Melo candidata-se a líder: "Enquanto acreditarmos, o CDS não acabou"
O eurodeputado Nuno Melo confirmou esta tarde que é candidato à liderança do CDS-PP
O anuncio foi feito na sede nacional do partido, em Lisboa.
"Tempo de construir" é o lema da candidatura.
O congresso de eleição do novo líder decorrerá nos dias 2 e 3 de abril, em local ainda a definir, segundo foi decidido na reunião do Conselho Nacional do partido realizada dia 11.
O atual líder, Francisco Rodrigues dos Santos, já declarou que não será candidato, depois de o partido ter passado de cinco deputados para zero.
Nuno Melo avançou dizendo que "hoje não começa a última batalha de um CDS perdido" mas antes "a primeira batalha para um CDS renascido", pela qual está disposto a "dar o peito às balas"
O eurodeputado recordou que no Parlamento a Iniciativa Liberal (IL) pediu para se sentar entre o PS e o PSD (o que considerou "um exercício de honestidade") e o Chega, por sua vez, quer sentar-se "à direita do próprio regime".
Assim: "Há todos um espaço entre a IL e o Chega" e "esse espaço é nosso e temos de lá voltar": "O CDS faz falta a Portugal" e "enquanto acreditarmos, o CDS não acabou". "Não me resigno ao facto de o espaço político que o CDS significa não estar representado neste momento na Assembleia da República", insistiu ainda.
Nuno Melo reconheceu que "o primeiro obstáculo" ao regresso do CDS à vida parlamentar é o financeiro, devido à forte perda de receita com o desaparecimento parlamentar do partido. Assim, ele próprio nos próximos dois anos não receberá nada enquanto presidente do partido.
Depois falou nas dificuldades "quase psicanalíticas" que o partido enfrenta e, nesse contexto, a urgência de "reconciliar o CDS com o seu passado".
"Não há espaço para zangas, não há espaço para tribalismos, não há espaço para ajustes de contas. Nesse novo ciclo quero ser a ponte, não quero ser a barreira", afirmou-se, propondo-se portanto liderar "um CDS onde as tendências unam e não subtraiam".
E será fácil? "Não!", assegurou o eurodeputado. Mas acrescentando: "Alguma vez no CDS tivemos vida fácil? Quem quer vida fácil vai para o PS ou para o PSD!"
Afirmando que quer o seu partido "convictamente ancorado no humanismo personalista", onde as pessoas "estão no centro da ação política", defendendo uma "economia de mercado saudável para as pessoas" e "não fazendo do mercado o centro dogmático do seu programa", Nuno Melo tentou alinhar o partido com "novas realidades": a importância imperativa da transição digital, a importância das questões ambientais e ainda, por exemplo, a necessidade de liderar a luta em prol da igualdade salarial entre homens e mulheres.
Melo terminou a sua intervenção desejando sorte a Francisca Sampaio, a cabeça de lista pelo partido no círculo da Europa - eleição que faz o partido sonhar com a possibilidade de afinal se manter no Parlamento.
"Se estivermos à altura, vão ser os portugueses a querer devolver o CDS à Assembleia da República", concluiu.
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