Mais de 42 mil militantes do PSD com quotas pagas para votar no dia 27
O avanço de vários candidatos à liderança do PSD, com legislativas antecipadas mesmo à vista, mobiliza mais militantes para as diretas de 27 de novembro. No último dia de pagamento de quotas, há mais sociais-democratas a quererem escolher entre Rui Rio e Paulo Rangel. Ou o menos conhecido Nuno Miguel Henriques, que também já garantiu que vai avançar.
A contabilização das quotas em dia decorreu até ao final desta quarta-feira, mas pelas 22h00 o site do PSD registava já 42905 militantes que as tinham pago. Mas o secretário-geral do partido, José Silvano, estimava que se superassem as 45 mil. Um número superior ao registado nas diretas de 2019, que opuseram Rui Rio a Luís Montenegro, que se fixou nas 42 mil quotas pagas.
"Este nível de pagamento de quotas corresponde a todas as previsões, apontámos entre 45 mil a 50 mil", afirma ao DN José Silvano, responsável pela coordenação do processo eleitoral interno.
O secretário-geral do PSD frisa que sempre que há mais do que um candidato na corrida à presidência há também um maior movimento dos militantes para o pagamento das quotas, que lhes dá acesso às urnas. Acresce, sublinha José Silvano, que se está perante a escolha de um candidato a primeiro-ministro, o que potencia ainda mais a mobilização do partido.
O responsável pela secretaria-geral do PSD aponta aos números e diz que a maior intensificação de pagamento de quotas deu-se nas distritais maiores, sobretudo no Porto, Braga, Aveiro e Lisboa.
Até ao momento em que consultámos o site do PSD, no Porto já tinham saldado quota 7502 militantes, em Lisboa 5777, em Braga 5602 e em Aveiro 4071.
Ao final do dia, o partido fica com os dados necessários para fechar os cadernos eleitorais internos. E após a oficialização das candidaturas, que precisam de entregar 1500 assinaturas para serem válidas, a secretaria-geral manda para todas as secções os boletins de voto e as urnas. São depois as candidaturas, no caso a de Rio e a de Rangel, que escolhem os seus delegados em cada secção para acompanhar o processo de votação no dia 27.
Luís Newton apoia a candidatura de Paulo Rangel à liderança do PSD. Ao DN, o presidente da concelhia de Lisboa dos sociais-democratas diz que esta é uma posição tomada "enquanto militante" - ou seja, não é uma indicação de voto - e fundamentada em três questões "essenciais". A começar pelo posicionamento ideológico do PSD. "Não me revejo na visão de Rui Rio de que o PSD deve ser um partido de centro, centro-esquerda, isso é uma visão redutora. Nós somos um grande partido de centro-direita, plural", sublinha o dirigente concelhio, que defende também que não deve haver convergências com os socialistas - "Se o PS governa mal e nós somos alternativa, não faz nenhum sentido dizer que a seguir vamos fazer entendimentos com o PS. Ainda mais porque este PS assumiu claramente a vontade de governar com a extrema-esquerda."
E há ainda a questão das "linhas vermelhas" em relação ao Chega: "Não consigo conceber a possibilidade de diálogo com partidos políticos que afirmam querer a rutura de tudo o que foram as conquistas de Abril e o processo da democracia em Portugal. A democracia é evolutiva? É. Com todos aqueles que querem contribuir para a sua evolução, não com os que a querem destruir. Não consigo compreender como é que o líder do partido não diz, de forma muito clara, que não pode haver qualquer ligação ao Chega." Em nenhuma circunstância: "Mais manso, mais bravo, nenhum deles, nunca poderemos dar a mão àquilo."