Luís Montenegro, líder da AD, não fala sobre o Caso Malheiros.
Luís Montenegro, líder da AD, não fala sobre o Caso Malheiros.André Rolo / Global Imagens

Montenegro em silêncio sobre caso de Malheiro

Líder social-democrata não reage às acusações feitas no DN por um antigo militante do PSD e atual líder do Chega local. MP abre inquérito.
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Luís Montenegro não comenta as acusações que recaem sobre Salvador Malheiro, o número quatro por Aveiro das listas da AD. Malheiro tem desmentido tudo, mas foi acusado por um antigo militante do PSD e atual líder do Chega Ovar, Mário Monteiro, em entrevista ao DN, na qual este assumiu ter sido correio de entregas de envelopes com dinheiro de um empreiteiro para o então presidente da Câmara, em troca da adjudicação de uma obra.

O DN confrontou Montenegro, através dos seus assessores de comunicação, com a denúncia que põe em causa idoneidade de Malheiro, mas não obteve qualquer resposta.

A gestão de Salvador Malheiro no processo da requalificação do Esmoriztur, em Ovar, será o ponto principal de uma reunião pública de Câmara, esta quinta-feira. “Queremos ver esclarecidas um conjunto de perguntas, queremos respostas com documentos”, diz ao DN Alcides Alves, vereador do PS, que requereu a presença na reunião de “todos os técnicos envolvidos no processo para darem respostas com documentos e não só com conversa”.

Reunião de Câmara sobre Esmoriztur

Entre as questões que o PS quer suscitar está o facto de a Câmara ter contratado uma empresa para fiscalizar a obra. “Gostávamos de saber quem fiscalizou o fiscalizador”, nota Alcides Alves, que também quer respostas sobre a forma como a autarquia contratou novo projeto ao mesmo atelier de arquitetura que fez o projeto inicial e no qual foram detetados “erros que levaram a cinco adicionais [ao contrato inicial]” que fizeram subir o custo da obra em 300 mil euros. “É o mesmo gabinete que faz esse projeto que precisou de ser corrigido a quem é adjudicado um upgrade do projeto que custou o dobro”, frisa.

Ao DN, fonte oficial da Câmara de Ovar rejeita qualquer irregularidade. “A organização e a tramitação dos procedimentos administrativos de formação dos contratos e os relativos à execução dos contratos de aquisição de serviços e de empreitada foram sempre pautados pelo cumprimento da lei e dos cadernos de encargos, com total transparência e mediante a aprovação prévia da Câmara Municipal” frisa o gabinete da presidência.

Ministério Público abre inquérito

Entretanto, o Ministério Público (MP) abriu um inquérito ao  caso, com fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR) a confirmar ontem à agência Lusa “a receção, recentemente, de denúncia anónima e a instauração de inquérito relacionado com a matéria”.

Na rede social Facebook, Salvador Malheiro, que suspendeu o mandato na autarquia vareira por integrar as listas da AD, confirmou ontem ter apresentado no tribunal de Ovar uma queixa-crime contra Mário Monteiro. 

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