Albuquerque demitido formalmente passa a líder de um governo de gestão
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque foi oficialmente demitido do cargo esta segunda-feira, depois de uma reunião com o representante da República na região autónoma, Ireneu Barreto, mas na prática ficou tudo na mesma.
Depois de uma audiência que durou aproximadamente uma hora, Albuquerque explicou que o seu pedido de demissão anterior tinha ficado suspenso, mas que agora foi formalizado.
"Sou presidente de um governo em gestão", confirmou Albuquerque, sem ainda anunciar um substituto, que será "apresentado na altura própria".
A acompanhar as palavras do ainda presidente do Governo Regional da Madeira, o decreto de exoneração de Miguel Albuquerque foi esta segunda-feira publicado em Diário da República, tal como prometera Irineu Barreto.
O decreto assinado pelo representante da República para a Madeira foi publicado no suplemento do Diário da República pouco depois das 18:00 e "produz efeitos imediatamente após a publicação". "Por efeito da apresentação do pedido de exoneração pelo presidente do Governo Regional, Dr. Miguel Filipe Machado de Albuquerque, é demitido o Governo Regional da Madeira", lê-se no diploma.
Questionado sobre o que é que na passada seixta-feira tinha ficado decidido na reunião do conselho regional do PSD, tendo em conta que ainda não havia um nome para um substituto para Albuquerque, o ainda líder do executivo madeirense, agora em gestão, explicou que o que foi agora apresentando a Ireneu Barreto foi a "metodologia" para a governação.
"O que foi apresentado no conselho regional é o que o PSD iria propor ao senhor representante face a esta crise política. Foi isso que foi aprovado. Qual a metodologia", explicou Albuquerque.
No que diz respeito ao cenário de eleições antecipadas, Miguel Albuquerque afasta essa solução a curto prazo.
“As eleições antecipadas – é bom termos noção do que é que estamos a falar – será lá para o verão e nós temos de continuar a governar a região. Agora, não é uma questão de querermos eleições já, porque não é possível, neste momento, o Presidente da República, antes do dia 24 [de março] , dissolver a Assembleia [regional]. Portanto, se não é possível dissolver a Assembleia e convocar eleições, antes do 24, isto faz com que o novo governo só tome posse lá para o princípio do verão. Isso significa que a região fica sem um orçamento e sem um governo durante este tempo todo. Não é possível. Isto traz graves prejuízos para a vivência económica e social dos madeirenses. Nós não podemos estar aqui a brincar aos partidos", afirmou Miguel Albuquerque aos jornalistas.