Europeias. "Finalmente vamos ver-nos livres de Marcelo", diz Ventura
PAULO CUNHA/LUSA

Europeias. "Finalmente vamos ver-nos livres de Marcelo", diz Ventura

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, já anunciaram que irão votar antecipadamente neste domingo. Siga aqui as atualizações sobre as eleições europeias.
Publicado a
Atualizado a

O cabeça de lista da Iniciativa Liberal ao Parlamento Europeu, João Cotrim de Figueiredo, defendeu este sábado que Portugal precisa de imigrantes para que a economia cresça.

"Precisamos de imigrantes para que cresça a nossa economia", salientou o candidato a eurodeputado durante um jantar em Quarteira, no concelho de Loulé, distrito de Faro.

O cabeça de lista da IL comentava a intenção do Governo, hoje anunciada, de apresentar na segunda-feira medidas para a situação das migrações e regularizar cerca de 400 mil processos pendentes.

Num discurso de 15 minutos, depois de ter marcado presença na Festa dos Petiscos dos Pescadores na mesma localidade algarvia, Cotrim de Figueiredo explicou que a IL não defende necessariamente mais regras.

"Defendemos, sobretudo, que as regras que já existem sejam devidamente aplicadas, a começar pela verificação da existência de meios de subsistência para quem entra em Portugal coisa que, evidentemente, não está a ser aplicada", sublinhou.

O dirigente liberal alegou que as regras não estão a ser cumpridas porque a Eurostat, que é "uma fonte insuspeita", adianta que em quatro anos foram impedidas de entrar em Portugal 25 pessoas por esse motivo.

E questionou: "Isto é sinal que está a ser cumprido? Não, não é".

Na sua opinião, não se pode deixar que se eternize "esta sensação de descontrolo e de falta de aplicação de regras que já existem e que só conduzem a duas coisas, a um tratamento indigno de quem cá está e a criação de um problema social e político que só pode vir a prejudicar aqueles que possam vir a querer no futuro estar em Portugal".

O ministro da Presidência referiu-se, em entrevista publicada hoje pelo Diário de Notícias, ao problema das migrações como uma das "heranças mais pesadas" que o executivo recebeu desde que tomou posse em abril.

António Leitão Amaro apontou "opções erradas de leis e de regras de entrada e de regularização em Portugal, mas também pelo colapso das instituições, resultado das escolhas e do processo de extinção do SEF - na forma como foi implementado e no desinvestimento nas pessoas e nos equipamentos", anunciando que o Governo vai tomar medidas em Conselho de Ministros na segunda-feira.

O presidente do Chega, André Ventura, manifestou este sábado satisfação por se estar a aproximar o final do mandato do Presidente da República, o qual desafiou para responder no inquérito ao caso das gémeas tratadas no Hospital de Santa Maria.

"Finalmente vamos ver-nos livres de Marcelo Rebelo de Sousa daqui a um ano e meio", salientou.

André Ventura, que discursava num jantar/comício em Torres Novas (distrito de Santarém) com cerca de 400 pessoas, inserido na campanha para as eleições europeias, acusou o chefe de Estado de trair "o seu povo, a sua história, os seus trabalhadores".

"Felizmente está a um ano de acabar a sua função verdadeiramente", afirmou.

O mandato do Presidente da República termina em março de 2026, mas nos seis meses anteriores não pode dissolver a Assembleia da República.

André Ventura voltou também a desafiar Marcelo Rebelo de Sousa para responder à comissão de inquérito ao caso das gémeas, forçada pelo seu partido.

"Espero que ainda vá responder porque está aí a correr que o Presidente não vai. Não quero acreditar que o Presidente que pediu transparência a todos sempre, inclusive ao Chega, agora que se vê ele envolvido num caso que é grave [...] se exima ou fuja à responsabilidade e à justiça", defendeu.

E deixou um apelo direto: "Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, há momentos na vida em que nos definimos como políticos. Responder a esta comissão de inquérito, responder para ter justiça e transparência não é só uma questão de ser político ou não ser, é de exercer um cargo público com decência e com dignidade". 

"Se acredita na verdade, se acredita na transparência, responda a esta comissão de inquérito, responda aos portugueses sobre este caso", acrescentou.

Ouviram-se apupos e assobios na sala quando o líder do Chega considerou ser "chocante" que o Presidente da República defenda reparações às antigas colónias.

André Ventura considerou que "este país que deu mundos ao mundo nunca se envergonhará da sua história e não pagará um cêntimo a ninguém no que depender do Chega", porque deixou lá "muito mais" do que recebeu.

"E se nunca pagámos um cêntimo a quem teve de fugir de lá sem nada, a quem o Portugal de 1975 abandonou à sua sorte, se não demos a esses um cêntimo, se não demos à família dos retornados de África um cêntimo, se deixámos os antigos combatentes na miséria mais abjeta, o que é que temos de pagar as nossas antigas colónias? Zero, não pagaremos nada às antigas províncias ultramarinas", afirmou.

O cabeça de lista da AD às eleições europeias exigiu hoje um pedido de desculpas ao PS pelas políticas que terão conduzido a que seis mil migrantes fossem vítimas de tráfico humano nas fronteiras portuguesas.

Durante um encontro-comício no Largo do Teatro, em Barcelos, Sebastião Bugalho reiterou as acusações que tinha feito no primeiro debate para as eleições europeias, no dia 13 de maio, quando disse que o PS entregou as políticas de migrações em Portugal a redes de tráfico humano, e considerou que "ainda falta um pedido de desculpas".

"Neste momento, há investigações a decorrer que dão conta de que seis mil migrantes foram vítimas de tráfico humano nas nossas fronteiras durante os governos do PS. A isso eu não chamo dores de crescimento, a isso eu chamo um erro. E ainda estamos à espera de um pedido de desculpas do PS", frisou.

O candidato da AD afirmou que, quando disse que o Governo do PS entregou as fronteiras portuguesas a redes de tráfico humano, "não era uma hipérbole, era a realidade, era a verdade".

"Há 400 mil imigrantes à espera de ver a sua situação regularizada em Portugal, à espera de ver a sua situação estável e de não estar à mercê de redes de tráfico humano e a doutora Marta Temido chama-lhe dores de crescimento? E o imaturo sou eu?", perguntou.

Numa intervenção de cerca de meia hora, Sebastião Bugalho considerou ser "muito interessante ver o que é que não está no programa do PS".

"O programa do PS ao Parlamento Europeu, apesar de ser hoje liderado por um ex-ministro das Infraestruturas, sobre transportes não tem nada, sobre proteção civil não tem nada, sobre imigrantes não tem nada", acusou.

Para o cabeça de lista da AD, tal deve-se a que, nos últimos anos de governação socialista, "nestes capítulos o PS não fez nada".

"O que não está no programa do PS é o que não esteve no Governo do PS: reformas, soluções, melhorias de vida, futuro. O que não está no programa do PS é apenas uma assunção de fracasso total do PS", disse.

Por isso, defendeu, no próximo dia 09 um voto na AD significa que "os portugueses não querem andar para trás".

"Um voto na AD é um voto na estabilidade com arrojo. Um voto na AD é um voto no futuro, um voto no PS é um voto num passado que já falhou", defendeu.

Durante o comício, interveio também o número dois da lista da AD e vice-presidente do PSD, Paulo Cunha, que aproveitou para pedir aos portugueses que deem "um sinal de maturidade democrática" votando no próximo dia 09.

"Um país como Portugal, que recebe muito mais do espaço europeu do que aquele que é o seu contributo do ponto de vista financeiro, tem também, no acesso às urnas, de dar sinal dessa relação com a Europa", defendeu.

Neste âmbito, apelou aos portugueses que ajudem a construir uma Europa melhor: "a assiduidade, a presença nas urnas, é um contributo para que essa Europa seja construída".

A cabeça de lista do PS às europeias lançou hoje a proposta para uma "nova agenda europeia do progresso" assente em casas, rendimentos e direitos, apelando ao voto de quem o que vai fazer antecipadamente no domingo.

Marta Temido discursou esta tarde no comício na Alfândega do Porto, que junta as principais caras socialistas e tem como convidado o candidato dos Socialistas Europeus, Nicolas Schimdt, além do líder do PS, Pedro Nuno Santos.

"Queremos lançar aqui uma nova agenda europeia de progresso", propôs.

Segundo a cabeça de lista do PS, esta nova agenda é "assente em três pilares" que são casas, rendimentos e direitos, o que "parece simples mas é essencial".

Marta Temido aproveitou ainda o facto de no domingo ir decorrer o voto antecipado para quem se inscreveu para um apelo ao voto.

"Amanhã é o primeiro dia em que vamos poder votar nestas eleições europeias, provavelmente as mais importantes das nossas vidas", apelou.

A cabeça de lista do BE às eleições europeias acusou hoje a Aliança Democrática, PS e IL de votarem "nas mesmas políticas" quando chegam ao Parlamento Europeu e atacou socialistas e sociais-democratas com o Pacto para as Migrações.

"Não vale a pena estar a votar nos partidos que, independentemente das suas oposições a nível nacional, quando chegam ao Parlamento Europeu como o PS, PSD, CDS-PP, os liberais, acabam por votar nas mesmas políticas. Um voto no BE é esse voto feminista e firme", garantiu Catarina Martins, em declarações aos jornalistas nas festas do Senhor de Matosinhos, no Porto.

Na data em que se assinala o Dia Mundial da Criança, a candidata bloquista voltou a atacar PS e Aliança Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) por terem aprovado a nível europeu o Pacto para as Migrações e Asilo da União Europeia.

"Hoje já ouvi várias coisas sobre migrações, ouvi também aliás uma espécie de acusações entre a candidata da AD e do PS entre quem ataca mais ou quem defende mais os direitos humanos. Hoje é Dia Mundial da Criança e, portanto, eu acho que é bom lembrar que tanto PS como AD votaram o Pacto das Migrações, aquele que a UNICEF disse que era inaceitável porque prevê que sejam presas crianças em campos de detenção", acusou.

Catarina Martins fez questão de garantir que "um voto no BE nunca acaba na política que ataca imigrantes e crianças", defendendo uma "política da integração e da inclusão".

Interrogada sobre as posições do cabeça de lista da Aliança Democrática, Sebastião Bugalho, no que toca aos direitos das mulheres, Catarina Martins disse ter registado "a forma como o candidato da AD reage sempre com muita irritação às questões das liberdades das mulheres e dos direitos das mulheres".

"É verdade que o PS tem alianças com partidos no resto da Europa que não defendem os direitos das mulheres mas enfim, não é a direita que pode falar nisso porque neste momento a direita está a fazer um acordo com a extrema-direita, a mesma que ataca as liberdades das mulheres. Desse ponto de vista sabem com quem podem contar e podem contar com o BE", argumentou.

O secretário-geral do PS perguntou hoje ao Governo se alguma empresa privada na área da consultoria esteve envolvida na elaboração do plano de emergência para a saúde, como foi contratada e a que informação do SNS teve acesso.

"Há uma pergunta que, já agora, gostaria de fazer ao Governo: aparentemente, tiveram a consultoria de uma empresa privada - eu digo aparentemente, por isso é que é uma pergunta - se este plano de emergência da saúde foi construído pelo Ministério da Saúde em parceria com alguma empresa privada", questionou Pedro Nuno Santos na reta final da sua intervenção no comício das europeias que hoje decorreu no Porto.

Segundo o líder do PS, "aparentemente uma empresa de consultoria privada participou nas reuniões de consulta a várias entidades, privadas e públicas", e não se sabe "até que ponto esteve também na conceção do plano de emergência da saúde".

"Queremos começar desde logo por aqui porque se existe transparência, a transparência que se exige sistematicamente ao PS e à governação do PS: Este plano foi feito ou não com a cooperação de uma empresa privada na área da consultoria de saúde, de que forma é que essa empresa foi contratada, a que informação do SNS ela teve acesso", questionou o líder socialista.

Rui Tavares, porta-voz do Livre, acusou hoje o primeiro-ministro de "ir atrás do discurso da extrema-direita", criticando a intenção do Governo de apertar as regras no âmbito do Plano de Ação para as Migrações, que será apresentado na segunda-feira.

"Creio que Luís Montenegro está a ir atrás do discurso de extrema-direita. Portugal é um país que precisa de imigração e que tem obrigação de ter humanidade, solidariedade e capacidade de pensar no plano europeu também na ótica das migrações", afirmou.

Rui Tavares falava aos jornalistas à chegada à praça Francisco Sá Carneiro, no Porto, onde está a decorrer um comício do Livre dedicado ao feminismo na União Europeia, a primeira ação da campanha às eleições europeias em que o co-porta-voz do partido participa.

Em reação ao novo plano do Governo para as migrações, que será apresentado na segunda-feira, Tavares pediu que os líderes europeus "não falhem o teste da humanidade, da solidariedade e da decência" e deixou críticas, em particular, ao chefe do executivo.

"E já agora, não falhar o teste do futuro de Portugal, que é termos gente capaz de desempenhar as mais variadas funções numa economia que se quer mais especializada e mais sofisticada. Não vamos chegar lá com um primeiro-ministro a ir a correr atrás do que quer que a extrema-direita invente de dia para dia", acrescentou.

A propósito do plano de ação, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, adiantou, em entrevista ao Diário de Notícias e TSF publicada hoje, que contempla uma estratégia para atrair quadros qualificados e um tratamento diferenciado para os lusófonos, mas também regras mais apertadas.

O secretário-geral do PSD, Hugo Soares, acusou hoje Pedro Nuno Santos de andar com a cabeça de lista do PS "ao colo", questionando se "tem medo" que Marta Temido faça campanha sozinha.

Numa arruada em Guimarães, ao lado do cabeça de lista da AD às europeias, Hugo Soares considerou ainda que Sebastião Bugalho tem sido "o centro desta campanha".

"Da esquerda à direita, do Chega ao BE, mas com especial foco no PS e IL, têm feito do dr. Sebastião Bugalho o foco central desta campanha, por alguma razão há de ser...", disse.

O também líder parlamentar social-democrata questionou a postura de líder do PS nesta campanha: "Ele tem andando com a anterior ministra da Saúde praticamente ao colo. Parece que o PS tem medo de a sua candidata andar na rua sozinha, precisa do colinho do secretário-geral do PS", criticou.

Já às críticas de Pedro Nuno Santos de que o Governo tem feito sobretudo "powerpoints", o dirigente social-democrata contrapôs que "têm sido realizações".

"Em vez de estar a fazer campanha diariamente com Marta Temido, era bom que dissesse se apoia a nossa proposta de baixa do IRS", disse, voltando a acusar o PS de se aliar ao Chega para bloquear esta descida de impostos.

"Ainda ontem os ouvi dizer: 'connosco não passarão', falando da extrema-direita, mas é com eles que caminham lado a lado (...) Andam mesmo a confundir alhos com bugalhos", acusou.

O candidato do PS às eleições europeias Francisco Assis acusou hoje o atual governo de pretender criar um ambiente favorável a uma crise política a curto prazo e salientou que o ex-primeiro ministro "nunca errou nas questões europeias".

"Já todos percebemos que o atual governo só tem um objetivo e só se move em função de uma preocupação: criar um ambiente favorável à eclosão de uma crise política a curto prazo, fazer-se de vítima e tentar ganhar a seguir umas eleições legislativas", destacou.

Francisco Assis falava no Grande Encontro Europa, na Alfândega do Porto, que conta com a participação da cabeça de lista do PS, Marta Temido, do secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, e do candidato dos socialistas europeus à Comissão Europeia, Nicolas Schmit.

O candidato da AD considerou que hoje é o dia mais indicado para o PS esclarecer quais são as suas "linhas vermelhas" na Europa, atendendo à participação na campanha do candidato dos socialistas europeus à presidência da Comissão Europeia.

"Hoje que o PS português recebe o seu candidato à Comissão Europeia, o senhor [Nicolas] Schmit, julgo que é o dia em que PS deve um esclarecimento aos portugueses. Os portugueses precisam saber em quem é que vão votar no dia 9", afirmou Sebastião Bugalho, durante um almoço-convívio na Escola Secundária de Paços de Ferreira, que contou com cerca de 800 pessoas.

O candidato independente lembrou que Nicolas Schmit é apoiado por três governos socialistas: o da Dinamarca, "que quer deportar migrantes", o de Malta, "que criminaliza o aborto", e o de Espanha, "que constrói muros físicos nas suas fronteiras".

"Como é que a doutora Marta Temido [cabeça de lista do PS] apoia para presidente da Comissão Europeia, que não é um candidato qualquer, alguém que depende de quem pratica as políticas que ela tanto critica?", questionou, considerando que "não se percebe".

Sebastião Bugalho frisou que, se os portugueses votarem na AD, "sabem em quem vão votar", mas o mesmo não acontece se depositarem o voto no PS.

"O PS vem dizendo que nós tínhamos que dizer que 'não é não'. Nós cumprimos com o 'não é não' e nós governamos sem extremos", frisou.

No seu entender, como os adversários "não têm programa", só lhes sobra "a inverdade na campanha e os extremos na política".

"Nós, felizmente, temos mais do que isso, temos salas cheias de vida, um programa com 34 páginas de propostas", frisou.

O presidente do Chega antecipou hoje que se o Governo apresentar medidas para a imigração "absolutamente frouxas", o seu partido irá votar contra.

"Eu não sei que medidas é que o primeiro-ministro vai apresentar. Se forem medidas absolutamente frouxas de combate à imigração, pode ter a certeza de que vamos votar contra" se tiverem de ir ao parlamento, afirmou André Ventura.

O líder do Chega falava aos jornalistas no arranque de uma visita à Feira do Livro, em Lisboa, no âmbito da campanha para as eleições europeias. André Ventura comentava as declarações do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que prometeu novidades sobre a situação da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) para a próxima semana.

"Se não reverterem o estatuto dos vistos da CPLP, que é absurdo e não existe em mais nenhum país da Europa, se continuarem a ter esta política de portas abertas para todos, se continuarmos a não exigir cinco anos de permanência para aceder a subsídios da Segurança Social pagos pelos impostos dos portugueses, pode ter a certeza que vamos votar contra", indicou.

André Ventura considerou que o primeiro-ministro "tem sido uma desilusão em matéria de combate à imigração ilegal" e que um sinal do chefe de Governo "vale zero".

"Eu não acredito muito na palavra do primeiro-ministro", disse.

O presidente do Chega lamentou que o país chegue "às eleições europeias sem saber quais são as regras" e considerou que "Luís Montenegro tem aqui uma hipótese, parar a imigração até a situação estar resolvida", como o partido propôs na sexta-feira.

O cabeça de lista da CDU às eleições europeias acusou hoje Cotrim de Figueiredo de "falta de criatividade" e de ter "esqueletos no armário", após o candidato da IL ter apontado semelhanças entre o PCP e o Chega.

Em declarações aos jornalistas a meio de uma arruada no Parque das Nações, em Lisboa, que contou com várias centenas de participantes, João Oliveira foi questionado sobre as declarações do cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL), que considerou que Chega e PCP "têm tanta coisa em comum".

"Para quem está comprometido na Holanda com um Governo de extrema-direita que acabou de apoiar, convenhamos que é uma forma pouco criativa de sacudir as suas convergências com as forças de extrema-direita, nessas conceções reacionárias que vão infernizando a vida aos povos em toda a Europa", respondeu João Oliveira.

O candidato comunista defendeu que "a CDU tem muitas provas dadas no combate à direita e à extrema-direita, assuma elas todas as formas que assumir".

"Portanto, esse tipo de acusações e de 'guerras de alecrim e manjerona', de quem tenta livrar-se do seu próprio cadastro, não é matéria em que nós nos comprometemos", acrescentou.

Interrogado sobre como vê a sugestão de livro que Cotrim Figueiredo lhe fez - "A Conspiração do Kremlin", da autoria de Joel C. Rosenberg -, João Oliveira disse que, "para quem tem muitos esqueletos no armário", "não é uma sugestão muito criativa".

Questionado sobre que livro recomendaria ao candidato da IL, João Oliveira disse: "Eu tenho muitos livros preferidos na minha vida, não sei se encaixam todos no ideário liberal".

"Mas olhe, dava-lhe uma sugestão, se calhar: 'As Aventuras de João Sem Medo' [de José Gomes Ferreira]. É sempre uma boa inspiração e uma belíssima obra literária", disse.

Nestas declarações aos jornalistas, João Oliveira foi ainda questionado sobre o que é que distingue a CDU de partidos de esquerda como o BE ou o Livre.

Na resposta, o candidato disse que, com a CDU, "o povo sabe exatamente aquilo com que conta", e não anda "ao sabor da maré e dos ventos".

"Quando os ventos empurram hoje para mais posições militaristas, aceitando a corrida aos armamentos e a militarização da União Europeia, essa é uma das posições com que os portugueses sabem que, da parte da CDU, não contarão", disse.

O cabeça de lista da CDU criticou ainda "os partidos ditos de esquerda" que aceitaram "o nivelamento dos salários por baixo", numa alusão à diretiva dos salários mínimos, elogiada pelo Bloco de Esquerda e Livre.

João Oliveira encabeçou a arruada no Parque das Nações ao lado do secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, rodeado por várias centenas de pessoas que entoavam cânticos como "Europa neoliberal só serve o capital" ou "Precisamos de Portugal com soberania nacional".

O ex-secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa avisou hoje que, quem não estiver preocupado com o crescimento da extrema-direita, "está distraído em relação a manifestações de agressividade muito grande" e de valores que "o povo português rejeitou".

Em declarações aos jornalistas à frente da Estação do Oriente, em Lisboa, onde está atualmente a decorrer um comício da CDU, depois de uma arruada em que participaram várias centenas de pessoas, Jerónimo de Sousa foi questionado se está preocupado com o crescimento do Chega e se pode ameaçar a CDU.

"Eu gosto muito de dizer que, quem não estiver preocupado, está distraído em relação a manifestações de agressividade muito grande, de trazer valores que o povo português rejeitou e repudiou, ao fim destes anos todos", respondeu.

Interrogado se está confiante de que a CDU conseguirá recuperar eleitores ao Chega, o antigo secretário-geral do PCP, que deixou a liderança do partido em 2022, disse que "a extrema-direita é sempre um perigo", mas, já anda na vida política há 50 anos e sabe que "há avanços e recuos, vitórias e derrotas".

"Faz parte da nossa vida coletiva e democrática. Portanto, há este misto, esta contradição de nos sentirmos bem com a democracia, com a paz, com a cooperação entre os povos, mas isso não invalida que estejamos atentos e, seja pela prática, pelo concreto, pelas medidas que o poder tomar - a Assembleia da República, o Governo, a Presidência da República -, transmitamos ao povo português a confiança de que isto vai lá", disse.

Já questionado sobre como é que assiste aos "novos tempos" que se vivem na Assembleia da República, Jerónimo de Sousa disse que, em 40 anos enquanto deputado, assistiu a "debates de grande envergadura, de confronto e conflitualidade democrática" que fez com que o parlamento tivesse "um papel central" na democracia portuguesa.

"Hoje as coisas estão diferentes - não vou dizer se para melhor ou para pior - mas aqueles grandes debates, que iam ao fundo das questões, com resultados de que muitas vezes se gostava ou não se gostava... Era um parlamento atuante, exigente, difícil, mas com nível de intervenção, de confronto das diversas bancadas. Acho que isso são tempos que já lá vão", considerou.

No final de uma arruada muito participada, que serviu de demonstração de força da CDU na reta final da primeira semana de campanha para as europeias, Jerónimo de Sousa disse ter ficado com "o palpite" de que a iniciativa mostrou uma "grande mobilização, empenhamento e esforço organizado" dos militantes da coligação.

Jerónimo elogiou o cabeça de lista da CDU às europeias, João Oliveira, salientando que tem sido um excelente candidato, que lhe provocou "tanta alegria" nos debates televisivos.

"Há razões para estarmos felizes pela prestação destes camaradas, num quadro muito exigente, muito difícil, num quadro internacional muito complexo. Há razões para ter confiança", disse.

Questionado sobre qual espera que seja o resultado da CDU, Jerónimo respondeu: "Sou muito ambicioso em relação ao resultado"

"O melhor é esperar, mas estou confiante", disse.

O presidente do Chega, André Ventura, considerou hoje que a identidade de género não faz parte dos direitos humanos e afirmou que as crianças estão a ser expostas a "conteúdos sexualizantes" nas escolas públicas.

Em declarações aos jornalistas antes de uma visita à Feira do Livro, em Lisboa, inserida na campanha para as eleições europeias, André Ventura insistiu na proposta que já tinha defendera na última convenção do Chega, em janeiro, de retirar todos os apoios às associações relacionadas com identidade de género.

A intenção é, segundo Ventura, "reavaliar os mais de 400 milhões de euros que foram atribuídos e que estão embrulhados no meio da identidade e da ideologia de género, para garantir que nenhuma associação, escola ou outra entidade que patrocina a ideologia de género recebe dinheiro".

O Governo anterior inscreveu no Orçamento de Estado 426 milhões de euros para promover a igualdade de género, mas "apenas 9,2%" do total corresponde a este objetivo.

Indicando que o Chega pediu ao "Governo que discriminasse as verbas", Ventura defendeu que não o fez "porque tem interesse em misturar violência doméstica com ideologia de género".

O Chega fez uma hoje uma publicação nas suas redes sociais referindo que defende o fim dos apoios a associações de "ideologia de género em toda a Europa" e que com o partido no Parlamento Europeu, não "haverá nem mais um cêntimo do dinheiro público para qualquer associação que promova a ideologia de género".

No entanto, não há qualquer referência a este assunto no programa eleitoral do partido às eleições de 09 de junho.

"Temos de acabar com isto de que as crianças vão para a escola e lhes dizem que ser homem ou ser mulher é a mesma coisa e eles podem escolher. Não é, os portugueses não querem isso", afirmou, deixando um desafio: "Vamos fazer um referendo então, vamos perguntar aos portugueses".

Questionado se os direitos humanos são referendáveis, André Ventura respondeu que "aqui não são direitos humanos, são direitos de transformação, que não são humanos, são direitos de escolha".

O presidente do Chega classificou a questão como "disparates" e afirmou que "há ideologia de género nas escolas, há promiscuidade nas escolas, há perversão nas escolas"

André Ventura disse também que "as crianças estão a ser expostas a conteúdos sexualizantes e a par disso estão a ser expostas a conteúdos em que lhes dizem que se são mulheres podem ser homens, se são homens podem ser mulheres".

Ventura disse que isto acontece nos "conteúdos de cidadania e desenvolvimento" e, questionado sobre exemplos concretos, remeteu para as redes sociais e falou em "propaganda LGBT" e "um indivíduo a andar com as nádegas à mostra numa escola pública no Parque das Nações".

Questionado em que se traduz concretamente a "ideologia de género", o cabeça de lista do Chega disse que "é uma ideologia que visa destruir a sociedade e a família principalmente, visando de alguma forma utilizar conceitos que não são os conceitos" que o seu partido defende "e que vão prejudicar o saudável desenvolvimento da sociedade".

"Não é evidências científicas, é o que é. Se vão para as escolas dizer às criancinhas de três anos ou dois anos com educação sexual que não sabem se são meninos ou meninas, nós achamos isso absolutamente contranatura", afirmou.

Na mesma linha do líder, António Tânger Corrêa argumentou que isto acontece "nos programas em muitas escolas públicas", que incluem "educação sexual, não identificação do género, não identificação dos nomes de acordo com o género da pessoa, e por aí fora".

O candidato e vice-presidente do Chega defendeu igualmente que "identidade de género é um direito de cada cidadão, ser homem ou ser mulher".

O cabeça de lista da Iniciativa Liberal às europeias aproveitou hoje a ida à Feira do Livro para presentear os adversários, comprando para Sebastião Bugalho o livro "A Economia numa Lição" e "Enciclopédia da União Europeia" para Marta Temido.

A visita de João Cotrim de Figueiredo ao certame, que abriu no dia 29 de maio e encerra a 16 de junho, foi produtiva, não só para a sua biblioteca pessoal, mas principalmente para a dos adversários e nenhum foi esquecido.

O primeiro presenteado foi Sebastião Bugalho, para quem Cotrim de Figueiredo comprou "A Economia numa Lição", de Henry Hazlitt, justificando a escolha com o facto de o candidato da AD não perceber o suficiente de economia, crítica que já havia feito na sexta-feira à tarde, depois de uma visita a uma empresa de moldes em Leiria.

"É [livro] bastante bom", atirou o candidato liberal a eurodeputado.

Considerando que Marta Temido do PS "ainda não conhece as suas próprias ideias para a Europa", o primeiro da lista da IL optou por lhe oferecer a "Enciclopédia da União Europeia", de Ana Paula Brandão, Francisco Pereira Coutinho, Joana Rita de Sousa Covelo de Abreu e Isabel Camisão.

"Ela não conhece as suas próprias ideias sobre a Europa. Há coisas que se conseguem compensar com o tempo, mas seria de esperar que nesta altura soubesse um pouco mais", fundamentou.

Apesar de "abrir os cordões à bolsa", Cotrim de Figueiredo decidiu poupar no Chega e PCP oferecendo a Tânger-Corrêa e João Oliveira, respetivamente, o mesmo livro "A Conspiração do Kremlin", da autoria de Joel C. Rosenberg.

Questionado sobre o porquê desta escolha, o candidato a eurodeputado disse que conspiração é "uma coisa que parece que assiste a Tânger-Corrêa", candidato que esta tarde vai, à semelhança de Cotrim de Figueiredo, estar na Feira do Livro.

"Para o PCP, tenho um livro que é exatamente o mesmo, porque eu acho que o Chega e o PCP têm tanta coisa em comum, não admira que alguns dos eleitores se troquem", explicou.

Já para Catarina Martins, do BE, com quem desde o arranque da campanha oficial têm trocado críticas sobre o posicionamento daquele partido relativamente à Ucrânia, o liberal adquiriu "Capitalismo e Liberdade", de Milton Friedman.

Segundo Cotrim de Figueiredo, este livro vai ser útil à ex-líder do BE porque ela "ainda não percebeu muito bem como é que funciona não só o liberalismo, mas a sociedade como um todo".

Para os restantes adversários, especificamente para o Livre e o PAN, o cabeça de lista da IL às europeias garantiu que lhes iria enviar umas sugestões via informática para poupar papel. "Preocupações ambientais", sublinhou.

A opção pelo voto antecipado em mobilidade no domingo registou um aumento superior a 20% em relação às últimas eleições legislativas, com 252.209 eleitores a inscreverem nesta modalidade de voto para as europeias de 09 de junho.

De acordo com dados do Ministério da Administração Interna (MAI), poderão votar já no domingo 252.209 eleitores, que se inscreveram previamente e escolheram o município onde poderão exercer o seu direito.

Nas eleições legislativas de 10 de março, inscreveram-se para o votar antecipadamente 208.077 eleitores, número inferior aos 285.848 que optaram pela mesma modalidade nas legislativas de 2022, realizadas ainda em contexto de pandemia.

Instituída com a entrada em vigor da Lei Orgânica n.º 3/218, por ocasião da eleição de deputados portugueses ao Parlamento Europeu em 2019, a modalidade de voto antecipado tem registado sempre um crescimento, com exceção do decréscimo verificado nas últimas legislativas, em relação às de 2022.

Há cinco anos, nas eleições europeias de 2019, votaram em mobilidade 13.455 eleitores, número que aumentou para 50.638 nas eleições legislativas do mesmo ano, e para 197.903 nas presidenciais de 2021, realizadas durante a pandemia de covid-19.

Os eleitores recenseados em Portugal puderam inscrever-se até quinta-feira para votar antecipadamente em mobilidade, uma semana antes das europeias, marcadas para 09 de junho,

Nesta modalidade, os eleitores inscrevem-se num local de voto à sua escolha num município do continente ou das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, através de meio eletrónico em www.votoantecipado.mai.gov.pt ou por correio enviado para a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.

Caso o eleitor se tenha inscrito para votar em mobilidade, mas não consiga exercer esse direito na data prevista, 02 de junho, poderá votar no dia das eleições europeias, em qualquer ponto do país.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, já anunciaram que irão votar antecipadamente no domingo, uma semana antes das eleições, nas quais 10,8 milhões de eleitores inscritos elegerão 21 dos 720 eurodeputados.

Mais de 252.000 eleitores portugueses, entre os quais o Presidente da República e o primeiro-ministro, podem este sábado votar antecipadamente para as eleições europeias, de 9 de junho.

De acordo com o Ministério da Administração Interna (MAI), inscreveram-se para votar em mobilidade para as eleições europeias 252.209 eleitores, número mais de 20% superior aos 208.007 que optaram pelo voto antecipado nas últimas eleições legislativas, de 10 de março passado.

Hoje, quem se inscreveu até quinta-feira passada, poderá exercer o seu direito no município que escolheu quando solicitou o voto antecipado.

Caso o eleitor se tenha inscrito para votar antecipadamente mas não consiga exercer esse direito hoje, poderá votar no dia das eleições, 09 de junho, em qualquer parte do país.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciaram que irão votar antecipadamente para as eleições europeias, para as quais são chamados a votar mais de 10,8 milhões de portugueses, que escolherão 21 dos 720 eurodeputados.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu este sábado que o problema do Governo não é pedalada e "uma torrente de anúncios", mas sim a qualidade das medidas apresentadas, que considerou que "são más" e no "caminho errado".

"O nosso problema e a nossa preocupação não é com a torrente de anúncios, é com a qualidade das medidas que são apresentadas, que são más, que indiciam um caminho que se afasta de nós, que achamos que é um caminho errado", respondeu aos jornalistas à margem de uma ação de campanha para as europeias em Angeiras, Matosinhos.

Pedro Nuno Santos foi questionado sobre as declarações feitas na véspera pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, que aconselhou a oposição a ter "mais pedalada" para acompanhar o Governo.

"A questão não é de pedalada, nem de velocidade nem de ritmo de apresentação de medidas. Não é assim que se avalia um Governo. É pela qualidade das medidas que são anunciadas, pelo seu conteúdo e depois pela sua implementação. Essa não existe", atirou.

Na devolução das palavras, o líder do PS afirmou que o primeiro-ministro "acha que governar é apresentar PowerPoints atrás de PowerPoints".

O cabeça de lista da Iniciativa Liberal às eleições europeias sugeriu este sábado que as interjeições dos antigos presidentes da Assembleia da República ao Chega acabaram por o fortalecer e "eternizar o PS no poder"

"A primeira ou segunda interjeição podia ter sido uma coisa espontânea de querer mostrar que há limites, que isto está fora daquilo que seria a norma e a cultura da Assembleia da República, mas a partir do momento em que se percebe que essas interjeições funcionaram a favor do infrator e insistem eu, que não tenho as pessoas como burras, só posso inferir que a intenção era continuar a favorecer com aquela velha teoria de que um Chega forte é garantia que o PS se eternizava no poder e se foi isso é gravíssimo", afirmou João Cotrim de Figueiredo.

O primeiro da lista da IL às europeias, que se realizam em Portugal a 9 de junho, abordou este tema depois de questionado pelos jornalistas sobre o atual funcionamento do parlamento quando passava pelo `stand´ da Assembleia da República na Feira do Livro de Lisboa, certame que visitou esta manhã acompanhado da comitiva.

Dizendo que tem acompanhado o que se tem passado na Assembleia da República, apesar de não com a atenção de que gostaria, o candidato a eurodeputado referiu que "as cercas sanitárias mais agressivas não funcionam".

O "número um" do Livre às europeias defendeu este sábado mais investimento na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) para resolver a situação de milhares de imigrantes e não regras mais apertadas, que considera contraprodutivas.

"O que o Livre pede é que este plano de emergência se foque na AIMA, no investimento na AIMA, para que possa solucionar estes 400 mil casos de pessoas que estão legais em Portugal, só não têm o documento", afirmou Francisco Paupério.

De visita ao mercado municipal de Matosinhos, o cabeça de lista do Livre às eleições europeias comentou o Plano de Ação para as Migrações que vai ser apresentado na segunda-feira.

Numa entrevista ao Diário de Notícias e TSF publicada hoje, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, já adianta que o plano contempla uma estratégia para atrair quadros qualificados e um tratamento diferenciado para os lusófonos, mas também regras mais apertadas.

 A coordenadora do BE apelou hoje à participação nas eleições europeias realçando que neste sufrágio um voto no seu partido vale o mesmo em todo o país, "contra políticas de guerra" e por uma Europa "de cooperação".

"Amanhã começamos a votar e há uma diferença nestas eleições que gostaria de ressalvar: em todo o país um voto no BE vale o mesmo. Vale o mesmo em Faro, em Bragança, Vila Real, Lisboa, Beja, Évora e Viseu. É uma lista de círculo único", lembrou Mariana Mortágua.

A líder do BE falava aos jornalistas à margem de uma ação de campanha para as eleições europeias na cidade de Viseu, ao lado da cabeça de lista bloquista, Catarina Martins.

Ao contrário das eleições legislativas, em que cada voto é contabilizado para um círculo eleitoral correspondente a um distrito, nas eleições europeias os eleitores votam num círculo único, à semelhança das presidenciais.

Mortágua salientou que "Portugal durante muito tempo olhou para a União Europeia com a esperança de um futuro melhor, de um mundo sem muros, de cooperação, de paz, de progresso, de investimento", acrescentando que "é por esta União que o BE se bate nestas eleições".

Na véspera do dia do voto antecipado em mobilidade, que conta com mais de 250 mil eleitores inscritos, a bloquista afirmou que "um voto no BE é um voto nesse projeto".

"Um voto garantido, determinado, contra políticas de guerra, por uma Europa de paz e de cooperação, por uma Europa de investimento, desenvolvimento, de coesão, de união, de solidariedade. Foi ou não foi esse projeto no qual acreditámos desde o início no processo de integração europeia?", interrogou.

O cabeça-de-lista do PAN às eleições do Parlamento Europeu defendeu hoje o fim do financiamento da União Europeia a atividades que impliquem maltratar os animais, como as touradas, canalizando antes o dinheiro para a cultura.

"Temos de começar por acabar com qualquer financiamento público que venha da União Europeia para ser aplicado nestas atividades", afirmou Pedro Fidalgo Marques no início de uma ação contra as touradas realizada junto à praça de touros do Campo Pequeno, em Lisboa.

"Já existiram recomendações no Parlamento Europeu nesse sentido, mas têm sempre sido encontrados subterfúgios para usar financiamento europeu nestas atividades", adiantou o candidato às eleições europeias, garantindo que estudos indicam que, "sem esse financiamento público, estas atividades [touradas] não subsistem".

Segundo disse hoje o candidato ao Parlamento Europeu, "um estudo mostrou que mais de 77% dos portugueses não concordam com as touradas", opiniões que o PAN quer ouvir ao vivo, tendo decidido colocar a pergunta às pessoas que passam na rua.

"Acreditamos que a grande maioria não concordará que se esteja a torturar um animal dentro desta arena [praça de touros do Campo Pequeno] e, sim, que este espaço seja reconvertido a 100% num espaço cultural", afirmou.

O cabeça-de-lista às europeias acrescentou ainda que não são só as touradas que devem ser abolidas a nível europeu, mas "todas as atividades que explorem animais", como por exemplo, "aqueles passeios com [cavalos a puxar] charretes em que os animais estão em sofrimento ao sol e muitas vezes a desfalecer, ou como os animais no circo".

No âmbito desta questão, o PAN acha que "os 16 milhões que vieram da PAC [Política Agrícola Comum da União Europeia] para as touradas devem ser investidos na verdadeira cultura, nas artes performativas, na dança, no teatro, na música, nas artes plásticas".

Além disso, "o Campo Pequeno deve ser convertido a 100% num espaço cultural, tal como já foi feito, por exemplo, em Viana do Castelo ou na Póvoa de Varzim", defendeu, considerando que "é preciso ter touros felizes" e acabar com o financiamento de touradas quer pelos municípios, quer pela União Europeia.

A cabeça de lista do PS às eleições europeias defendeu hoje que a solução de fechar fronteiras não funciona, acreditando que não há barreiras que impeçam "as pessoas em risco de vida" de procurar melhores condições de vida.

"Fechar fronteiras não funciona. Não há nada, nem muros, nem fronteiras fechadas que impeçam as pessoas que estão em risco de vida, ou pelo menos em risco de não ter uma vida digna, de poder procurar melhores condições", destacou Marta Temido.

A candidata a eurodeputada falava aos jornalistas na Feira da Senhora da Hora, em Matosinhos, o local onde foi recebida da forma mais calorosa nestes primeiros seis dias de campanha.

O candidato da AD às europeias reiterou este sábado que os direitos das mulheres estão defendidos na sua lista, depois de ser abordado por uma corredora que lhe pediu uma 'selfie', mas disse que gostaria de ver "uma mulher à frente".

Num pequeno passeio junto à marginal de Vila Nova de Gaia, Sebastião Bugalho foi abordado por uma corredora que parou e lhe pediu para tirarem uma fotografia juntos, mas, quando questionada se iria votar na AD, manifestou dúvidas.

"Não sei, sou mulher, comemoramos os 50 anos do 25 de Abril e acho que é importante uma mulher à frente. O 25 de Abril foi das melhores coisas para as mulheres", disse, acrescentando que "a emancipação da mulher no 25 de Abril foi muito boa".

O candidato respondeu que a equipa da AD ao Parlamento Europeu "está cheia de mulheres defensoras do 25 de Abril" e salientou o papel dos "dois partidos fundadores da democracia", PS e PSD.

Antes de voltar à corrida, a senhora disse que "o voto ainda não está decidido", dizendo que também acredita nos jovens.

No final da iniciativa de campanha, o candidato foi questionado pela comunicação social se esta potencial eleitora não via no cabeça de lista da AD "alguém que fosse o garante desses direitos" das mulheres".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt