Vereadores chocados com dança "lasciva" em igreja de Leiria

Espetáculo na Igreja da Misericórdia, sem culto religioso atualmente, mereceu críticas que foram levadas à reunião da câmara de Leiria pelos autarcas do PSD. Em causa a "vestimenta menos adequada para o local"
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A polémica com um espetáculo de dança realizado na Igreja da Misericórdia chegou à Câmara Municipal de Leiria. Na reunião desta semana, os vereadores do PSD Fernando Costa e Álvaro Madureira falaram em espetáculo "impróprio" e "lascivo" e questionaram o executivo sobre a utilização daquele espaço que foi cedido pela Diocese de Leiria, em 2014, para fins culturais, deixando de ser um lugar sagrado. O espetáculo em causa aconteceu em abril passado no âmbito do Metadança 2018.

Os "jovens atuaram com vestimenta menos adequada para o local", considerou o vereador Álvaro Madureira, quando questionou a maioria PS na Câmara. Disse o vereador, citado pelo jornal Região de Leiria, que "as reações foram muito fortes nas redes sociais. É um lugar profano, mas que ainda tem os símbolos de uma religião e choca ver jovens com vestimentas menos adequadas, em cima do altar, em posições que chocam para o contexto e para o espaço. As reações foram muito negativas e lamentamos que seja usado aquele espaço para este tipo de programa".

Fernando Costa, também vereador do PSD, acrescentou que "a Igreja da Misericórdia não é um espaço público e profano qualquer" e "não pode ser utilizado para fins considerados contra os princípios da moral e da ética cristãs".

"Nenhuma intenção de chocar"

Gonçalo Lopes, vice-presidente da Câmara, respondeu, de acordo com o semanário da cidade do Lis, não tinham recebido "nenhuma crítica até agora. O espetáculo é agora objeto destas críticas, eu respeito as críticas, como respeito o artista, e nunca poderia, nem eu nem a Câmara, antecipá-las". E concluiu: "Aqui houve um choque de ideologia como é óbvio, que respeito, porque isto incomoda e choca as pessoas. No entanto, o processo foi esclarecido com todas as partes envolvidas e considero o assunto encerrado".

A Associação Cultural Metadança discorda das críticas: "Não houve nenhuma intenção de chocar qualquer tipo de religião", e o espetáculo "nunca quis gerar esta controvérsia em torno da religiosidade". Oorientador das residências artísticas do festival, Francisco Pedro, em declarações ao Região de Leiria, considerou que "se têm feito interpretações erróneas" sobre o espetáculo e que não há motivo para críticas.

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