Pires de Lima ministeriável desde o início
Desde o início da coligação, quando PSD e CDS ainda disputavam lugares para formar Governo, que o nome de António Pires de Lima, alto dirigente do CDS, era tido como ministeriável para a pasta da Economia, um desejo que Paulo Portas nunca escondeu.
O cargo acabaria por ser ocupado por um independente, Álvaro Santos Pereira, que o próprio Pires de Lima não perderia a oportunidade de criticar ainda em março deste ano: "falta [a este governo] dar outra prioridade ao tema importante da Economia, nomeadamente, outra eficácia na captação de investimento". Não mencionou nomes, mas também não era preciso.
Quando Passos Coelho anunciou um Governo para evitar a demissão de Paulo Portas em que este seria vice-primeiro-ministro, logo surgiu de novo o nome de Pires de Lima como confirmado para a Economia.
O presidente da comissão executiva da cervejeira Unicer (que detém a marca Super Bock) esteve convencido de que iria ocupar o cargo até Cavaco Silva pedir um acordo de salvação nacional. Chegou mesmo a comunicar na empresa estar prestes a sair.
Hoje, catorze dias decorridos e à beira de ser anunciada a remodelação do Governo, parecia não haver mais margem para dúvidas. Na apresentação de um resort em Pedras Salgadas, embora sem confirmar se ia ou não aceitar a pasta, já fez um balanço dos sete anos na Unicer como quem prepara a saída. Uma empresa onde "apetece ficar" para sempre, disse. "Estimamos muito Pires de Lima, mas como ele há outros", foi o comentário do presidente do conselho de administração, Manuel Violas.