Líder do PSD-Montijo admite aliança autárquica com o Chega

O líder da Concelhia do Montijo do PSD, João Afonso, recebeu reparos da Distrital Social-Democrata de Setúbal por ter defendido uma aliança com o Chega para as autárquicas de 2025, numa entrevista publicada na sexta-feira pelo jornal O Setubalense, mas garantiu ao DN que não deixará de defender um entendimento que pode valer a primeira câmara municipal de direita no seu distrito.

“Temos de olhar para a realidade como é, e não como gostaríamos que fosse”, disse João Afonso, que em 2021 ficou a 300 votos de conquistar a Câmara do Montijo, pretendendo recandidatar-se daqui a um ano. Acreditando que o PSD “não ganha nada em manter uma posição de ostracização do Chega”, aproxima-se dos argumentos de Miguel Corte-Real e Rui Gomes da Silva, promotores do manifesto Portugal em Primeiro, ontem revelado pelo DN, e defende negociações da Aliança Democrática (AD) com o Chega e a Iniciativa Liberal, “de forma clara e transparente”, que permitam assegurar a governabilidade de Portugal.

João Afonso defende que será “muito pouco avisado deixarmos o Chega à solta” e admite que, “no essencial, a razão assiste-lhes” no que toca à emigração descontrolada. Na entrevista a O Setubalense,  disse que os cidadãos do Distrito de Setúbal, onde o Chega ficou atrás do PS e à frente da AD, “olham para o PSD não como um partido reformista e popular, com capacidade de alavancar a região, mas sim como um partido que é uma espécie de primo direito do socialismo”.