Rui Rio admite diálogo nacional se "o Chega se moderar" e explica acordo nos Açores
Rui Rio explicou esta segunda-feira no que consistiu o acordo do PSD com o Chega nos Açores e recusou ter feito um acordo fascista.
"O acordo com o Chega foi a nível regional, nos Açores, e teve por base quatro compromissos e nenhum é fascista: redução do número de deputados, fim da subsidiodependência, criação de um gabinete de combate à corrupção e reforço da autonomia regional. Reduzir deputados, criar mais emprego e reduzir a subsidiodependência, combater a corrupção e querer o reforço da autonomia são compromissos fascistas?", explanou o líder do PSD.
Questionado sobre se admite um acordo com o Chega em termos nacionais, disse que "há hipótese de diálogo" se "o Chega se moderar", mas deu a entender que estaria disposto a chegar a um acordo se os compromissos forem semelhantes aos dos Açores. "Se a nível nacional quiserem baixar o número de deputados, vamos propor. Se quiserem criar mais emprego e menos subsidiodependência, não vou ser a favor da subsidiodependência só porque o Chega é contra. E estou de acordo com o combate à corrupção", vincou, acusando o PS e o BE de estarem "desesperados"por terem perdido o poder nos Açores.
O PS venceu as eleições legislativas regionais, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo 25 deputados.
O PSD foi a segunda força política mais votada, com 21 deputados, seguindo-se o CDS-PP, com três. Chega, BE e PPM elegeram dois deputados e Iniciativa Liberal (IL) e PAN um cada.
PSD, CDS-PP e PPM, que juntos têm 26 deputados, anunciaram esta semana uma coligação, mas necessitam de mais três mandatos para alcançar uma maioria absoluta.
Ao final da manhã de sábado, após ser recebido pelo representante da República, o líder regional dos sociais-democratas disse que já existiam acordos com Chega e IL. No entanto, o presidente da Iniciativa Liberal referiu esta segunda-feira que, no acordo "apenas com o PSD" para viabilizar um Governo nos Açores, pediu medidas "em favor dos açorianos" e não cargos nem privilégios, comprometendo-se a recusar "o populismo do Chega".