André Ventura volta a ser cabeça de lista por Lisboa, enquanto Pedro Frazão enfrenta Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos em Aveiro.
André Ventura volta a ser cabeça de lista por Lisboa, enquanto Pedro Frazão enfrenta Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos em Aveiro.Foto: Tiago Petinga / Lusa

André Ventura quer fazer do Chega o partido mais votado à direita do PS

Líder do partido revelou maioria dos cabeças de lista das legislativas, com muita continuidade, mas algumas trocas, exclusões e dúvidas. "Tudo farei para garantir que haja um Governo de direita", diz.
Publicado a
Atualizado a

O presidente do Chega, André Ventura, apontou como objetivo para as legislativas de 18 de maio ser o partido mais votado à direita do PS, ultrapassando o PSD, que volta a ir a votos coligado com o CDS-PP. “Tudo farei para garantir que haja um Governo de direita, que afaste os socialistas do poder, mesmo que o PS seja o partido mais votado”, disse o líder partidário, numa conferência de imprensa em que revelou a maioria dos cabeças de listas e confirmou mais alguns candidatos.

O líder partidário salientou que, além de assegurar a liderança da direita, objetivo que considerou ser possível - apesar de reconhecer que nas sondagens continua a haver uma "diferença significativa" entre a AD e o Chega nas sondagens -, existe um segundo objetivo: "Garantir que o resultado de 2024 não foi casual, mas de transformação do sistema bipartidário num sistema tripartidário."

Para tal, André Ventura anunciou que se irá lançar de imediato numa "fortíssima campanha pelo país", dirigindo-se não só aos abstencionistas como a eleitores que admite poderem estar desiludidos com o seu partido. Embora defenda que só não foi feito mais, na luta contra a corrupção e a "imigração descontrolada", e em prol de "um país mais seguro" e com estabilidade, "não porque o Chega não quis, mas porque o PSD não deixou".

Depois de ter sido o partido mais votado no Algarve e na Emigração, com "um resultado dominante no Sul e surpreendente no Centro e no Norte", o presidente do Chega quer agora vitórias nos círculos de Lisboa e de Setúbal, tal como "uma presença tão forte quanto a da AD" nos distritos mais a Norte. "Não conseguiremos transformar o país enquanto não tivermos presença homogénea em todo o território nacional", argumentou.

E, referindo que "todas as sondagens indicam que entre PSD e Chega haverá uma maioria", Ventura sublinhou que considera difícil qualquer tipo de entendimento pós-eleitoral enquanto "não se perceber como é que o primeiro-ministro foi arranjar o património que tem".

Qualquer resultado abaixo de 2024 "será derrota"

Entre os cabeças de lista, André Ventura confirmou que se manterá em Lisboa, tal como Rui Afonso encabeçará a lista do Porto, Filipe Melo a de Braga, Rita Matias a de Setúbal e Pedro Pinto a de Faro. Mas reconheceu ter havido exclusões, com António Pinto Pereira e Henrique de Freitas a deixarem Coimbra e Portalegre (substituídos pelos dirigentes distritais Paulo Seco e João Aleixo), saindo do grupo parlamentar do Chega, e algumas trocas: Pedro Frazão sai de Santarém, que terá a lista liderada por Pedro Correia, com o “desafio difícil” de enfrentar Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos em Aveiro, enquanto o anterior cabeça de lista, Jorge Galveias, passa para Évora, com o antecessor, Rui Cristina, a ser o primeiro candidato por Beja.

Em dúvida estava ainda na tarde desta sexta-feira, a três dias de encerrar o prazo legal, a permanência de Gabriel Mithá Ribeiro enquanto cabeça de lista por Leiria, tendo ficado por anunciar igualmente a nova cabeça de lista por Bragança, que foi o único círculo por onde o Chega não elegeu nenhum deputado no ano passado. Mantêm-se Eduardo Teixeira (Viana do Castelo), Manuela Tender (Vila Real), João Tilly (Viseu), Nuno Simões de Melo (Guarda), João Ribeiro (Castelo Branco), Francisco Gomes (Madeira), José Dias Fernandes (Europa) e Manuel Magno (Fora da Europa), com Francisco Lima a candidatar-se pelos Açores, onde o partido vira o polémico Miguel Arruda tornar-se deputado não inscrito.

Sobre as expectativas quanto à eleição de deputados, depois de conseguir 50 nas últimas legislativas, Ventura deixou claro que é preciso manter ou superar a fasquia de 2024. "Qualquer resultado abaixo desse resultado histórico será uma derrota para o Chega", advertiu.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt