IL alerta para falta de crescimento da Europa. Esquerda fala em desigualdades cada vez maiores
"Eu não aceito que seja normal que a geração que está no mercado ativo vá viver pior que os seus pais", afirmou Cotrim Figueiredo.
Pelo facto de a "Europa ter deixado de crescer esta geração que vai entrar no mercado de trabalho vai viver pior que os seus pais. Esta é uma responsabilidade nossa", reiterou o candidato liberal, voltando a destacar a necessidade do crescimento económico.
Passando para os fundos europeus, o candidato do Livre disse que o partido "está do lado dos agricultores", que estão contra a política agrícola comum.
"Quem colocou os agricultores com perdas de território, de colheitas não foram os Verdes, as políticas ambientais, mas sim este centro-direita", afirmou Francisco Paupério, referindo-se às políticas da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Defendendo que mais tarde ou mais cedo vamos viver sem fundos europeus, Cotrim Figueiredo disse que Portugal tem de se preparar para esse cenário.
Candidata do BE diz que o partido tem "propostas em relação à corrupção nos fundos europeus".
"Os fundos têm de ser bem usados", disse Catarina Martins, referindo-se, por exemplo, aos fundos europeus para a agricultura que, considerou, devem ser melhor geridos.
João Oliveira, da CDU, disse que "no caso de Portugal os fundos que recebemos não chegam para compensar os prejuízos que temos".
Defende, por isso, que o orçamento da UE tem de ser reforçado, mas também considera necessário "aproveitar o potencial produtivo do país".
"A UE é um dos espaços mais ricos do mundo e tem enormes desigualdades. Há um fosse cada vez maior entre o minoria hiper rica e a generalidade da população que tem mais dificuldades", considerou a cabeça de lista do BE.
Para Catarina Martins, a UE não tem capacidade de reter riqueza e tem cada vez mais "desigualdade social, o que cria mais tensões". Falou ainda na necessidade de se lutar pelos direitos fundamentais dos europeus, na saúde, por exemplo.
Ainda sobre salários, CDU defende que "a convergência do ponto de vista social e económica tem de ser feita do ponto de vista do progresso".
"Diz o Cotrim Figueiredo que os salários não se aumentar por decreto, pois não, aumentam-se por negociação", afirmou o candidato comunista, João Oliveira, criticando a política europeia sobre os salários mínimos.
"É preciso que se faça a defesa no parlamento europeu daquilo que em Portugal faz falta aos trabalhadores", considerou o candidato da CDU, defendendo que se nivela por baixo na UE em matéria de salários.
"Acredito mais nos portugueses que o João Oliveira", respondeu o candidato da IL.
Desafiado por Paupério, Cotrim Figueiredo afirmou que é necessário fazer crescer a economia europeia e disse como: "As duas coisas que fizeram a Europa crescer foram o mercado único e as liberdades de circulação".
Ainda no que se refere aos rendimentos, Cotrim Figueiredo defende o crescimento económico da Europa para fazer crescer os salários, criticando a burocracia no espaço europeu.
"O nosso grande desafio, também na Europa, vai ser o crescimento económico", disse o candidato liberal, adiantando que não se tem verificado crescimento da economia europeia nos últimos anos.
O investimento numa transição energética "justa" é muito importante, diz a candidata do BE, recusando a energia nuclear nesta matéria.
Investimento na transição justa pode implicar "emprego nas mais variadas áreas", defendeu Catarina Martins.
Livre defende uma carta europeia do trabalho justo que iria definir um salário mínimo obrigatório. "Não seria imposto um valor para toda a UE", mas sim tendo em conta as especificidades de cada país, declarou Francisco Paupério.
Candidato do Livre defendeu o aumento do salário mínimo que acompanhe a inflação, tendo lamentado que a UE não está a cumprir as metas na transição energética.
Ainda sobre a política monetária da UE, João Oliveira afirmou: "as regras que servem à Alemanha não servem Portugal". É preciso um "controlo democrático das instituições", defendeu o candidato da CDU, dirigindo-se a Cotrim Figueiredo.
Os partidos da esquerda defendem escrutínio do BCE. O Banco Central Europeu "faz o que quer", disse Catarina Martins, do BE, criticando a IL por não exigir escrutínio ao regulador.
Catarina Martins disse que a opinião do BE foi sempre a de que "era preciso estudar alternativas para proteger os países".
"O BCE tem uma política que salva bancos e apoia bancos contra os direitos das famílias", criticou. O BE defende que o regulador europeu tenha em conta o critério do pleno emprego. Partido defende ainda escrutínio do BCE.
O candidato do Livre, Francisco Paupério, disse que o partido acompanha o BE nesta matéria. "O Livre é europeísta", afirmou, apesar de achar que há muito a melhorar na UE.
Tal como o BE e a CDU falou ainda na necessidade de salários justos.
João Cotrim Figueiredo, da IL, considerou "inacreditável" que a CDU não diga claramente que quer a saída de Portugal no euro.
"Argumentar que estar fora do euro permite taxas de juro mais baixas roça a ignoráncia económica que eu não creio que tenham", disse o candidato da IL para João Oliveira.
O PCP defende a saída de Portugal do euro? É a pergunta que deu início ao debate. "O que defendemos é que Portugal se deve preparar para se libertar dessas políticas que estão associadas ao euro", respondeu João Oliveira, candidato da CDU.
Políticas essas que são prejudiciais ao país, considerou. "Não aceitamos que o país ande para trás", disse João Oliveira, acrescentando que "há um conjunto de medidas" que devem ser tomadas, criticando as taxas de juro aplicadas pelo Banco Central Europeu.