Estreia-se em congressos como secretário-geral do PCP. Que balanço faz dos dois anos de liderança até aqui?É um balanço de muito trabalho, de muita intervenção, de muito contacto, ajuda e solidariedade dos meus camaradas para esta responsabilidade que tenho. É um balanço de consciência tranquila. Temos feito tudo o que é possível fazer, num quadro muito difícil, muito exigente. É um balanço positivo, não propriamente da postura do secretário-geral em si, mas do trabalho que lançámos no seguimento da conferência [dos 100 anos do PCP, em que foi eleito], e de estarmos empenhados na sua concretização..O Congresso do PCP (que se inicia esta sexta-feira e vai até domingo) é feito com o mote “Tomar a iniciativa, com os trabalhadores e o povo”. Que iniciativa é essa?É tomar a iniciativa pelos direitos do povo e dos trabalhadores. É tomar a iniciativa na procura da redução dos problemas concretos da vida e pelos salários. Temos debatido muito sobre essa questão, que é a grande emergência do país. É tomar a iniciativa pelo aumento das pensões, pelas questões do acesso à habitação, ao Serviço Nacional de Saúde, pelos direitos dos pais e das crianças. É tomar a iniciativa na denúncia e no combate a uma política desastrosa para o país, e que está em curso. É política de direita, e, agora, de forma muito acentuada a partir deste novo Governo, que tem como objetivo fundamental desmantelar os serviços públicos e continuar a transferir milhões e milhões e milhões de recursos públicos para grandes grupos económicos. Também é necessário tomar a iniciativa por outra questão: o reforço do partido. É nisso que estamos empenhados e o congresso vai dar resposta. O reforço do partido é indispensável para a construção da alternativa patriótica e de esquerda..Ia precisamente para aí. Nas teses políticas que foram aprovadas em setembro, é admitido, que a organização “é decisiva” para o partido, e são referidos números: foram 3452 novos militantes em quatro anos, a maioria com menos de 50 anos. É considerado positivo, mas insuficiente. Como pode o PCP recrutar e apelar a mais gente?Tenho dito várias vezes nas entrevistas: somos um partido com paredes de vidro. Está tudo explanado nas teses. Não escondemos as insuficiências, nem as dificuldades. Aquilo que apontamos é no sentido de, como disse, tomar a iniciativa para o reforço do partido, e isso implica várias questões. Primeiro, implica que as organizações de base, locais, da empresa, sejam instrumentos de luta e de mobilização. É preciso darmos esse safanão mais estrutural à vida do nosso partido. E é preciso mais gente. Aí, precisamos, também, de tomar a iniciativa. Não é só ficar à espera de que aqueles que querem entrar nos batam à porta, mas também ter a iniciativa de apelar a outros que venham para o partido. É isso que vamos procurar fazer. De facto, o que escrevemos nas teses é exatamente assim: sendo um número importante é insuficiente. Mas 3500 novos militantes entre congressos, num quadro que não é fácil, com uma grande ação anticomunista, que tem o PCP como alvo central, não é coisa pouca, mas queremos mais. E queremos mais não é para que, na próxima entrevista que fizermos, dizer que, afinal, conseguimos chegar aos 5 mil ou aos 6 mil novos militantes. Isso é importante, mas a questão não é essa. Queremos mais militantes para que tenhamos mais força para intervir. É esse o nosso objetivo. E há que procurar garantir, desde logo, que cada um desses 3500 novos militantes tem responsabilidades, tarefas e coisas para fazer na vida do partido. Esse é o desafio que está colocado..Nas teses, é referida uma renovação que deve ter mais jovens e um “reforço da participação de mulheres”. Que Comité Central pode sair deste congresso? Um comité task force?Definimos critérios para a composição do futuro Comité Central e o atual vai propor ao congresso o novo. O que posso dizer é que os critérios vão ser cumpridos na íntegra. Vai haver uma ligeira redução..Quanto, mais ou menos?Temos 129 membros, atualmente. Posso dizer que vão ser à volta de 125. Vamos procurar rejuvenescer. Isto obriga a que saiam uns para entrarem outros. Será feito um esforço grande para que a média etária não suba. Se tivermos em conta que uma parte significativa dos membros atuais vão estar presentes na própria proposta, e que passaram quatro anos desde o último congresso, isso significa que, para a média etária não subir é preciso que haja, de facto, um rejuvenescimento grande. Queremos também manter uma maioria de operários e empregados. Vamos procurar que o Comité Central, pelo menos, acompanhe a percentagem de mulheres militantes. Isto implica um esforço para que tenha, no mínimo, cerca de 30% de mulheres, que é mais ou menos o que corresponde a essa percentagem. Estou convencido de que vamos conseguir cumprir esses objetivos..Além da renovação, quais os outros principais objetivos do congresso?Queremos analisar a situação nacional e internacional. Queremos apurar ainda melhor a realidade em que intervimos e a terra que pisamos. Sabemos que estamos num período de resistência, que queremos que não fique parada, que não fique à espera que os tempos mudem. Tem de aguentar e tomar a iniciativa. A questão central que está colocada ao congresso é: como vamos ainda mais longe, em particular com respeito à alternativa que propomos ao país, patriótica e de esquerda, que quer resgatar a soberania do país e que coloca a vida dos trabalhadores e do povo no centro dos seus objetivos? A resposta que precisamos continuar a acentuar é qual o caminho e com quem se constrói essa alternativa. É isso que vamos procurar sublinhar. Temos a consciência de que os tempos são difíceis. A correlação de forças no plano institucional é desfavorável. Temos a consciência de que se está a puxar muito pelas conceções mais reacionárias no nosso país, mas não vamos ficar à espera de que o tempo mude. Vamos fazer com que o tempo mude com a nossa ação, com a nossa intervenção, afirmando a nossa alternativa. A nossa alternativa corresponde à maioria da população, não corresponde à minoria dos tais que têm ‘só’ 32 milhões de euros de lucros por dia. Estes tais 19 grupos económicos. A nossa alternativa não é para eles..Falou nessa escolha de com quem lutar. Uma das questões que se tem vindo a colocar, e que se tem visto nos últimos tempos, talvez, é a questão dos chamados "movimentos inorgânicos" em vários protestos. Historicamente, o PCP tem uma marca sindical muito associada a si e puxa muito pela luta sindical dos trabalhadores. Como pensa reforçar essa área?Acho que há duas ideias pré-concebidas que não têm ligação à realidade. A primeira: o movimento sindical unitário, sindicatos, em particular os da CGTP, mas o movimento sindical unitário no geral é uma organização que está em declínio, a andar para trás. Isso não tem nenhuma ligação à realidade. O movimento sindical unitário está vivo, basta ver as conclusões do último congresso da CGTP para perceber isso.Há um nível de sindicalização que é sempre aquém daquilo que gostariam os sindicatos, mas há uma percentagem positiva e está vivo. Não é só nos números, está vivo nas empresas, na mobilização, na exigência justa das reivindicações dos salários, contra a precariedade, contra as aglomerações dos horários, contra este trabalho noturno por turnos, turno completamente sem sentido em alguns casos. Esta é uma primeira questão.O papel dos comunistas é contribuir com o seu trabalho, com o seu empenho e com a sua militância, para que o movimento sindical se reforce ainda mais, envolvendo outros, independentemente da sua opção política, religiosa, ou até clubística. No fundo, envolver outros que têm objetivos em comum: uma vida melhor, melhores salários, melhores condições de vida. O segundo mito é a ideia de que o chamado “movimento inorgânico” tem uma centralidade que não tem, e que é, por si só, capaz de alterar significativamente este ou aquele processo. Aquilo que altera a realidade, a correlação de forças ou conquistar direitos é, da história, a luta organizada dos trabalhadores. Pode até haver alguns fogachos ou coisas espetaculares do ponto de vista cénico. Mas isso não chega. O papel dos comunistas é acompanhar esses processos de luta, dar-lhes ânimo, dar-lhes confiança, contribuir para a sua organização e, em nenhum momento, em nenhum momento, contribuir para a divisão dos trabalhadores. Há muita coisa que os separa, mas há um elemento central que os une a todos: a exploração do que são alvo. E o papel dos comunistas é, em todas as vertentes de luta, sejam mais ou menos organizadas, contribuir para a unidade dos trabalhadores..Mas o PCP perdeu mandatos e votos já este ano. Como chamar mais gente para esta luta?Acho que um grande favor que nos faziam era se deixassem de deturpar as nossas posições. E já nem pedíamos mais. A quebra foi muito acentuada, e teremos algumas responsabilidades, não tenho nenhuma dúvida sobre isso. Mas não podemos esquecer o quadro em que os resultados foram obtidos e as campanhas eleitorais feitas nos últimos anos. Em particular, a ofensiva da direita, que tem sempre como objetivo principal o PCP, depois o momento sindical, e a seguir o resto, com o objetivo final o regime democrático. Sempre foi assim. Quem pensa que vai passar entre os intervalos da chuva está enganado. Aquilo que queremos fazer é afirmar a alternativa, um partido ligado à vida real, percebendo os anseios dos trabalhadores e do povo. Vou dar-lhe um exemplo concreto. Iniciámos a 26 de setembro, uma ação que chamamos Mais Salários Mais Pensões por uma Vida Melhor. Esta ação tem várias componentes, de agitação, de contactos, esclarecimento, mobilização, e permite que cada pessoa com quem falamos possa subscrever um abaixo-assinado, que temos como objetivo entregar ao primeiro-ministro. E quais são as questões que estão colocadas? Aumento dos salários, aumento das pensões, acesso ao Serviço Nacional de Saúde, acesso à habitação e a resposta às necessidades das crianças, em particular à rede pública de creches. E aquilo que estamos a assistir na rua, com as pessoas, no contacto, é uma ação que exige contacto e conversa, diretamente, olhos nos olhos. Aquilo a que estamos a assistir é um grande apoio a esta nossa ação. E é um grande apoio a partir de quê? Naturalmente, a partir do prestígio que o PCP tem, da sua coerência, mas, acima de tudo, é um grande apoio porque as exigências que colocamos são as da grande maioria do povo. Continuaremos a transmitir aquilo que propomos, a combater uma ofensiva, que não é pequena e que temos a consciência de que se irá intensificar..O Parlamento virou à direita nas últimas eleições. Que caminho deve, então, fazer a esquerda para voltar a ter maioria parlamentar?A única maneira de a esquerda poder ter maioria parlamentar e ser reconhecida pelo povo é não praticar a política da direita. E é não permitir que a direita implemente a sua política. Acabámos de sair do processo do Orçamento do Estado (OE), que, não há nenhuma dúvida, é um orçamento de Estado cujo núcleo fundamental são propostas que respondem aos interesses dos grupos económicos e da direita. E foi viabilizado por quem? Pelo PSD, pelo CDS e pelo PS, que não só assinou as opções de fundo do OE, como ainda fez uma coisa mais grave: absteve-se, viabilizou e possibilitou que as forças mais reacionárias do Parlamento, o Chega e a IL, se pudessem dar ao luxo de votar contra um Orçamento com o qual estão não só de acordo, mas também profundamente comprometidos. A esquerda, para ser alternativa não só não pode dar cobertura à política da direita, não a pode executar -- algo que foi muito visível nos últimos dois anos do PS --, como tem de a combater e não a alimentar..Fecha, por isso, a porta a acordos com o PS?Essa pergunta não pode ser dirigida ao PCP. O que aconteceu neste OE, que não acontecia há 10 anos? Uma descida do IRC de 1%. 400 milhões de euros que o Estado deixou de arrecadar. Podiam servir para fixar médicos ou professores ou para responder às carreiras profissionais dos bombeiros, e o Estado diz: “Não, abdicamos de 400 milhões de euros e entregamo-los às grandes empresas”, porque é para aí que o fundamental vai. Esta questão, em concreto, 10 anos depois, foi validada por quem? Voto a favor de PS, PSD, CDS, Chega e IL. O mais grave é que, em nome dos pequenos, governa-se diretamente para os grandes. Há 10 anos o país foi confrontado com uma descida também do IRC, 4 pontos percentuais, na altura, exatamente pelas mãos de PSD, CDS e PS. Qual foi a consequência disso para a economia, para os salários de cada um de nós, para a produtividade, tudo coisas que enchem a boca? Zero. Qual foi a única consequência dessa descida? Criar condições para que os tais grupos económicos tenham 32 milhões de euros de lucros por dia. Isto, assim, não vai lá. A alternativa que se impõe, aquela que dá resposta às necessidade do nosso povo, não se faz com proclamações, nem com batidas no peito. Faz-se com ações concretas e com coragem. Estamos muito à vontade nesse debate..Mas o secretário-geral do PS admitiu coligar-se para as autárquicas. O PCP não o excluiu, mas ressalvou que tinha “um projeto próprio”. Ainda mantém esta porta aberta? Não. No quadro da CDU, o PCP é a grande força de esquerda no poder autárquico. Esta é a realidade. Temos um projeto próprio, diferenciador de todos os outros. Não embarcaremos em nenhum processo que desvirtue aquilo que é o projeto autárquico da CDU, nem, muito menos, que responda a vontades pontuais deste ou daquele. Para ficar claro: vamos ter 308 atos eleitorais nas Autárquicas, para não juntar as batalhas nas freguesias. A CDU vai a estas 308 batalhas e tentará ir o mais longe possível das freguesias com o seu projeto, que é distintivo, que é o grande projeto da esquerda. Não vale a pena estar a inventar: se há frente de esquerda, em concreto, no plano autárquico, é a CDU, composta pelo PEV e pelo PCP, mas por muitos e muitos independentes, que dão um corpo muito vivo à CDU e, em particular, às autarquias. Isso está claro. Por exemplo, em Lisboa, o PS diz que é preciso mudar de presidente, tirar Carlos Moedas da autarquia. A semana passada, o que faz na Câmara Municipal de Lisboa? Abstém-se no Orçamento da Câmara e viabiliza. Em nome do quê? De que a câmara precisa de continuar a ser gerida. O que é engraçado e curioso é que, nessa mesma semana, o PS em Lisboa abstém-se e viabiliza o Orçamento, e a 50 quilómetros de distância, em Setúbal, uma autarquia de gestão CDU, o PS o que faz? Chumba. É como digo: isto não vai lá nem com proclamações, nem com batidas no peito. Vai lá com ações concretas. E o PS fez as suas opções. Fez as suas opções autárquicas e fez as suas opções no OE..Há uma série de câmaras da CDU que estão limitadas por mandatos. Historicamente, isto significa que há um perigo de mudança de cor política na próxima eleição. Como pode a CDU salvaguardar-se desta quebra? Passamos cada uma das eleições e toda a gente pergunta como se vai evitar as perdas. Não me considero uma pessoa velha, mas apesar de tudo já são quase 50 anos e já passei por muito. Sou do tempo em que tivemos pesadas derrotas eleitorais, também nas Autárquicas, e depois recuperámos e crescemos. Temos 19 autarquias e, destas, há 11 que vão mudar pelo imperativo da lei. Isso é um desafio, mas é para nós como para as cerca de 100 do conjunto que vão ter de mudar. O desafio também está colocado ao PSD e ao PS. É nesse enquadramento que todos os partidos vão disputar as eleições. Há duas vantagens que temos: o projeto da CDU é distintivo e esses homens e mulheres que, por razão da lei, vão ter de deixar de ser candidatos e eventuais presidentes de câmara, são pessoas com as quais contamos para o projeto autárquico. É uma experiência de grande proximidade, de grande interligação com as populações, que não vamos desperdiçar. Temos 19 autarquias, vamos fazer de tudo para manter essas presidências, mas queremos disputar novas..Como Loures, por exemplo? Évora? Montemor-o-Novo? Temos algumas autarquias de grande responsabilidade. O caso de Évora, por exemplo, pelo peso simbólico. Vamo-nos bater para as aguentar todas. Queremos ir mais longe na disputa e na afirmação do projeto da CDU no plano nacional. Loures, Montemor-o-Novo, Alpiarça e Almada são autarquias que temos a justa ambição de disputar..Mesmo para terminar, quero perguntar-lhe sobre política externa. Nestes dois anos -- ainda antes de ser eleito secretário-geral --, a questão da Ucrânia e as declarações marcaram o partido. Faria algo de diferente, se fosse hoje? O que sei é que, hoje, estamos perante uma situação onde temos um país praticamente destruído. Há milhares e milhares e milhares de mortes, nem sabemos quantas são. Um conflito que, a não ser travado, pode ganhar proporções catastróficas. Não vou fugir à sua pergunta, mas, não sei se as pessoas que enchem a boca e falam de forma tão leviana sobre a possibilidade de um conflito militar entre países com forças nucleares, estão a ver bem o que isso significa. Não podem estar. Se estivessem, não falavam de forma tão leviana nisso. Mas sei que, passados estes anos, a situação está como está, e tudo isto podia ter sido evitado. O que dissemos há dois anos? Que a guerra não tinha começado ali. Aliás, o presidente da Ucrânia foi eleito a partir de três ou quatro promessas eleitorais. uma delas era acabar com a guerra. Não com a guerra que ia começar, mas com a guerra que estava em curso no Donbass. A guerra não começou naquele dia. Ganhou, de facto, uma escalada de grande dimensão com a entrada das tropas russas em território ucraniano, com o que isso implicava na escalada do conflito. Os intervenientes na guerra não eram apenas a Rússia e a Ucrânia. Eram a NATO, a União Europeia e os Estados Unidos. E a terceira questão não é de agora, é de há dois anos, há que iniciar uma solução política para o conflito. Isso obrigava que os intervenientes na guerra fossem todos para a mesa de negociações. Ora, está a ver que entre tudo o que lhe estou a dizer e aquilo que foi transformado na posição do PCP, há uma distância muito grande. Até nos acusaram de ser cúmplices ou apoiantes de Putin, que tem um país com um sistema capitalista com os qual não só não nos identificamos, como combatemos do ponto de vista político e ideológico a essa forma de organização da sociedade. Foi isto. A pergunta que se deve fazer, tentando afastar preconceito, é se aquilo para que chamámos à atenção há dois anos correspondia ou não à realidade. O que dissemos foi que, a menos que houvesse uma solução política, o desenvolvimento ia ser este. É ou não é o que está a acontecer? Com tudo o que isso implica no conflito da Ucrânia, para o povo ucraniano, para o povo russo, mas também para tudo o que está em volta, quer na Europa, quer no mundo. O que vou dizer não me agrada particularmente, mas o PCP tinha razão. Não temos capacidade de mudar, nem de mandar no processo. Por nossa iniciativa, nada disto tinha começado. Infelizmente, não se pode dizer o mesmo de muitos intervenientes que parecem tão apostados em que o caminho seja o de mais guerra, mais armas, mais destruição. Não estou a ver qual o objetivo. A não ser que seja para que a grande indústria do armamento continue a encher à custa do povo ucraniano, do povo russo, de um genocídio do povo palestiniano, das mortes no Líbano ou do que pode vir a acontecer na Síria. Estamos num mundo muito perigoso. Perante isso, há duas possibilidades. É acelerar a sua destruição ou travá-la. O PCP está do lado da força da paz. Estou convencido de que, hoje, há mais gente nesse movimento da paz do que aqueles que havia há dois anos..Por ação do PCP ou do contexto global?O PCP tem feito por isso. Não me vou colocar em bicos dos pés e dizer que foi a ação do PCP que movimentou isso tudo. Mas não desistimos da paz. O PCP não se ajoelhou perante os falcões da guerra. Tivemos a coragem necessária para colocar os pontos nos is e mobilizar a exigência da paz, como está a fazer agora contra o genocídio na Palestina. Isso, não há nenhuma dúvida. Demos o nosso contributo, damos e vamos continuar a dar com mais força ainda.