Em 2023, houve um ataque informático a bancos a cada 39 segundos
Carlos Pimentel / Global Imagens

Em 2023, houve um ataque informático a bancos a cada 39 segundos

Revelação foi feita por Luís Ribeiro, administrador do Novo Banco. Mas, como a banca é um dos "setores críticos", está obrigada a reportar todos os ataques ou tentativas -- o que limita os efeitos destas ações.
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Em pouco mais de meio minuto, houve ataques informáticos a bancos em Portugal. O anúncio foi feito por Luís Ribeiro, administrador do Novo Banco, na Grande Conferência sobre o Novo Regime Jurídico da Cibersegurança em Portugal, organizada pelo DN em parceria com a Ordem dos Economistas e a SEDES.

No entanto, realçou o responsável, como a banca está obrigada a reportar todos os ataques, estes acabam por não ter efeitos tão perniciosos. Até porque, explicou, o setor cumpre o Regulamento Resiliência Operacional Digital (DORA) e não a diretiva NIS2 (cuja transposição resulta no novo regime jurídico da cibersegurança). Isto significa que há um reforço na segurança informática das entidades financeiras, garantindo que o setor financeiro na Europa seja capaz de se manter resiliente em caso de perturbações operacionais graves.

"Para um banco, é necessário ter proteção. Temos um enorme desafio, sobretudo o da transição digital. Esse desafio da digitalização deve ser feito", referiu Luís Ribeiro.

Nesse sentido, Maria Antónia Saldanha, country manager da Mastercard, destacou que a sua empresa já criou um "centro para a ciber-resiliência", em Bruxelas, para "partilhar" informação sobre vulnerabilidades ou ataques. Afinal, disse, "o número de ataques por ransomware (um tipo de software malicioso que bloqueia o computador e pede um resgate financeiro para desbloquear)" continua a ser elevado. "Não é um tema que seja passado e a maioria das empresas está a preparar-se" para lidar com estes ataques. "É fundamental investir em cibersegurança", afirmou.

Por seu lado, Pedro Garcia Silva, diretor de desenvolvimento da Fundação Champalimaud, lamentou que não a instituição esteja "tão avançada" quanto gostaria de estar, mas encontra-se a fazer o seu caminho para "um modelo sandbox", que, no fundo, cria um ambiente seguro de modo a que apps e softwares suspeitos possam rodar sem interfir no sistema operacional.

O Diário de Notícias, a Ordem dos Economistas e a SEDES organizam esta segunda-feira uma Conferência sobre o Novo Regime Jurídico da Cibersegurança em Portugal, que decorre, ao longo do dia, no Auditório da Fundação Oriente em Lisboa.

Esta nova legislação resulta de uma diretiva europeia, a NIS 2, que aperta as regras e a fiscalização às vulnerabilidades de cibersegurança no setor público e privado, atribuindo mais responsabilidades aos mais altos dirigentes das diversas entidades.

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