratas, acrescentou, "foi que fizesse esta análise ao nível interno e que substituíssem o líder do executivo", atendendo a que "já não havia, de facto, as condições para {Miguel Albuquerque] se manter, por uma questão ética e política."

Sobre o novo líder do executivo madeirense, Mónica Freitas disse que a decisão cabe apenas ao PSD e assegurou que o PAN "não fará qualquer interferência nessa escolha", embora preferisse que fosse indicada uma mulher.

"Para mim, enquanto mulher e feminista, obviamente seria incrível pela primeira vez na história termos uma mulher à frente do Governo Regional. Seria mais um caso inédito e o PAN tem, de facto, ao longos destes apenas quatro meses, vindo a revolucionar a história da Madeira", declarou.

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido, num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes.

O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, os três detidos numa operação policial desencadeada a 24 de janeiro na Madeira e em várias cidades do continente.

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