Criança de 2 anos esquecida durante oito horas em carrinha de transporte escolar
Quando a mãe lhe perguntou como tinha sido o dia e se tinha brincado muito com os outros meninos, Sofia, 2 anos, disse que não, que tinha ficado de castigo.
Todos os dias, Sofia e os irmãos mais velhos eram transportados pela carrinha de transporte escolar do Centro Paroquial de Assistência do Juncal, no concelho de Porto de Mós, ela para a creche, os irmãos para a escola primária.
Segunda-feira, dia 17 de fevereiro, a rotina repetiu-se. Com uma diferença grave, de que a mãe, Lina Pereira, só viria a ter conhecimento à noite, por responsáveis da instituição, que se dirigiram a sua casa para dar conta do que tinha acontecido: a sua filha tinha ficado fechada na carrinha escolar, à porta da creche, das nove da manhã às cinco da tarde, sem comer nem beber, presa na cadeirinha de transporte, com o cinto de segurança, como a mãe contou à SIC.
O motorista que levou Sofia a casa e a entregou à avó, cerca das 17h45, nada disse. A educadora não deu pela falta da criança nem procurou saber se alguma coisa tinha acontecido. Tudo falhou naquele dia e a mãe, que diz ter inicialmente ficado incrédula e em estado de choque, neste momento sente-se revoltada e acusa a instituição de negligência, tendo retirado Sofia da creche, cancelado o transporte escolar dos filhos mais velhos e apresentado queixa na GNR de Porto de Mós, que confirmou ao DN ter o registo da ocorrência, mas se escusou a avançar pelo telefone quais as diligências que serão feitas na sequência da queixa apresentada.
Os responsáveis do Centro Paroquial de Assistência do Juncal, em nota enviada à SIC, esclarecem que participaram o caso ao Ministério Público e que estão, desde o dia em que o caso se deu, a realizar diligências internas para apurar o que aconteceu e que disponibilizaram todo o apoio à família da criança.