Manuel Pizarro apresenta candidatura à Câmara do Porto e promete construir 5000 casas com renda moderada
O candidato do PS à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, anunciou esta segunda-feira que quer disponibilizar 5 mil casas com renda moderada nos próximos 4 anos ao mesmo tempo que promete iniciar as bases de um programa de reabilitação urbana.
No seu discurso de apresentação da candidatura, que decorreu no Palácio da Bolsa, no Porto, o candidato anunciou que para além da habitação, também a mobilidade e a segurança serão as prioridades caso venha a ser eleito presidente.
Ainda no tema habitação, prometeu mobilizar todos os agentes do setor para conseguir disponibilizar habitação a custo acessível, ao mesmo tempo que deixa que, noutros segmentos, o mercado funcione de forma saudável e, assim, ajude com os seus impostos a financiar o programa de renda moderada e, assim, regenerar e colocar no mercado de habitação os cerca de 20 mil fogos devolutos e degradados que subsistem na cidade, explicou.
Manuel Pizarro adverte, contudo, que o esforço deste programa terá de ser prolongado no tempo.
Sobre a mobilidade, a candidatura “À moda do Porto”, defende uma abordagem que vai além da cidade, e que tenha escala metropolitana e regional, tendo como pano de fundo “o facto de 77% dos carros que circulam no Porto vêm de fora”.
Neste contexto, defende que a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto tem de trabalhar de mãos dadas com a Empresa Metropolitana de Transportes, que os autocarros têm de ser mais confortáveis, de preferência com dois pisos, que as pessoas conheçam os seus horários, assumindo Manuel Pizarro o compromisso de em 2026 tornar gratuito Andante para os maiores de 65 anos.
O candidato do PS defende a expansão do metro do Porto e o apoio à modernização dos táxis, enquanto os TVDE “têm de ser regulados e qualificados” e que o seu número em circulação “tem de ser limitado e regulado, sob pena de canibalizar a cidade as ruas da cidade”, enquanto o metrobus “tem de entrar rápida e urgentemente em funcionamento”.
Ainda no capítulo da mobilidade, defende o desvio do trânsito de pesados da Via de Cintura Interna (VCI) para a Circular Regional Externa do Porto (CREP) e a abolição das portagens circulares ao Porto e a melhoria dos “acessos aos nós problemáticos, desde logo em Francos e no acesso à Autoestrada (A)3 e à A4.
Sobre os modos suaves de circulação, a pé ou de bicicleta, prometeu investir na cidade, mesmo que isso implique “fechar ao trânsito várias artérias do centro da cidade”, lê-se.
Para tratar da terceira prioridade, a segurança, Manuel Pizarro, garante que “haverá maior visibilidade, maior proximidade e maior presença na rua das forças de segurança” a quem “ajudará a equipa com as viaturas adequadas”.
Na sua intervenção perante mais de 400 pessoas, Manuel Pizarro afirmou também que a coesão social “é um pilar da segurança”, assumindo a “liderança de um verdadeiro programa de coesão, oferecendo apoio social e de saúde aos consumidores de estupefacientes, promovendo a sua reinserção”.
Numa fase em que endureceu o discurso, o candidato socialista afirmou que não aceitará “que o investimento no Porto e no Norte sejam relegados para um plano secundário” recusando a ideia que “todo o investimento em Lisboa é nacional e que a todos beneficia”.
Na assistência, entre outros, estiveram o candidato único a secretário-geral do PS, José Luís Carneiro bem como Fernando Paulo, que no atual mandato é vereador do executivo liderado pelo independente Rui Moreira.
Apoio de José Luís Carneiro como sinal de união no PS
Manuel Pizarro considerou a presença do candidato único à liderança do PS, José Luís Carneiro, na apresentação da sua candidatura, um sinal de união do partido.
"Acho que hoje demos um grande sinal de total união da família socialista e demos outros sinais, que reputo de igualmente ou mais relevantes, da capacidade de trazer aqui uma parte do melhor que o Porto tem nos diferentes domínios", afirmou.
Enfatizando querer fazer uma campanha eleitoral pela "positiva", Manuel Pizarro, quando questionado sobre as críticas do adversário Pedro Duarte, candidato pelo PSD ao Porto, à implementação do metrobus, preferiu levar o tema da mobilidade para outro assunto.
"Sendo o meu adversário membro do Governo [ministro dos Assuntos Parlamentares], coisa que podia resolver mesmo, aparentemente uma coisa simples, era acabar com as portagens dos pesados na CREP [Cintura Regional Externa do Porto] para libertar a Via de Cintura Interna dos pesados", respondeu o antigo ministro da Saúde do PS.
Concordando que "a fragmentação de um qualquer espaço político ajuda outro espaço político", referindo-se ao facto de haver muitos candidatos da direita a concorrer à Câmara do Porto, Manuel Pizarro afirmou, contudo, não ser nisso que está empenhado.
"Eu estou confiante na profunda relação que tenho com as pessoas do Porto e no facto de apresentar estas eleições as melhores propostas e as melhores equipas. Esta, aliás, será uma candidatura que não se dirige contra ninguém. É mesmo uma candidatura pela positiva a favor do Porto", disse.
E prosseguiu: "A minha relação com o Porto é tão íntima e tão profunda que nessa matéria não muda nada. Eu candidato-me ao Porto, colocando sempre o Porto em primeiro lugar. Não há nenhum momento da minha vida, enquanto cidadão e enquanto político, que eu não tenha colocado o Porto no primeiro lugar".