O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno SantosPATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

Comissão Política do PS vai reunir-se a 21 de março para "análise da situação política"

"O único ponto da ordem de trabalhos é a análise da situação política", indica o PS sobre a marcação da reunião da Comissão Política Nacional do partido para a próxima quinta-feira, um dia depois de serem divulgados os resultados eleitorais dos círculos da Europa e Fora da Europa.
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A Comissão Política Nacional do PS vai reunir-se na próxima semana, a 21 de março (quinta-feira). "O único ponto da ordem de trabalhos é a análise da situação política", refere o partido, em comunicado divulgado esta sexta-feira. 

A reunião da Comissão Política, marcada para as 21:00, na sede nacional, em Lisboa, realiza-se um dia depois de serem divulgados os resultados das eleições legislativas de domingo passado nos círculos da Europa e Fora da Europa.

Fonte oficial socialista disse à Lusa que o Secretariado, órgão executivo da CPN, se reúne antes, na próxima segunda-feira, dia 18. No sábado seguinte, dia 23, reúne-se a Comissão Nacional, o órgão deliberativo máximo entre Congressos, adiantou a mesma fonte.

Na noite eleitoral, recorde-se, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos,  assumiu a derrota nas eleições legislativas e indicou que o partido iria agora "liderar a oposição".

"Apesar da diferença tangencial entre nós e a AD (Aliança Democrática), e sem desrespeitar os votos e os eleitores dos círculos eleitorais das nossas comunidades, tudo indica que o resultado não permitirá ao PS ser o partido mais votado. Quero por isso dar os parabéns e felicitar a AD pela vitória nestas eleições", declarou, na altura, Pedro Nuno Santos. 

O líder dos socialistas disse ainda: "O PS será oposição, nós vamos liderar a oposição. Seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS. Essa é a nossa tarefa daqui para a frente".

Segundo os resultados provisórios das eleições de domingo, a Aliança Democrática (coligação PSD, CDS-PP e PPM), liderada por Luís Montenegro, venceu as legislativas com 29,49% dos votos, elegendo 79 deputados para a Assembleia da República.

O PS ficou em segundo lugar, com 28,66% dos votos e a eleição de 77 deputados, seguindo-se o Chega como terceira força política, com 18,06% dos votantes e 48 eleitos.

Garantindo o mesmo número de assentos da legislatura anterior, a IL conseguiu oito lugares na Assembleia da República, o BE cinco e o PAN um, enquanto o Livre aumentou a sua representação de um para quatro deputados. Em sentido contrário, a CDU perdeu dois parlamentares e ficou agora com apenas quatro.

Por apurar estão ainda quatro deputados pela emigração, que só serão conhecidos a 20 de março. Só após essa data e depois de ouvir todos os partidos com representação parlamentar é que o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro. 

Na noite eleitotal, Pedro Nuno Santos assumiu que não obstaculizará a formação de um Governo minoritário da AD, já que não tem uma maioria alternativa para apresentar no parlamento e, por isso, não votará a favor de nenhuma moção de rejeição a esse executivo.

Porém, separou o plano da formação do Governo da questão da viabilização de instrumentos de politica fundamentais, como o Orçamento do Estado. Interrogado se viabilizará orçamentos, avisou que resistirá a todas as pressões, que "já começaram".

"O PS vai liderar a oposição. Não vai deixar a oposição para o Chega e para André Ventura. A direita ou a AD não contem com o PS para governarem, porque não somos nós que os vamos suportar. E não vai haver divisão no PS", declarou. Mas Pedro Nuno Santos foi ainda mais longe:

"O tempo da tática na política connosco acabou e comigo acabou" - uma resposta que aparentou ser uma crítica indireta ao primeiro-ministro cessante, António Costa.

Em relação à subida eleitoral do Chega, Pedro Nuno Santos considerou que a extrema-direita teve um crescimento "muito expressivo que não dá para ignorar". No entanto, na sua opinião, "não há 18,1% de portugueses votantes racistas e xenófobos".

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