Política
26 janeiro 2022 às 11h19

Jerónimo regressa à campanha. "Aqui estou porque é preciso"

O secretário-geral do PCP regressou esta quarta-feira às ações da campanha eleitoral da CDU, depois de ter sido submetido a uma cirurgia de urgência à carótida interna esquerda, a 13 de janeiro. "Aprendemos a gostar mais da vida", disse.

DN

"Aqui estou porque é preciso. Porque estas eleições são muito importantes para o futuro. Porque no próximo domingo cada voto na CDU conta e decide", disse, esta quarta-feira, Jerónimo de Sousa na Baixa da Banheira, Moita. O secretário-geral do PCP está de regresso às ações da campanha eleitoral da CDU, depois de se submeter a uma cirurgia de urgência à carótida interna esquerda, a 13 de janeiro.

"Querem criar o medo, mas votar é seguro. Dizem que não vale a pena, mas cada voto na CDU decide e vai decidir o futuro do país", continuou o líder comunista. "Recusamos o retrocesso e a estagnação", afirmou Jerónimo de Sousa para quem o "voto na CDU é o voto do progresso dos direitos e das condições de vida, mas é também o voto na força de combate às desigualdades e injustiças".

O secretário-geral do PCP recordou que vamos entrar na "derradeira fase desta campanha" que, por isso, "é imperioso convocar todas as energias, todas as capacidades, todas as disponibilidades, todo o espírito de iniciativa para garantir o êxito eleitoral da CDU para melhor servir os trabalhadores, o povo e o país".

Jerónimo de Sousa referiu que "há por ai quem se esforce, quem use todos os truques e manhas para fazer crer que nestas eleições tudo se decide entre PS e PSD", mas lembra que "contam as maiorias que se formam na Assembleia da República, a correlação de forças que vai resultar das eleições e com ela a determinação de outras soluções possíveis".

Em declarações aos jornalistas, o secretário-geral do PCP agradeceu as mensagens de solidariedade que lhe chegaram nos últimos dias e garantiu que a experiência não foi fácil. Não tanto por causa da cirurgia, mas mais por estar afastado da campanha.

"O mais difícil foi ver uma campanha a decorrer, uma campanha que naturalmente não é de um homem só, em que foi preciso mobilizar esforços maiores para manter o ritmo", começou por dizer, recordando o tempo em que esteve no hospital. Contou que teve de se conformar em estar longe, destacando o esforço de toda a equipa médica, enfermeiros e assistentes operacionais na sua recuperação.

Elogiou ainda aqueles que o substituíram: João Oliveira, João Ferreira e Bernardino Soares. "Foi uma decisão acertada", disse.

Jerónimo de Sousa realçou que com este tipo de experiências "aprendemos a gostar mais da vida".

Criticando o bloco central, o líder do PCP afirmou: "veja-se como Rio e Costa falam, para lá dos seus encenados confrontos. Rio a oferecer-se para dar uma mão ao PS, e Costa a anunciar a sua disponibilidade para negociar Orçamentos de Estado com o PSD". E sublinha que tudo é feito "para fugir à influência do PCP e do PEV".

"Quem abre a porta à direita é precisamente António Costa com estas conversas que tem tido ultimamente", concluiu.

Jerónimo de Sousa disse, depois, que "foram as forças da CDU na AR, e não o Governo, que determinaram a reposição de direitos sociais, a valorização das reformas, o aumento do salário mínimo, a conquista da gratuidade dos manuais escolares, das creches, do passe social entre muitas outras medidas".

Para o líder comunista, será "com a CDU reforçada, com mais votos e deputados, que se avançará na solução dos problemas dos trabalhadores, do povo e do país". "É esse o nosso compromisso", destacou.

Neste regresso à campanha, reforça o apelo ao voto na Coligação Democrática Unitária para evitar uma maioria de direita no parlamento. Jerónimo de Sousa diz que "o voto na CDU é o mais decisivo para derrotar a direita, mas também a política de direita" e para "impedir que a direita governe coligada com um acordo com o PS".