António Costa elogia “maturidade democrática” do Governo
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

António Costa elogia “maturidade democrática” do Governo

Após reunião do Conselho de Ministros, onde foi aprovada a localização do novo aeroporto da região de Lisboa, primeiro-ministro e ministro das Infraestruturas falaram ao país.
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O antigo primeiro-ministro António Costa saudou hoje a “maturidade democrática” do Governo liderado por Luís Montenegro, que aprovou a construção do novo aeroporto em Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI).

“Felicito a Professora Rosário Partidário e todos os membros da Comissão Técnica Independente e saúdo a maturidade democrática do Governo e do PS a honrarem o compromisso assumido”, pode ler-se numa publicação na rede social X.

Sobre a terceira ponte sobre o Tejo, Chelas-Barreiro, Pinto Luz falou nas estimativas relacionadas com os custos desta nova infraestrutura.

De acordo com "estimativas atualizadas, a terceira travessia do Tejo poderá andar nos 2,2 mil milhões de euros, mas os estudos que queremos fazer é para avaliar isso", disse o ministro das Infraestruturas e Habitação na SIC Notícias.  

Ministro das Infraestruturas e da Habitação disse que "a ANA não tinha informação" da decisão do Governo sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa. "Estaria a prestar um mau serviço" aos portugueses, disse Miguel Pinto Luz.

Recorde-se que a opção do Governo foi de aeroporto único em Alcochete e aponta 2034 para a sua conclusão. 

"A maior dificuldade que existe é no cumprimento de prazos", reconheceu o ministro Pinto Luz,  referindo-se a cláusulas contratuais, avaliações de impacto ambiental, por exemplo.

"Todos os riscos vão ser ponderados, e na avaliação de impacto ambiental todos vão ser ponderados", assegurou. 

Na mesma entrevista, Pinto Luz disse que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, falou com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, não adiantando mais detalhes. O ministro destacou de forma positiva a intervenção do líder da oposição, que congratulou-se com a decisão hoje anunciada pelo Governo. 

"Temos de estar absolutamente focados no que é preciso fazer", disse Pinto Luz, acrescentando que foi "um compromisso eleitoral" a decisão de escolher a localização do novo aeroporto.

Sobre os custos, o ministro das Infraestruturas e da Habitação começou por afirmar: "A decisão que  o Governo toma é para a construção do novo aeroporto que não vai onerar o OE em um euro. O novo aeroporto será da competência da ANA desenvolvê-lo, da concessionária desenvolvê-lo".

Questionado sobre a recetividade da ANA sobre esta matéria, o ministro Pinto Luz disse que "é algo que vamos definir agora". 

"Estamos a defender os interesses do Estado português. Não estamos a defender os interesses da ANA", disse o ministro, reconhecendo a possibilidade de uma renegociação do contrato. "Por princípio, acreditamos que não", afirmou. 

Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, em entrevista na SIC, remete para a comissão técnica independente a razão pela qual a opção não foi Santarém, uma vez que a preferência recaiu em Alcochete. 

Apesar de aceitar as conclusões da comissão técnica independente, como a opção de aeroporto único, em Alcochete, há valores e prazos com os quais o Governo não concorda. "Não acreditamos que o novo aeroporto possa custar 6 mil milhões", disse, referindo que os preços têm de ser atualizados.

"Não acreditamos que em 2030 a primeia pista esteja concluída", disse ainda. 

 O presidente da Câmara de Alcochete, Fernando Pinto, manifestou-se hoje satisfeito com a decisão de o novo aeroporto vir a ser construído na região, considerando benéfico para a sua população.

"Fico satisfeito porque, embora não estando no território de Alcochete, mas tendo em conta a proximidade da vila de Alcochete ao epicentro de todas as decisões, entendo que os danos colaterais desse investimento são positivos para a minha terra e para a minha gente", disse, em declarações à Lusa. 

Fernando Pinto destacou como positivo para a zona a necessidade que um novo aeroporto vai acarretar de melhoria das acessibilidades, quer através de uma nova travessia sobre o Tejo com ferrovia, quer pela extensão do metro de superfície.

Outro dos aspetos positivos, indicou o autarca, é a criação de emprego direto e indireto.

O autarca alertou, contudo, haver pressupostos que sempre defendeu como inegociáveis: o cumprimento da carta ambiental e a questão da segurança de pessoas e bens.

"Julgo que estão garantidas as questões de segurança de pessoas e bens e, quanto às questões ambientais, o Estudo de impacto Ambiental que existia não eliminava o campo de tiro como solução", disse.

O presidente da Junta de Freguesia de Samora Correia considerou esta terça-feira que a escolha do Campo de Tiro de Alcochete para o novo aeroporto de Lisboa é a decisão que melhor serve os interesses do país e da freguesia.

"Vejo com agrado esta decisão porque parece-me ser aquela que melhor serve os interesses de Portugal, os interesses nacionais", disse à Lusa Augusto Marques, na sequência do anúncio da localização do novo aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro da Força Aérea, no concelho de Benavente.

O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, afirmou que hoje "é um dia feliz" e garantiu que o concelho "está preparado e disponível" para acolher o novo aeroporto da região de Lisboa e "servir os interesses país".

"Para a região de Benavente é seguramente uma boa noticia, porque vai assegurar o desenvolvimento e melhorar as condições de vida da nossa população [...] e estamos preparados para receber uma infraestrutura desta natureza", disse o autarca, em declarações à Lusa. 

O Campo de Tiro da Força Aérea, também conhecido como Campo de Tiro de Alcochete (pela proximidade deste núcleo urbano), fica maioritariamente localizado na freguesia de Samora Correia, no concelho de Benavente (distrito de Santarém), tendo ainda uma pequena parte na freguesia de Canha, já no município do Montijo (distrito de Setúbal).

O presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, saudou  a decisão do Governo sobre o novo aeroporto da região de Lisboa, pedindo que a construção se desenrole "o mais depressa possível e com o mínimo de obstáculos". 

"O novo aeroporto tem uma história muito longa e que não nos orgulha a todos. Haver uma decisão e haver um processo que começa agora, acho que é saudável para todos e ainda bem que assim é", disse, em declarações aos jornalistas em Londres, onde esteve para comemorar o 75.º aniversário da ligação aérea Lisboa-Londres. 

O responsável manifestou o desejo que a construção se desenrole "o mais depressa possível e com o mínimo de obstáculos possível". 

Ministro Pinto Luz falou sobre as obras no atual aeroporto de Lisboa. "A ANA é obrigada a maximizar a capacidade operacional do aeroporto Humberto Delgado até à abertura do novo aeroporto", assegurou.

"Vamos iniciar todo o processo negocial, mas que fique claro que a ANA é obrigada a fazer as obras necessárias e suficientes para que Portugual não continue a perder milhões de passageiros" aos dias de hoje, reiterou.

Abordou ainda a linha de alta velocidade ferroviária que está integrada no projeto agora apresentado pelo Governo, que irá melhorar o acesso ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Porto, como aeroporto preferencial para passageiros na região Centro.

O ministro Miguel Pinto Luz deu mais detalhes sobre as novas infraestruturas, referindo "otimismo" da comissão técnica independente sobre os custos, estimados em 6.105 milhões de euros. "Valores podem não ser realistas", diz  o responsável pela pasta das Infraestruturas e Habitação.

Pistas 1 e 2 em "2030 e 2031?" "Tenho de dizer, com clareza, aos portugueses que não é possivel". Governo aponta antes para 2034, acrescentou, falando em "celeridade", mas também em clareza.

"É lamentável que o país esteja 50 anos para decidir a localização do novo aeroporto", lamentou o presidente do Chega. 

André Ventura fala na "incapacidade do primeiro-ministro" de apresentar um "plano detalhado de como e quando vamos ter um novo aeroporto na região de Lisboa.

Declarações do líder do Chega enquanto em São Bento falava o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, precisamente a detalhar o plano do Governo.

Pedro Nuno Santos, secretário-geral, também faz declaração sobre a nova localização do novo aeroporto. O antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação disse que esta solução fala em  “segurança e estabilidade” com esta decisão.

"PS apoia a decisão que o Governo tomou", refere Pedro Nuno Santos.

"Nunca tive dúvidas de que Alcochete era a melhor localização”, afirma o líder da oposição.

Pedro Nuno Santos refere, por isso, que um Governo socialista nunca porá em causa  a solução agora encontrada, uma vez que é a correta. 

O socialista elogia ainda o facto de o Governo ter decidido avançar com a terceira travessia sobre o Tejo e assume a “congratulação pessoal” por ver a obra do novo aeroporto avançar finalmente.  

“Temos de avançar sem demoras”, continua, reconhecendo que o processo levará tempo a ter sair do papel.

"O Governo assume o aeroporto único como a solução mais adequada aos interesses estratégicos do país", diz o primeiro-ministro, referindo-se, sobretudo, à nova infraestrutura em Alcochete, que vai substituir gradualmente o aeroporto Humberto Delgado.

"Estas infraestruturas trarão mais comodidade aos portugueses e aos que visitam", disse Montenegro, referindo que estas decisões "estimulam a competividade da nossa economia", assim como o crescimento económico do país.

O primeiro-ministro fala ao país para anunciar a localização do novo aeroporto de Lisboa, após reunião do Conselho de Ministros. A opção escolhida pelo Governo de Luís Montenegro é Alcochete. 

“Estas decisões, a que se juntam a descida do IRS e o aumento do Complemento Solidário para Idosos, a nova estratégia para Habitação, são apenas o resultado de trabalho governativo de 32 dias, num ritmo que vai continuar intenso", promete Luís Montenegro.

"Com a autoridade de quem esteve ao lado do país e do Governo, quando era oposição, quero afirmar que estas decisões apesar de rápidas, são ponderadas e estratégicas para o futuro de Portugal", afirma Montenegro. 

Além da localização do novo aeroporto, no campo de tiro de Alcochete, o primeiro-ministro anuncia um plano de obras para o aeroporto Humberto Delgado e a conclusão dos estudos para a construção de uma terceira travessia sobre o Tejo e a ligação ferroviária em alta velocidade Lisboa-Madrid. 

O Governo decidiu atribui a denominação da nova estrutura de Aeroporto Luís de Camões. 

A localização do novo aeroporto da região de Lisboa é anunciada esta terça-feira. O Governo terá decidido que a infraestrutura será construída em Alcochete, avança a SIC. 

O Conselho de Ministros reuniu-se esta tarde e, segundo vários órgãos de comunicação social, serviu para aprovar a localização do futuro aeroporto de Lisboa. Segue-se uma declaração ao país do primeiro-ministro, Luís Montenegro, pelas 20:00.

O líder parlamentar do PSD considerou esta terça-feira que os portugueses confiarão mais numa "decisão rápida mas ponderada" que o Governo venha a tomar sobre o futuro aeroporto, do que na "precipitação habitual de quem tudo decide sem estudar".

Hugo Soares foi questionado no parlamento sobre notícias avançadas por vários órgãos de comunicação social de que o Governo vai aprovar em Conselho de Ministros e anunciar esta terça-feira a localização do futuro aeroporto de Lisboa em Alcochete. 

Sem querer comentar diretamente essas notícias, o líder parlamentar do PSD defendeu que foi o atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, que, quando ainda era líder da oposição, "propôs a criação de uma Comissão Técnica Independente" (CTI) para desbloquear uma situação que "o anterior Governo não foi capaz de resolver, mesmo tendo maioria absoluta".

"O anterior Governo só complicou: os portugueses recordam-se bem do anúncio de três aeroportos por parte do então ministro das Infraestruturas e hoje secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que decidiu que o país devia fazer obras na Portela, construir o aeroporto do Montijo e construir o aeroporto em Alcochete e no mesmo dia foi desmentido e desautorizado pelo então primeiro-ministro António Costa", criticou.

AFP

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