Esquerda contra Chega que fala em "portas escancaradas". Catarina desafia Livre a sair dos Verdes
Ainda sobre a imigração, Francisco Paupério, do Livre, defende corredores humanitários. Permite que as pessoas possam deslocar-se de um sítio inseguro para um seguro, explicou. "Temos de ter uma coordenação europeia".
"Sabemos que vamos ter cada vez mais pessoas às nossas portas", disse. "Temos o dever de acolher estas pessoas", considerou, rejeitando que Portugal tem as "portas escancaradas", como afirmou o candidato do Chega.
Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, começou por criticar discurso do candidato do Chega sobre a imigração.
"Um discurso que explica a xenofobia e o discurso de ódio que a extrema-direita vai semeando na Europa", disse a cabeça de lista do BE.
"O maior problema de segurança que a Europa vive é a extrema-direita", acrescentou.
Candidata do BE disse que "o nosso país está a explorar" imigrantes que esperam que a sua situação seja regularizada.
Candidato do Livre apoia o alargamento da UE a leste, defendendo que "a democracia e o Estado de direito devem estar assegurados", quando questionado sobre a adesão da Ucrânia à UE.
PAN, pela voz de Pedro Fidalgo Marques, considerou que o alargamento não deve ser encarado como um problema.
Do BE, Catarina Martins disse que um alargamento da UE deve fazer pensar de outra maneira as políticas europeias.
Tânger Corrêa, do Chega, questionado sobre se se considera ambientalista, respondeu "absolutamente". Resposta que abriu o debate para as questões ambientais.
"Emergência climática existe, não depende só do ser humano. No entanto, há uma coisa que para o Chega é fundamental que é o bem-estar. Somos completamente os primeiros a preservar o ambiente e a preservar toda a ambiência daquilo que o mundo rural precisa", disse o candidato do Chega.
Catarina Martins lançou o desafio ao Livre para que este se posicione à esquerda e não nos Verdes europeus, falando numa aliança à esquerda. "O Livre está muito feliz nos Verdes europeus", respondeu Paupério, falando nos três pilares que o partido defende: democracia, ambiente e direitos humanos.
Sobre o investimento na Defesa, o candidato do PAN defende a necessidade de uma "melhor integração em termos militares europeus". Para o PAN, um exército europeu não é a solução, mas unidades de resposta rápida.
"Temos de reforçar a nossa segurança, mas de uma forma integrada", disse Pedro Fidalgo Marques.
"A ideia de que a Europa é indefesa e precisa de investir muito" na Defesa "não é verdadeira", diz a candidata do BE, que voltou a falar no "problema" do "eurocinismo", também nesta matéria. referindo-se ao "massacre em Gaza".
"Temos de discutir se queremos ou não paz. A paz tem de ser a missão da UE", defendeu Catarina Martins.
Já o Livre disse que "a segurança não é só uma questão de armas", referindo que é necessário haver uma coordenação europeia nesta matéria.
Candidato do Chega defende investimento na Defesa e na meta dos 2% no PIB. Tânger Corrêa falou numa possível parceria pública-privada para investir na Defesa.
"Diz-se que os japoneses não invadiram os EUA, porque os americanos eram um povo armado. Pelo menos é o que corre nos meios diplomáticos... de que houve um plano do Japão para invadir os EUA e não o fizeram porque tiveram receio da população civil que estava armada e, portanto, seria um escudo muito importante numa invasão. A defesa e segurança são dois lados da mesma moeda", disse o candidato do Chega.
Declaração criticada por Catarina Martins. Registou que o candidato do Chega defendeu que "uma população armada é uma boa ideia".
Guerra na Ucrânia também esteve em debate. com Francisco Paupério, do Livre a dizer que "temos de ir" à procura "da paz". Rejeita, por isso, a mobilização de tropas para o território ucrânia, mas sim a ajuda que tem sido feito até agora pelos europeus e portugueses.
Pedro Fidalgo Marques, do PAN, destacou que o que está em causa é o projeto europeu nesta guerra. "É necessário haver um apoio militar à Ucrânia", defendeu, realçando a importância das negociações.
"A UE não tem tido uma estratégia autónoma, um caminho para a paz", afirmou Catarina Martins, candidata do BE, que falou num "enorme eurocinismo".
Candidato do Chega considerou que Putin teve um "erro de cálculo fatal" na ofensiva militar em território ucraniano. "É preciso dar apoio à Ucrânia" para que o país não entre em negociações numa posição de fragilidade, defendeu.
"As propostas de Trump são conflituais entre si" sobre a guerra na Ucrânia, disse Tânger Corrêa.
Pedro Fidalgo Marques, do PAN, defendeu uma maior da integração dos imigrantes que escolhem o nosso país para viver.
"Temos de garantir um salário justo para todas as pessoas", defendeu o candidato do PAN às eleições europeias de 9 de junho.
Candidato do Chega diz que esteve nos Anjos e viu como os imigrantes vivem. "Em condições absolutamente desumanas", lamentou António Tânger Corrêa.
Lembrou que visitou campos de refugiados e disse que vivem melhor que os imigrantes que estão em tendas nos Anjos, em Lisboa. "Temos de ter algum equilíbrio, humanitário também, mas também temos de pensar nos portugueses", defendeu.
Uma posição criticada por Catarina Martins, do BE, que critica a divisão entre imigrantes e portugueses.
Tem início o segundo debate a quatro sobre as eleições europeias, marcadas para 9 de junho.
Francisco Paupério (Livre) já tinha participado no primeiro debate, na passada segunda-feira, na SIC. Já António Tânger Corrêa (Chega), Catarina Martins (Bloco de Esquerda) e Pedro Fidalgo Marques (PAN) estreiam-se neste novo modelo de debate.
Imigração é o tema que abre o segundo debate. Candidato do Chega, António Tânger Corrêa é o primeiro a intervir para dizer que o partido quer uma "imigração controlada".
"Quando se abrem as portas de forma encancarada entram os maus elementos", disse, referindo que o Chega não é contra a imigração, mas sim contra as "portas escancaradas".