PS quer que Governo dê explicações sobre mulher castigada por corticeira

Funcionária de empresa é obrigada a carregar e descarregar a mesma palete, todos os dias, depois de ter sido despedida ilegalmente e o tribunal ter obrigado a corticeira a reintegrá-la
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Depois do PCP, também o grupo parlamentar do PS pediu explicações ao Governo sobre a situação de uma funcionária de uma corticeira que foi castigada pela sua empresa a carregar e descarregar a mesma palete, todos os dias, depois de ter sido despedida ilegalmente e o tribunal ter obrigado a Fernando Couto - Cortiças, SA a reintegrá-la em maio. Desde então que a trabalhadora vive um pesadelo.

Numa nota enviada à comunicação social, os deputados socialistas questionaram o Governo sobre o facto de Cristina Manuel Neves Tavares estar "a sofrer", como descrevem, "graves abusos físicos e laborais", que (notam os parlamentares) "até ao momento" não foram desmentidos pela administração da corticeira.

Quando foi conhecido o requerimento do PCP sobre o mesmo caso, o DN procurou ouvir a administração da empresa, com sede em Paços de Brandão (Santa Maria da Feira) mas uma funcionária respondeu que sobre este assunto "não há nada a comentar".

Segundo o coordenador socialista na Comissão de Trabalho, Tiago Barbosa Ribeiro, "a confirmarem-se" estes factos que têm lugar na corticeira Fernando Couto, "são especialmente chocantes" e merecem dos deputados do PS a sua "repulsa e preocupação".

Na pergunta dirigida ao Ministério do Trabalho, assinada também por Idália Serrão, Carla Tavares e Sónia Fertuzinhos, entre outros, o Governo é questionado sobre se tem "conhecimento desta situação, quais as diligências efetuadas pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), bem como, os seus resultados, e se as orientações da ACT estão a ser cumpridas".

O PS quer saber se caso a situação de "assédio moral" seja efetiva e continue a existir, "quais serão as iniciativas da ACT para garantir os direitos da trabalhadora" e "quais as punições em que a empresa incorre".

Os deputados socialistas recordam a história, denunciada pelo Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte, que levou o PCP a colocar idênticas questões ao Ministério. Segundo o PS, "a trabalhadora foi reintegrada em maio de 2018 mas, segundo o que foi publicamente denunciado, a empresa exerceu graves represálias contra a trabalhadora": para além de estar "obrigada a carregar e a descarregar os mesmos sacos com peso superior a 15kg na mesma palete e num ambiente com temperaturas muitas vezes superiores a 40 graus", foi-lhe limitado o acesso a casas de banho comum, negado o estacionamento no parque dos funcionários, e os seus colegas foram incentivados a não falar com a funcionária reintegrada.

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