A maioria dos portugueses continua a acreditar que o Governo não chega ao fim da legislatura, sendo o timing mais apontado o eventual chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2025 apresentada na quinta-feira, sem garantia de aprovação por parte do PS ou do Chega. No entanto, o Barómetro Aximage/DN de setembro-outubro revela que o secretário-geral socialista Pedro Nuno Santos reduziu o avanço sobre Luís Montenegro e André Ventura, quando se pergunta aos inquiridos qual seria o líder partidário mais beneficiado..Comparando com o Barómetro Aximage/DN de julho, a percentagem dos que não acreditam na manutenção do Governo até 2028 sobe três pontos percentuais, de 53% para 56%, enquanto os que pensam o inverso são agora 36%. Com a novidade de até a maioria dos eleitores da Aliança Democrática (AD) admitirem que cumprir quatro anos não é possível (46%-47%), quando em julho havia um saldo positivo de 14 pontos: 56% acreditavam na manutenção e só 40% na queda do Governo..Muito clara é a posição dos que votaram no PS - só 26% acreditam na manutenção do Governo até 2028, contra 71% - e a oscilação nesta sondagem, cujas entrevistas foram realizadas entre 30 de setembro e 5 de outubro, com negociações orçamentais em curso, é ainda mais evidente no eleitorado do Chega: enquanto em julho 37% apontavam para a manutenção e 58% para a impossibilidade de tal cenário, o fosso alarga-se agora para 29%-65%. Em sentido inverso, entre os eleitores da Iniciativa Liberal (43%-49%), do Bloco de Esquerda (34%-57%) e do Livre (34%-54%) aumentou a crença de que o Governo permaneça em funções. Uma posição que, entre todos os segmentos de género, região, idade e estatuto socioeconómico, só é maioritária nos mais jovens (dos 18 aos 34 anos), com a curta vantagem de 47% contra 45%..Infografia: Rui Leitão.Entre os que afastam o cenário de o Executivo de Luís Montenegro cumprir a legislatura, com o apoio de apenas 80 deputados, prevalece quem aponta 2024 como o momento mais provável para a queda, se o Orçamento do Estado não for aprovado (44%), com 29% a apontarem 2025, antes de Marcelo Rebelo de Sousa ficar constitucionalmente impedido de dissolver a Assembleia da República, e 23% a optarem por 2026, após o próximo Presidente da República ganhar esse poder, ao final dos primeiros seis meses de mandato..A ideia de que o chumbo do Orçamento do Estado ditará o final do Governo é quase transversal, com a exceção a residir nos mais pobres, da classe D, na qual existe uma maioria relativa (37%) de inquiridos a prever que a crise política só se concretize no próximo ano. Mas entre as três forças mais votadas nas últimas legislativas destaca-se o comportamento dos eleitores do Chega, subindo de 39% para 61% a percentagem dos que acreditam na queda do Governo ainda neste ano. Esse valor é mais reduzido no eleitorado da AD (35%) e do PS (42%) - e desce seis pontos nos socialistas -, mas continua a ser maioritário..Pedro Nuno reduz avanço.No Barómetro Aximage/DN sobressai ainda o recuo do PS e de Pedro Nuno Santos na perceção quanto ao partido que mais beneficiaria da queda do Governo. Em julho, 40% indicavam o PS e o seu líder, e o valor reduz-se agora para 36%. Com o Chega e André Ventura também ligeiramente pior - passam de 27% para 26% -, saem a ganhar Montenegro e o PSD, que sobem 11 pontos percentuais, de 15% para 26%..A recuperação do primeiro-ministro é maior entre os homens, que agora lhe dão primazia (35%) enquanto beneficiado da queda do Governo, após os 32% em julho, enquanto Pedro Nuno Santos só mantém a dianteira nas mulheres (39%), com Montenegro (18%) atrás de Ventura (28%). Esse último volta a ser o maior beneficiado para os mais jovens (41%) e aproxima-se nos mais pobres (31%, contra 33% de Pedro Nuno Santos), e Montenegro passa a liderar nos mais velhos (65 ou mais anos), com 38% e oito pontos à frente do líder do PS..Também positivo para Montenegro é o reforço da confiança entre os que votaram AD. Em julho só 37% o apontavam como o maior beneficiado da queda do Governo, um ponto atrás do rival socialista, e agora tem 46% e 19 pontos de vantagem. Pelo contrário, entre o eleitorado dos respetivos partidos, Pedro Nuno Santos baixa de 65% para 54%, e Ventura cai de 70% para 51%..FICHA TÉCNICA.Objetivo do Estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage Comunicação e Imagem Lda. para o DN sobre temas da atualidade nacional política..Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal..Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e escolaridade (2). A amostra teve 802 entrevistas efetivas: 489 entrevistas CAWI e 313 entrevistas CATI; 395 homens e 407 mulheres; 182 entre os 18 e os 34 anos, 236 entre os 35 e os 49 anos, 213 entre os 50 e os 64 anos e 171 para os 65 e mais anos; Norte 243, Centro 170, Sul e Ilhas 115, Área Metropolitana de Lisboa 274..Técnica: Aplicação online CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas prédeterminadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao subuniverso utilizado pela AXIMAGE nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 30 de setembro e 5 de outubro de 2024. Taxa de resposta: 66,45%..Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +ou-3,5%..Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.