Costa num cargo europeu? "O que interessa é o que as pessoas pensam e fazem e não o sítio em que nasceram", responde Cotrim
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Costa num cargo europeu? "O que interessa é o que as pessoas pensam e fazem e não o sítio em que nasceram", responde Cotrim

Os cabeças de lista da AD, Sebastião Bugalho, do PS, Marta Temido, da IL, João Cotrim de Figueiredo, e do Livre, Francisco Paupério, foram os protagonistas do primeiro debate para as eleições europeias, marcadas para o dia 9 de junho.
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Sobre a possibilidade de António Costa, ex-primeiro-ministro, desempenhar funções num cargo europeu, Cotrim Figueiredo defende que "o que interessa é o que as pessoas pensam e fazem e não o sítio em que nasceram".   

"Desejo toda a sorte do mundo, todo o sucesso da vida a António Costa", acrescentou o candidato liberal. "António Costa nunca será capaz de reformar a Europa como achamos que é preciso", diz. 

Marta Temido, PS, tem, obviamente, uma posição diferente. Visão de Costa para a Europa "tem na base uma perspectiva solidária", defende a antiga ministra da Saúde.

Candidato do Livre não dá uma resposta definitiva diz que a única opinião que é valida é a do atual primeiro-ministro, Luís Montenegro.

"Nós, enquanto eurodeputados, não temos voto na matéria para o presidente do Conselho Europeu", diz Sebastião Bugalho, da AD. Espera, no entanto, que Costa não seja o centro de debate nestas eleições europeias 

Guerra na Ucrânia e Defesa também em discussão neste primeiro debate para as eleições europeias. Candidato do Livre refere que é necessário saber "o que vai ser a política interna de Defesa".

Paupério diz que segurança tem várias dimensões, como por exemplo, a saúde. Defende que se tem de investir "na questão da segurança e autonomia estratégica da Europa".  

"A forma da defesa europeia não ficar em causa é a Europa assumir-se como pilar da NATO", de modo a não estar tão dependente dos EUA, defende Sebastião Bugalho, da AD. 

"Eu acredito que os portugueses e os europeus querem defender a Europa, mas com horizonte de paz", diz o candidato da AD.

"Precisamos de reforçar a nossa política de defesa comum", refere Marta Temido, criticando o que defende a AD nesta matéria. 

Cotrim Figueiredo também defende investimento na área da Defesa, concordando com Bugalho na necessidade da UE ser um pilar da NATO. 

"Um Portugal com uma utilização correta dos fundos europeus seria bastante mais forte e não tenho nenhuma evidência que tenha sido assim", disse Cotrim Figueiredo, ainda sobre o alargamento da UE a leste e as possíveis mudanças nos fundos europeus. 

Marta Temido, do PS, defende reforço dos recursos próprios. 

Sebastião Bugalho, da AD, defende uma Europa a uma só velocidade e a "integração gradual" dos países candidatos à adesão da UE, fazendo parte, por exemplo de reuniões, como a dos ministros das Finanças (Ecofin).

Fundos europeus é o tema que se segue, no âmbito do próximo alargamento da União Europeia a leste. Sebastião Bugalho defende que este alargamento "não pode ser lido à conta do dinheiro que vamos perder", mas sim à conta do que vamos ganhar". 

Francisco Paupério diz que o Livre está do lado dos agricultores, com políticas ambientais na agricultura".

Cotrim Figueiredo, da IL, fala na "obrigação" de integrar os países mais a leste na UE, como a Ucrânia. "Precisamos de rever toda a estrutura financeira", defendeu. 

Sebastião Bugalho diz que os problemas de regularização dos imigrantes pela AIMA, agência que veio substituir o SEF, diz que há 400 mil imigrantes que estão à espera de ver o seu processo concluído.

Refere que os imigrantes que estão à espera de ver regularizada a sua situação regularizada ficam "vulneráveis" às redes de tráfico humano. 

"O PS entregou a política de migrações a redes de tráficos humano", acusou. 

Marta Temido responde e fala em "demagogia". Candidato do Live volta a defender "corredores humanitários".

Marta Temido, do PS,  defende uma perspectiva "humanista" para as migrações.

"Se achamos que mercantilizar a vida humana é o caminho, não, não achamos", diz Temido em resposta ao candidato do Livre.   

"As mudanças demoram tempo a obter resultados", diz Temido, em resposta a Cotrim Figueiredo, que criticou a forma como se procedeu ao fim do SEF e os problemas que se verificam na AIMA, nomeadamente os atrasos no atendimento aos imigrantes para a regularização da sua situação. 

Francisco Paupério, do Livre, começa por enumerar as razões pelas quais o partido é contra o pacto das migrações, defendendo um pacto que "humaniza pessoas" e que não separa famílias. 

A "alternativa é haver corredores humanitários" e "ter programas de inclusão que funcionem", defende o candidato do Livre, pedindo "coragem política".   

Cotrim de Figueiredo, da IL, diz que a imigração não pode ser um tema "tabu".

"Podemos fazer muito mais", afirmou o candidato dos liberais, criticando a forma como se procedeu ao fim do SEF.

Ainda sobre o pacto europeu das migrações, Sebastião Bugalho, da AD, defende que este instrumento da UE tem "limitações". 

"A única forma de combater a imigração ilegal e as redes de tráfico humano que se alimentam dela é através do reforço de mecanismos de imigração legal", diz o candidato da AD. 

Bugalho defende que, no âmbito do "blue card", pode-se baixar o salário previsto nesta iniciativa, "permitindo a integração de migrantes altamente qualificados que não tenham a necessidade de ganhar tanto dinheiro ao fim do mês". 

O pacto para as migrações e asilo é o primeira tema deste debate. Marta Temido, do PS, refere que se trata de um tema "complexo". 

"Este foi o compromisso possível", diz a candidata socialista sobre o pacto europeu sobre as migrações.  "Não podemos continuar a ter tragédias no Mediterrâneo", disse, apontando "fragilidades" na política de integração.

Esta segunda-feira marca o início dos debates para as eleições europeias. O primeiro realiza-se esta noite, na SIC, com os cabeças de lista da AD, PS, IL e Livre, na SIC, num ciclo que só terminará a 3 de junho, com um confronto a oito nas rádios.

O modelo de debate que gerou consenso entre os oito partidos com assento parlamentar -- mas contra o qual o partido ADN interpôs uma providência cautelar - prevê a realização de seis debates com quatro partidos e dois debates a oito, um na RTP e outro organizado pelas rádios. 

O primeiro confronto a quatro, com uma duração aproximada de 50 minutos, terá como protagonistas os cabeças de lista da AD, Sebastião Bugalho, do PS, Marta Temido, da IL, João Cotrim de Figueiredo, e do Livre, Francisco Paupério.

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