Direito de resposta

Publicado a
Atualizado a

O artigo com o título Viúva de Ihor pede a jornalistas que a deixem em paz: "O foco deve ser no processo, não no que estou a sentir" contém referências que objetivamente afetam a reputação dos jornalistas que integram a redação de televisão da RTP e, em especial, dos que trabalharam no tema em causa. Toda a construção da notícia do DN imputa aos jornalistas da RTP más práticas que não só não ocorreram neste caso como em nenhum outro. A informação do serviço público de televisão repudia tais práticas.

A Direção de Informação de Televisão da RTP (DI TV) não pode deixar de estranhar uma "notícia" sobre o trabalho jornalístico de profissionais da RTP, na Ucrânia, sobre a qual nem sequer foi ouvida, como recomendam as regras elementares do jornalismo. Na sequência de várias reportagens sobre os acontecimentos ocorridos no aeroporto de Lisboa e que vitimaram um cidadão ucraniano, deslocámo-nos à sua localidade de origem para conhecer melhor a sua história, da sua família e da sua comunidade. Orgulhamo-nos do cumprimento estrito das regras da profissão, respeitámos e respeitamos a dignidade das pessoas e, em nenhum momento, nomeadamente na reportagem referida, deixámos de cumprir as regras. Orgulhamo-nos do jornalismo que praticamos. Não procuramos o sensacionalismo nem fazemos bizarras pressões sobre cidadãos, muito menos desrespeitamos as escolhas dos nossos interlocutores em situações sensíveis. Pelo contrário. Cada indivíduo é livre de aceitar ou rejeitar falar com jornalistas, tal como cada jornalista é livre de tentar falar com quem considere pertinente tendo em conta o interesse público.

É lamentável e inaceitável a imputação de factos, circunstâncias e comportamentos a profissionais e à RTP em nome de interesses que desconhecemos. O jornalismo português não precisa disto, de desinformação, precisa de se fortalecer, de entender as verdadeiras causas que devem contribuir para uma vida democrática mais forte e robusta no respeito pelos direitos humanos.

Com os melhores cumprimentos.

Diretor de Informação de Televisão

António José Teixeira

Nota da Direção do Diário de Notícias: A notícia a que se refere o diretor da RTP, António José Teixeira, foi escrita pelas jornalistas Valentina Marcelino e Fernanda Câncio, do Diário de Notícias, que há muito acompanham este caso de forma exemplar, com base no relato da viúva de Ihor, relato que foi recolhido e o DN limitou-se a ouvir as declarações da mesma e acreditou com boa fé serem verdadeiras essas declarações.

Em momento nenhum acusamos a RTP de não cumprir as regras da profissão ou de fazer pressões sobre cidadãos, muito menos de desrespeitar as escolhas dos entrevistados, em situações sensíveis. Daí que seja inaceitável sugerir que o DN possa, de algum modo, corresponder a quaisquer interesses obscuros ou que procure a desinformação quando a missão do Diário de Notícias tem sido e é, precisamente, a informação, sempre com independência e em liberdade. Como a RTP de resto é conhecedora, até pelo histórico da boa relação de qualidade, rigor e idoneidade que ambos nos reconhecemos.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt